quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MENSAGENS SUBLIMINARES

DA CERVEJA AO CRACK MENSAGENS SUBLIMINARES PARA ENGANAR O CIDADÃO

O cidadão brasileiro é penalizado de todas as formas e maneiras. Há nove anos, fruto de propaganda enganosa, estamos sob o julgo de um governo que, estatisticamente comprovado, é o maior corrupto desde a descoberta de Cabral.

Um ativo Ministério da Propaganda Petista, nos moldes da técnica nazista, nos bombardeia com números falsos para encobrir uma incompetência administrativa de um governo sem obras, sem realizações.

Pagamos o mais alto tributo do mundo. Temos um dos piores IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, que nos coloca numa humilhante 73ª posição em contraponto com países de menor exponencial sob todos os aspectos.

Somos os piores em educação, saúde, transportes, segurança e etc., e damos de goleada em corrupção e em aproveitamento das riquezas do Estado em benefício de uns poucos privilegiados com os mais altos salários da função pública em todo o mundo.

Um cidadão percorre 90 quilômetros dentro de uma ambulância com o filho com traumatismo craniano e não é atendido nos hospitais públicos. Enquanto isso, em Nova York, a presidenta Dilma arrota caviar russo e faz discursos bonitinhos e pousa de mocinha e os gringos riem com os cantos da boca, com aquela expressão de "quão idiotas são esses brasileiros que nos entregam todo o seu ouro".

Como se isso não bastasse, somos enganados com jogadinhas de merchandising que vendem seus produtos nocivos com base em testemunhos de especialistas e de outros que fazem propaganda disfarçada, usando o mesmo tema, em prol de um candidato abençoado pelo Apedeuta.

Vejam estas duas manchetes, ambas publicadas na edição do Estadão Online:

- Estudo mostra que cerveja hidrata igual à água após prática esportiva

- Crack avança e iguala o álcool em cidades do Estado de São Paulo


Na primeira, trata-se de um merchandising de quem fabrica cerveja. A intenção da notícia é clara em induzir você a tomar mais cerveja, inclusive após qualquer prática esportiva.

È uma aberração esta notícia. É sabido, por qualquer leigo, que a cerveja contém nitrosaminas (agentes cancerígenos de primeira ordem), e isto inclui até a tal da cerveja preta.


Leia trecho da reportagem do Estadão

Um estudo apresentado nesta terça-feira, 20, em Bruxelas comprova que o consumo moderado de cerveja após exercícios físicos é tão eficaz quanto a água para a hidratação, segundo especialistas médicos.

Esta é uma das conclusões apresentadas no "VI Simpósio Europeu de Cerveja e Saúde", onde participaram especialistas em medicina, nutrição e alimentação da União Européia.

O pesquisador Manuel Castillo, da Universidade de Granada, expôs os resultados de um estudo que consistiu em medir a reação do corpo à ingestão de água ou cerveja após a realização de esforço físico intenso. "Realizamos o estudo para comprovar se o costume de tomar cerveja depois do exercício era recomendável", explicou Castillo.

Se esse Manuel Castillo, da Universidade de Granada, existir mesmo, é um tremendo picareta a serviço de uma indústria que mata e vicia.

Na segunda manchete "Crack avança e iguala o álcool em cidades do Estado de São Paulo" é apenas uma continuação de uma campanha que vendo sendo realizada com objetivo de desvalorizar o governo do PSDB, que governa o Estado de São Paulo.
Eles vão liberando releases para tentar fazer a cabeça do cidadão e, em contraponto, liberam outros com fatos positivos sobre o candidato abençoado pelo Apedeuta para a prefeitura de São Paulo.

Eles tentam ser sutil, mas para quem entende do riscado não fede e nem cheira.

O crack não é um privilégio do Estado de São Paulo. É um câncer que está presente em todo o país, até mesmo em pequenas cidades, fruto de uma política incompetente do governo petista para o setor.

Assim como, o consumo do álcool também não é. Dados da ONU afirmam que o alcoolismo é a terceira maior doença do BRASIL, perdendo somente para os males do coração e os tumores.

São duas informações falsas, com objetivos distintos, que não passam de propaganda enganosa. Querem enganar você cidadão. Na telinha, mostram filmes bonitinhos de um Brasil que não existe. Com fatos enganosos tentam desmerecer uma das melhores administrações públicas e ainda querem que você tome uma cervejinha para esquecer tudo isso e continuar votando neles. Vergonha!

Postado por Lúcio Neto

O COZINHEIRO

Pouca coisa mais difícil de extirpar que um hábito. Não sou nenhum Edu Goldenberg, mas não posso negar minhas tendências obsessivas.

