Você sabia?
Outro dia lhes falei sobre a estranha palavra serendipidade que, embora seja abonada por bons dicionários, ainda não foi reconhecida pelo Vocabulário Oficial da Academia. Uma distração, sem dúvida.

Uma notável invenção suíça seguiu o caminho da serendipidade. Trata-se de um objeto comum, que utilizamos com frequência, sem imaginar como era o mundo antes que ele existisse. Falo do velcro, aquelas geniais tirinhas que grudam e desgrudam sem precisar colar nem costurar. Um achado!

Chateado, pôs mãos à obra para arrancar, uma a uma, aquelas bolinhas espinhudas. Tomou especial cuidado com o cachorro que, sozinho, não conseguiria se livrar daqueles incômodos penduricalhos.
Enquanto executava a tarefa, a ideia do velcro começou a germinar em sua imaginação. Examinou os carrapichos no microscópio, comparou com o tecido de sua roupa, e… acabou entendendo o princípio. A partir daí, Monsieur de Mestral cuidou da parte comercial. Dez anos mais tarde, patenteou seu invento na Suíça e, no ano seguinte, nos demais países.
Velcro é contração de velours + crochet (veludo + crochê). Como gilete e xerox, é marca registrada que se tornou nome comum. Sem sombra de dúvida, é a criação suíça mais difundida no mundo. Há muito mais tirinhas de velcro em circulação do que canivetes. A NASA, por exemplo, não dispensa esse material para fixar objetos no interior de cápsulas espaciais.
14 de agosto de 2015
José Horta Manzano