sábado, 18 de julho de 2015

A FILA DA JACA


Em Belo Horizonte, um cadastro organiza o acesso à coisa pública/-São seis da manhã de uma terça-feira de março, e os primeiros visitantes começam a circular pelas aleias do Parque Municipal Américo Renné Giannetti – uma grande área verde em pleno Centro de Belo Horizonte. No prédio administrativo, um funcionário recebe um senhor e o conduz até o depósito onde há equipamentos de jardinagem e quatro grandes barris de plástico verde. Ele pergunta o nome do visitante e confere se está na lista. Em seguida destampa um dos barris, de onde exala um cheiro forte, e tira dali um fruto esverdea-do de casca grossa, do tamanho de um leitão. É tempo de jaca, e é chegada a vez daquele cidadão
Um a um, outros visitantes se apresentam à administração. Ao encarar o porte da fruta que lhe foi reservada, um jovem, despreparado, se assusta. “Levar isso no ônibus vai ser fogo.” Mas o assistente administrativo Wallace Barbosa vem em seu socorro. Escolhe uma jaca mais modesta e entrega ao rapaz, que sai dali equilibrando a fruta nas duas mãos. Aos 24 anos, o baiano Barbosa é uma peça central na gestão das jacas do Parque Municipal. Não fosse pela sua diligência, a fila não andaria.
Barbosa faz funcionar o procedimento criado pela administração do parque para regular a cobiça irrefreável dos visitantes pelos frutos de suas dez jaqueiras. A fim de garantir o acesso democrático ao patrimônio público, foi instituído há mais de vinte anos um cadastro de pretendentes. Quem quisesse jaca que se inscrevesse e aguardasse a vez de colocar as mãos na graúda. No dia da sorte grande, o telefo-ne traria a boa-nova: uma jaca madura aguardava o felizardo na administração, pronta para ser levada para casa.
Ultimamente, porém, o sistema não vinha funcionando bem. Como a temporada de jacas só vai de janeiro a março e o número de inscritos era grande, as jaqueiras não estavam dando conta de atender à demanda crescente. A espera entre o cadastro e a entrega da fruta podia chegar a anos. No fim de 2011, havia mais de mil sem-jaca registrados no livro de cadastros.
Naquele ano, numa tentativa de colocar ordem na casa, a administração decretou a moratória de inscrições. As jacas das últimas temporadas se destinariam a honrar os pedidos já protocolados. Muitos tinham se inscrito há tanto tempo que não apareceram para buscar o prêmio. “Às vezes a pessoa já tinha morrido, mudado”, disse Barbosa.
Quando chegou a temporada de jacas deste ano, a administração decidiu adotar uma medida extrema. Zerou a lista de espera e estabeleceu um novo método de entrega. Agora, o nome dos interessados é recolhido ao longo da semana. Na segunda-feira, quando o parque fecha para o público, as jacas maduras são colhidas. A terça é o dia que os inscritos têm para buscá-las, por ordem de chegada. O precipitado que aparecer sem ter feito cadastro é convidado a se inscrever na lista da semana seguinte, para não prejudicar quem já aguardava a vez. O ciclo é retomado a cada semana, enquanto houver frutas no pé.