Há anos almoço todos os dias, religiosamente, no mesmo lugar. Um minúsculo restaurante japonês, mais propriamente um “nipo-butiquim”, encravado no mais improvável dos buracos. Não acharia jamais, não tivesse me servido ocasionalmente de abrigo, num desses temporais paulistanos de fevereiro ou março.

Dia após dia, calado como um daruma, o pintado no gato, o cego no peixe cru, fui sacando as histórias. Tem quarenta anos de existência o lugar, vinte sob o comando da “Dona Maria”, como é mais conhecida a japonesinha invocada que começou como empregada da antiga dona, tão solícita quanto mau-humorada, típica dona de butiquim, com nome de orixá: Iroko. Chegada num “colunismo social”, por assim dizer, sabe e faz saber da vida de todo mundo por ali. Fiquei sabendo que o dentista não paga pensão pra ex-mulher; que o “doutor” enriqueceu fraudando concorrências públicas; soube, inclusive, o valor do cachê da modelo, ex-miss. Da minha vida - eu que não abro a boca - amigo meu veio me dizer coisa que nem eu sabia.

Quando alguma coisa não dá certo, a culpa inapelavelmente é do cozinheiro. Mas não só. Espécie de alter-ego, se fala de política, conta em quem “o cozinheiro” vai votar. Se o assunto é futebol – palmeirense, a Dona Maria, mais inteirada nos bastidores da Sociedade que o Savério Orlandi, o Téo Bressan e o Fernando Borgonovi juntos – “o cozinheiro” é quem vê todos os jogos da rodada. Um dia contou que “o cozinheiro” tinha passado mal de noite. Era o marido, o cozinheiro.

Obra da meia hora cotidianamente compartilhada, seguíamos todos ali, juntando solidões e cultivando dependências. Craque no ofício abraçado e vocação de matriarca, Dona Maria não esquece as preferências e as restrições da dieta de cada cliente, recebido sempre com a saudação de praxe e a pergunta que jamais falha:

-Irashaimase! Hoje o que vai sero?

Espécie de gato japonês, luta há mais de vinte anos contra a doença. Distribuindo lições de garra, coragem e vontade de viver, de vez em quando os olhinhos puxados não disfarçam a dor.
Mancando pra lá e pra cá, no trazer de comidas e no levar de louças, já vi responder a mais de um desavisado:

- O que foi na perna, Dona Maria?

- Câncero.

Em meados de novembro, para desespero de umas duas dúzias de batedores de ponto, anunciou que venderia o restaurante. Desdenhamos da ameaça, que muita gente jurava recorrente. Fustigada daqui e dali, começou dizendo que não agüentava mais, que estava cansada. Depois, passou a aleardear que era por causa de briga com sua principal garçonete, dezoito anos de casa, dezessete e meio de briga. Um belo dia, balcão vazio, sem que eu perguntasse, confidenciou: “O cozinheiro está muito doente. Ele cuidou de mim quando precisei. Agora preciso cuidar dele.” Mas ninguém seguia acreditando no intento.

Voltando hoje das férias, cheguei pra almoçar. Butiquim fechado, placa de “passa-se o ponto”.

Morreu o cozinheiro, no primeiro dia do ano.

Szegeri

É HORA DE INVESTIGAR A PLANNED PARENTHOOD


Artigos - Aborto


A visão bíblica ensina que o sexo precisa ser reservado para o casamento, e que as meninas novas precisam ser protegidas daqueles que querem tirar vantagem da inocência delas.

Uma menina de treze anos — vamos chamá-la de Karen — era uma mocinha comum que adorava jogar futebol. Mas sua vida deu uma virada horrível quando seu treinador de futebol a seduziu e engravidou.
Sem o conhecimento dos pais de Karen, o treinador levou Karen para uma clínica da Federação de Planejamento Familiar em Ohio e pagou pelo aborto dela. As funcionárias da clínica não fizeram nenhuma pergunta, apesar do fato de que Karen mal havia acabado de sair da infância.

O treinador foi posteriormente condenado por violência sexual e enviado para a prisão. Mas conforme [a entidade pró-vida] Americanos Unidos pela Vida observou recentemente, o caso indica que as clínicas da Planned Parenthood (Federação de Planejamento Familiar) têm muita disposição de “serem parceiras perfeitas daqueles que desejam abusar sexualmente e tirar vantagem de meninas novas”.

Americanos Unidos pela Vida recentemente publicou um relatório intitulado “Razões para se Investigar a Planned Parenthood”. O relatório conta em detalhes casos horríveis que explodiram nos noticiários em anos recentes: funcionárias da Federação de Planejamento Familiar ajudando cafetões e traficantes sexuais; enganando mulheres sobre os perigos do aborto; recusando obedecer às leis de notificação aos pais; e usando indevidamente milhões de dólares do dinheiro dos contribuintes do imposto de renda.