jaqueira é natural da Índia e foi trazida ao Brasil durante a colonização portuguesa. É uma árvore de até 20 metros de altura que dá frutos de sabor pronunciado e textura viscosa que não deixam ninguém indiferente. Uma jaca caprichada pode chegar a 15 quilos. Temerariamente, ficam suspensas a muitos metros de altura. Em lugares públicos, convém que sejam colhidas antes que se espatifem sobre a cabeça de um desavisado.
No Parque Municipal, os jardineiros que colhem as frutas maduras estão sempre alertas, manejando uma vara de bambu de mais de 6 metros para alcançar as mais altas. Para colher uma jaca, eles cutucam a dita com uma vara a-fiada na ponta (uma chacoalhada no galho ajuda a desprender as mais renitentes). No solo, uma espécie de tapete de lona apara as frutas, que costumam resistir incólumes à queda.
Todo o cuidado não impede que, vez ou outra, um fruto caia espontaneamente (não há registro recente de vítimas no parque). Quando o inevitável acontece, as regras do cadastro deixam de valer. “Se estiver no chão, pode levar”, explicou Barbosa. Mas os guardas municipais que circulam pelo Parque Municipal não têm tolerância com quem tentar furar a fila e cutucar as jaqueiras com seu próprio bambu.A administração teme especialmente os moradores de rua que habitam o parque – um total de 215 pessoas, segundo o úl-timo censo feito pela Guarda. Como o cadastro dispensa comprovante de endereço, Barbosa lembrou que nada impede que eles sigam os requerimentos formais para postular legitimamente uma fruta.
Enquanto caminhava lentamente à sombra das jaqueiras, Barbosa metralhou a explicação dos procedimentos necessários para o cadastro sem tropeçar em nenhuma sílaba, com um sotaque baiano residual atenuado por dez anos vivendo em Minas. O assistente contou que de vinte a trinta jacas foram distribuídas por semana na temporada 2013. “Pela quantidade que ainda resta, vai ter jaca até as primeiras semanas de abril”, sentenciou.
Quando aparece uma jaca muito volumosa, Barbosa pode se oferecer para parti-la ao meio. “Facilita o transporte e assim mais gente leva jaca para casa.” O funcionário disse ainda que, às vezes, a administração dá prioridade a pedidos emergenciais de idosos ou gestantes, mesmo que não seja terça-feira. “Grávida, né? Tem que atender.” A generosidade já lhe rendeu potes de doce de jaca e outros mimos em retribuição.
Quando a procura não está alta, os funcionários do parque aproveitam para se incluir na partilha. Para Barbosa, porém, trabalhar com o nariz nas jacas não é uma tentação. O baiano contou que na casa de sua avó há muito mais que dez jaqueiras, e que ele já comeu sua cota. Mas chamou a atenção para uma virtude pouco lembrada da fruta: laçar o coração de uma mulher. “Na próxima coleta, vou levar para a namorada. Estou só esperando aparecer uma bem madurinha.”
18 de julho de 2015
 Nuno Manna

A VERDADE SOBRE OS PANDAS


Biólogas brasileiras querem livrar o urso da fama de não gostar de sexo
A cena está no YouTube. Um urso panda morde a nuca da parceira enquanto tenta copular com ela. Mais adiante, um plano aberto revela que o casal está dentro de uma jaula, e que seu embate amoroso está sendo monitorado por uma equipe de cientistas chineses sorridentes que cronometram o coito e registram detalhes relevantes numa ficha. Quando o macho olha para o alto e emite um guincho de êxtase, os pesquisadores comemoram ruidosamente.
Não era para menos: o desempenho sexual do panda-gigante é objeto de grande preocupação dos cientistas. É notória a dificuldade desses bichos de se reproduzir em cativeiro. Postos frente a frente, machos e fêmeas criados em zoológico podem rea-gir à presença do outro com a mais solene indiferença. Que o diga Zhuang Zhuang, panda que residia na Reserva Natural Wolong, na China – o primeiro animal a tomar Viagra, num experimento malfadado para estimular seu apetite. À BBC, um pesquisador declarou que ele era um caso perdido: “Demos a Zhuang Zhuang muitas chances nos últimos anos, mas ele simplesmente não consegue.”
Outras tentativas de despertar a libido dos bichos foram mais bem-sucedidas. Alguns ficam estimulados ao ver vídeos e ouvir gravações de outros pandas em conjunção carnal. A pornografia ajudou a melhorar as taxas de reprodução em cativeiro na China e na Tailândia, mas fez pouco para livrar o panda do estigma de não ser muito dado à libertinagem.
No que depender das biólogas Neuza Rejane Wille Lima e Juliana Pipoli da Fonseca, a incômoda fama pode estar com os dias contados, ao menos no Brasil. Dispostas a esclarecer o que há de verdade por trás do mito, elas lançaram o livro Desinteresse Sexual do Panda-Gigante: Lenda ou Fato?
A ideia de reabilitar o panda surgiu numa aula de Rejane na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Numa disciplina que oferece regularmente sobre a evolução do sexo, a professora pede um trabalho final sobre um aspecto da sexualidade animal, à escolha dos alunos. Já recebeu monografias sobre a variabilidade do pênis nos mamíferos e sobre um composto presente no veneno de uma espécie chilena de viúva-negra capaz de provocar ereções de até três dias.
Quando cursou a disciplina, a então estudante de biologia Juliana Pipoli da Fonseca não teve dúvida: faria seu trabalho final sobre a sexualidade dos pandas, bicho pelo qual tinha grande simpatia. “Eu achava o panda fofo, mas depois que entrei na faculdade passei a me interessar mais por sua fisiologia, seu hábitat e outros aspectos. Fazer o trabalho foi uma boa oportunidade de conseguir mais informações sobre a espécie”, contou ela, falando de Paris, onde foi fazer pós-graduação em imunologia.
s pandas passam o dia comendo raí-zes e brotos de bambu. Ingerem até 40 quilos por dia. Com o avanço da agricultura e da extração de madeira, as florestas montanhosas asiáticas onde eles viviam foram sendo postas abaixo. Na natureza, a espécie só é encontrada em reservas florestais no sudoeste da China, a mais de 16 mil quilômetros do campus da UFF. As estimativas mais otimistas calculam que restem no máximo 3 mil indivíduos vivendo em liberdade, sem contar os mantidos em cativeiro em vários países – o mais próximo de Niterói mora no zoológico da Cidade do México.
O demorado ciclo reprodutivo da espécie não ajuda a afastar a ameaça de extinção que ronda os pandas. Conforme ensina o livro de Juliana e Rejane, as fêmeas ovulam apenas uma vez por ano, durante a primavera, e seu período fértil dura de um a três dias. Para complicar, a espécie tem um ritual de acasalamento cheio de preliminares, que Rejane comparou a um flerte de antanho. “É como aqueles namoros antigos em que a fêmea só cedia depois de cortejada com serenata e flores”, disse a bióloga durante uma conversa no campus da UFF.
As fêmeas sinalizam aos machos que o momento mais aguardado do ano chegou com a emissão de sons que aumentam de frequência durante o período fértil. A seleção dos parceiros é feita também com odores que os pandas, machos e fêmeas, usam para se comunicar. Eles têm uma glândula abaixo da cauda que produz uma secreção de cheiro forte. Para os humanos, parece apenas uma gosma escura e pegajosa, mas para esses ursos revela pistas sobre o sexo, a idade e a condição reprodutiva do animal que a deixou.
Roçando o traseiro no solo, em pedras e troncos, os pandas vão deixando rastros dessa secreção pela floresta que funcionam como recados para seus semelhantes. Como num Kama Sutrazoológico, pesquisadores catalogaram as quatro posições mais comuns adotadas por eles nessa espécie de correio amoroso: sentados, de quatro, com uma perna levantada e plantando bananeira. “Alguns machos fazem isso para deixar a secreção no galho mais alto da árvore e ter certeza de atrair as fêmeas”, explicou Rejane.
É a dificuldade de reproduzir em cativeiro esse sofisticado jogo de sedução e reconhecimento que está por trás da proverbial apatia dos pandas de zoológico. “Se você colocar um macho na frente de uma fêmea, eles vão olhar um para o outro como se fossem espécies diferentes”, contou a bióloga. “Eles não se reconhecem, porque faltou todo o ritual de odores e de vocalização.” É injusto, portanto, afirmar que o panda não tem interesse por sexo. “Ele só é romântico.”
Rejane riu muito quando soube que, no Rio de Janeiro, um motel adota um panda como mascote. Numa propaganda veiculada em ônibus da cidade no mês de março, o bicho contempla com volúpia uma moça sinuosa em trajes sumários. A escolha não poderia ter sido menos adequada, a julgar pela reação da bióloga. “Ele é exigente e não vai com qualquer uma”, disse ela. “Panda não é coelho!”
18 de julho de 2015
Bernardo Esteves