Pior de tudo é a evidência de que a Planned Parenthood comete negligência ao não comunicar os abusos sexuais contra crianças. Em vez disso, conforme comentou Americanos Unidos pela Vida, as clínicas da Planned Parenthood “aconselham menores e seus abusadores como driblar as leis que ordenam denunciar [abusos]”, que é a razão por que Americanos Unidos pela Vida usa o termo “os parceiros perfeitos”, já que a Federação de Planejamento Familiar trabalha com aqueles que estão realmente usando e explorando “meninas novas”.

Americanos Unidos pela Vida recomenda que o Congresso conduza uma investigação integral dessa gigantesca empresa de aborto. Concordo — já passou muito da hora. Mas precisamos também perguntar a nós mesmos o motivo por que a Planned Parenthood se tornou tal força negativa. Pois bem, no final das contas tudo se resume à cosmovisão.

A visão secular moderna promove a ideia de total autonomia sexual até mesmo para meninas novas — que elas têm um direito à atividade sexual — e deveriam ser incentivadas a se envolver em sexo logo que se sentirem “prontas”, independente de sua idade e condição conjugal. Essa opinião diz que até mesmo as meninas mais novas precisam ter liberdade de terem tratamento para doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e até terem abortos propositados sem o conhecimento de seus pais.

Em contraste, a visão bíblica ensina que o sexo precisa ser reservado para o casamento, e que as meninas novas precisam ser protegidas daqueles que querem tirar vantagem da inocência delas. É por isso que os israelitas antigos protegiam com muito cuidado as mulheres solteiras novas, incentivando modéstia no modo de se vestir e se comportar.

Eles sabiam que sem essa proteção, homens inescrupulosos tirariam vantagem delas. As mesmas proteções formavam parte de praticamente todas as outras culturas — proteções que foram eliminadas durante a última metade do século de liberação sexual.

A pergunta é: Qual visão se alinha mais intimamente com a realidade? Milhões de abortos e nascimentos fora do casamento, um de cada quatro adolescentes com uma DST, adolescentes atraídos de forma enganadora à prostituição forçada, esses problemas dão a resposta preocupante. Meninas novas precisam de proteção daqueles que querem explorá-las.

Por isso, sim, peça aos seus legisladores que investiguem a Planned Parenthood. Mas precisamos também ensinar nossos filhos a lição de cosmovisão por trás da exploração trágica das filhas de nossa nação — exploração praticada primeiro por homens, e então pelas mulheres famintas de lucros da Planned Parenthood.

Publicado com a permissão de Breakpoint.org
Escrito por Chuck Colson | 21 Setembro 2011
Tradução: Julio Severo

PARA NÃO ESQUECER

Imagino que a escrita nasceu da necessidade de não esquecer. O primeiro pré-homem que pensou “preciso me lembrar disto” deve ter olhado em volta procurando alguma coisa que ele ainda não sabia o que era. Era um pedaço de papel e uma Bic. Claro que para chegar ao papel e à esferográfica tivemos que passar antes pelo risco com vara no chão, o rabisco com carvão na parede da caverna, o hieróglifo no tablete de barro etc.

Mas a angústia primordial foi a de perder o pensamento fugidio ou a cena insólita. Pense em quantas ideias não desapareceram para sempre por falta de algo que as retivesse na memória e no mundo. A história da civilização teria sido outra se, antes de inventar a roda, o homem tivesse inventado o bloco de notas.

As espécies que não desenvolveram a escrita valem-se da memória intuitiva. O salmão sabe, não sabendo, o caminho certo para o lugar onde nasceu e onde deve depositar seus ovos. Dizem que o elefante guarda na memória tudo que lhe acontece na vida, principalmente as desfeitas, mas vá pedir que ele bote seu ressentimento no papel. Já o homem pode ser definido como o animal que precisa consultar as suas notas. Nas sociedades não letradas, as lembranças sobrevivem na recitação reiterada e no mito tribal, que é a memória ritualizada. As outras dependem do memorando.

E mesmo com todas as formas de anotação inventadas pelo homem desde as primeiras cavernas, inclusive o notebook eletrônico, a angústia persiste. Estou escrevendo isto porque acordei com uma boa ideia para uma crônica e botei a ideia num papel. Normalmente não faço isto, porque sempre esqueço de ter um bloco de notas à mão para não esquecer a eventual ideia e porque sei, intuitivamente, que se tivesse o bloco de notas à mão a ideia viria no chuveiro.

Mas desta vez a ideia coincidiu com a proximidade de um pedaço de papel e um lápis e anotei-a assim que acordei. Não exatamente a ideia, mas uma frase que me faria lembrar da ideia. Estou com ela aqui. “Conhece-te a ti mesmo mas não fique íntimo”.