A LEI DO SILÊNCIO




Morava no décimo andar, ou seja, o último.
Reclamava de todo e qualquer barulho: cachorro latindo, gato miando, criança chorando, televisão alta, pássaros cantando, caminhão de gás...
O zelador não aguentava mais.
O síndico, então...
Os vizinhos de seu andar já nem o cumprimentavam.
O de baixo, numa reunião do condomínio, quase quebrou uma cadeira em sua cabeça.
Seu mau humor durou anos.
Sua intolerância tornou-o famoso na rua.
A molecada fugia quando ele chegava com seu Gol prateado.
Os porteiros do prédio nem ousavam olhar para ele quando ele saía ou entrava.
E a vida seguiu assim por vários anos, até que um dia...
Foi bem naquela hora em que o pessoal ia trabalhar, de manhã bem cedo.
Mais de dez pessoas foram testemunhas de sua derrocada, ali no pátio, ao lado do parquinho com seus brinquedos desgastados.
Ele até que tentou se safar, mas não deu, pois além de gritar e botar o dedo na sua cara, dona Geralda, a patroa do seu Juvenal, o reclamão, ainda lhe deu uma estrondosa bofetada, daquelas que envergonham por toda a vida qualquer machão.
Depois disso, os cachorros latiram à vontade, os gatos miaram como nunca, as crianças choraram até arrebentar os pulmões, o som da televisão virou uma algaravia infernal, os pássaros soltaram a voz e o caminhão de gás soou sua musiquinha até os alto-falantes estourarem.
E o seu Juvenal ficou mudinho.


18 de julho de 2015
in crônicas do mota

NOMES PITORESCOS, SEM CARRANCA COMUNISTA



Na crônica O sabor da língua, o cronista mineiro Ivan Angelo, exilado como eu na metrópole paulista, trata de assunto semelhante ao que abordei nas crônicas Os nomes que as ruas têm e Nomes que as ruas não têm. Ressalta alguns aspectos pitorescos dos nomes de ruas e outros, que ele encontrou em Portugal. Como grande parte dos meus leitores é de Minas, mas a Veja São Paulo (Vejinha) não circula por lá, tomo a liberdade de transcrever a excelente crônica do meu conterrâneo:

Um dos encantos de Portugal, para um brasileiro que tem a língua portuguesa como instrumento de trabalho, é o uso que se faz dela no nome dos lugares, nos cardápios, nas conversas, nas ruas. Não pensem que me refiro a sotaques, prosódias, vocabulário diferente para itens comuns de cá e de lá. O encanto de que falo é o modo conceitual de nomear, de pôr nos nomes ideias e maneiras de ser, combinando humor e informação, e conservá-los ao longo dos anos. É uma qualidade que perdemos quando abandonamos a sensibilidade de chamar uma via de Estrada das Lágrimas, uma praça de Largo da Batata, um largo de Praça da Árvore, uma rua de Alegria ou Sinceridade, uma comida de vaca atolada.

Denominações de sabor antigo vão desaparecendo, com o que se perde um pouco de história. Enquanto isso, em Portugal... Lisboa. Passo por uma Rua da Achada. Sigo por um Caminho das Necessidades, que vai dar no Largo das Necessidades, que fica em frente ao Palácio das Necessidades. E olhe que isso não está muito longe da Rua do Alívio. No bairro do Chiado há a Rua Fresca; perto, naTravessa da Espera, fica o concorrido restaurante Farta Brutos, a desafiar os glutões que transpõem o dístico “Aqui, mastiga-se”.

Do outro lado da cidade, distraio-me em suposições diante de uma placa: quem terá originado este nome, Rua da Bempostinha? Bem-posta, sabe-se bem o que é: elegante, alinhada, bem-vestida; mas assim, com esse diminutivo, essa intimidade? Alguma queridinha do bairro, uma lindinha, uma menina? Há uma Rua do Cotovelo, em forma mesmo de cotovelo, que cruza com a Rua Arco das Águas Livres. A Rua Dois cruza com a Três. Perto do aeroporto fica a Rua Junto aos Eucaliptos.

No Porto, descendo a ladeira da Sé para a Ribeira, chego à Travessa das Verdades e almoço noPostigo do Carvão. Por aqui, o bilhete recarregável do metrô chama-se Andante, pois sem ele não se anda: a multa é de 800 euros. Na belíssima Livraria Lello, do século XIX, encontro o livro didáticoSebenta de Matemáticas Gerais. Sebenta tem a mesma raiz de sebo, denominação que usamos para casa de livros usados, e carrega o sentido de anotações de classe, matéria passada e repassada, “sebenta”.

Nas comidas, esbalda-se. Tanto pela qualidade e quantidade quanto — eis o assunto desta crônica — pelos nomes. Arroz malandrinho é um com mais caldo ou molho, não vem seco e soltinho como aqui. Arroz de afogado é para aproveitar os miúdos do cabrito, com caldo, claro. Súplicas são umas bolachas de farinha e ovos, 500 gramas para oito ovos. Batatas bêbadas são cozidas no vinho, junto com carne previamente frita.

Batatas ao murro levam um soco mesmo, e voltam ao forno para ser finalizadas.
Esquecidos são biscoitos cuja massa se coloca em pelotas no tabuleiro e, depois, deixa-se a fôrma cair sobre a mesa para achatar a massa. Gargantas de freira são uns canudos de massa fina, chamada hóstia, recheados com fios de ovos. Barriga de freira é um tipo de pudim de pão e ovos, lisinho.

Comer e chorar por mais, é um doce de amêndoas e ovos, muitos ovos, como é o costume.Percebes são um tipo de marisco. Há bons nomes para todo lado, como o de um vinho do Alentejo, oInevitável, ou o de uma cozinheira da televisão, Filipa Vacondeus, que morreu em janeiro, ou o de uma cidade do norte, Freixo de Espada à Cinta (freixo é uma árvore poderosa), batizada bem antes dos descobrimentos. Pouco depois, polêmicas à parte, por causa de um pau de tinta vermelha como brasa,inventaram o Brasil. Não está mal.

Até aqui o Ivan Angelo. E agora eu pergunto aos meus prezados leitores se gostaram da maneira peculiar, divertida, ligada à afetividade, aos sentimentos, ao coração, que os portugueses d’antanho usavam para denominar as coisas.

Não lhe parece interessante e agradável convidar um amigo para visitá-lo em sua residência naLadeira Vai-quem-quer, na Praça do Pôr do Sol, na Rua da Felicidade ou na Praça das Princesas? Compare esses nomes, inclusive os de Portugal, com este tijolo petulante que poderia constar em algum endereço de Brasília: SIHS - QL 14 - CJ 5 - C 8. Gostou? Achou engraçado? Memorizou? Pretende ir lá?
Eis aí, caro leitor, um endereço impessoal, igualitário, comunista. Uma espécie de tijolão burocrático pesado, sem graça, sem personalidade. Quem viu um, viu todos, e este é um aspecto desolador do igualitarismo comunista. Importante, mas pequeno em relação a inúmeros outros aspectos bem mais detestáveis.

Podemos fazer piadas sobre qualquer assunto onde entram os portugueses, inclusive em nomes como esses. Mas duvido que eles consigam retribuir-nos com gracejos a propósito desses tijolões comunistas de Brasília. Como não têm graça, não servem nem para fazer piadas.


18 de julho de 2015
Jacinto Flecha

ASTRÔNOMOS DESCOBREM PLANETA EM CONDIÇÕES SEMELHANTES À TERRA



O exoplaneta Gliese 832 c é cinco vezes maior do que a Terra
Matéria distribuída pela agência internacional EFE anuncia que uma equipe liderada por um astrônomo brasileiro descobriu um planeta igual a Júpiter orbitando à mesma distância da Terra uma estrela similar ao Sol, o que poderia ser um marco na busca de sistemas planetários parecidos ao solar, informou o Observatório Europeu do Sul (ISSO). Trata-se do Gliese 832c, que orbita em torno da estrela anã vermelha Gliese 832 e fica razoavelmente longe da terra: 16 anos-luz de distância. Para se ter ideia, cada ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros, sendo que Marte, nosso “vizinho” para o qual nunca fomos, está 225,3 milhões de quilômetros de nós.
A descoberta, apresentada em artigo científico publicado na revista “Astronomy and Astrophysics”, foi possível porque os especialistas utilizaram o telescópio de 3,6 metros do observatório, instalado no Chile.
Os estudos agora partirão para outro ponto importantíssimo: a atmosfera desse exoplaneta. Segundo alguns especialistas, isso pode ser determinante para a possibilidade ou não de estadia humana lá. E depois, apenas muito depois, que haverá preocupação com a distância entre nós e o “gêmeo gigante” de nosso planeta. O fato de o exoplaneta receber aproximadamente a mesma energia que a Terra recebe do Sol, faria dele habitável — mesmo ele sendo cinco vezes maior do que a Terra.

18 de julho de 2015
Deu na EFE