E não consigo me lembrar de qual era a ideia que a frase me faria lembrar.

Algo sobre os perigos da autoanálise muito aprofundada? Sobre o pensamento socrático? Ou o quê? Não consigo me lembrar. Um consolo, numa situação destas, é pensar que se a ideia não é lembrada, é porque não era tão boa assim. Mas geralmente se pensa o contrário: as melhores ideias são as que a gente esqueceu. O que é terrível.

Luiz Fernando Veríssimo
O GLOBO - 22/09/11

DEFENDER A VIDA OU DEFENDER-SE DA VIDA?

Substratos ideológicos da questão da produção de saúde no município de São Paulo

Ana Lucia Marinho Marques

“O prefeito fará uma visita à nossa unidade na próxima semana”. Dita essa frase, inicia-se um movimento desesperado de ordenação e organização dos espaços e lugares. Nada pode estar fora da posição determinada. Cadeiras laranjas não podem conviver com as pretas. Nas paredes, não pode haver nenhum cartaz, aviso, foto ou rabisco. E, a fim de garantir o bom andamento da visita, nenhum usuário do serviço que ameace esboçar qualquer tipo de questionamento ao senhor prefeito deve ser convidado para a cerimônia.

Talvez não tenha começado bem aí. Mas essas cenas recorrentes começaram a me dar indicativos do que se estava (está) compreendendo por espaços de produção de saúde: paraísos assépticos, higienizados, limpos e organizados. A cena descrita não é mera simulação. Foi reproduzida, ao longo desta gestão, muitas vezes, em diversos serviços de saúde, sempre sob justificativas diferenciadas.

Agora, chegando ao extremo dessa compreensão, sob o pretexto de defesa da saúde, crianças, jovens e adultos em situação de rua estão sendo gentilmente convidados a se retirarem das ruas e encaminhados para que possam ser alocados em espaços mais "apropriados". De preferência, para além de onde nossa vista possa alcançar.

Em torno à figura do usuário de crack, o “crackeiro”, constrói-se um discurso médico-sanitário, que o “liberta” de um certo discurso exclusivamente moral, mas o aprisiona no lugar de doente, tornando-o inofensivo e esvaziando seu potencial de desterritorialização. Esse sujeito, assim, é reputado incapaz de realizar escolhas para a sua própria vida, precisando que um ser qualificado lhe diga o melhor caminho a tomar. E os profissionais de saúde, dotados de poderes socioculturalmente atribuídos, são incumbidos de desempenhar esse papel de estabelecer definições e certezas. E o melhor, nesse caso, é que seja confinado a espaços adequados de tratamento, a despeito do que possa ser a sua vontade, para que se tornem aptos a se reintegrarem à sociedade.

Melhor para quem? Quem escutou esses sujeitos antes da proposição de tais propostas e projetos de lei? Antes de serem doentes (e não pretendo, de maneira nenhuma, negar a dimensão do sofrimento corporal envolvido na experiência de dependência de uma substância psicoativa), estamos falando de cidadãos a quem, em sua maioria, foi negado o acesso aos bens e direitos sociais básicos. O “drogado”, esse que mora na rua, que atrapalha o trânsito, a segurança e a bela vista da cidade parece, também, denunciar a falência de uma administração pública que ao invés de encarar as condições sociais que produzem esse tipo de situação e construir políticas públicas consistentes para enfrentá-las, resolveu se defender. E esconder aquilo que não se quer ver.

Difícil não associar: os diversos internamentos (dos leprosos, dos tuberculosos, dos vagabundos, dos loucos, de todos os grupos em torno dos quais, em dado momento, não havia tolerância possível), possibilitados e legitimados em determinados contextos sócio-históricos, estiveram, de certa forma, relacionados a questões de trabalho e como forma de combate da miséria. Seria desta vez diferente? Muda-se o ator social, e do que se está falando, afinal?

Sob a bandeira do cuidado, estão justificativas tão absurdas quanto bem elaboradas. Algumas ditas, outras veladas. Passiveis de interpretações as mais variadas. Cria-se uma sensibilidade social em torno do tema que vai criando cenários possíveis e condições necessárias para o desenrolar de um novo (ou o mesmo?) tipo de confinamento. Sob o ideal asséptico de uma cidade livre dos males que a assolam, subjuga-se a potência da vida de encontrar respostas.

Produção de saúde é produção de vida. Vida que se dobra e desdobra, que imagina e desenha linhas de fuga. E que cria e criará, sem dúvida, lugares possíveis de existência e de resistência ao ideal da construção de uma Cidade Limpa.

Ana Lucia Marinho Marques
* terapeuta ocupacional, mestre pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo