Podem ser anotações casuais de um passante, porque quando começamos nossa jornada, não distinguimos bem a paisagem. Ela sempre nos surpreende. Desconhecemos aonde nos pode levar o caminho. Não o escolhemos... Perambular é o próprio caminho. Uma narrativa do destino que desenhamos inconscientemente. O que pretendo? Tecer algumas considerações fora da mesmice, e pinçar alguns textos curiosos que despertem a paixão...
sábado, 2 de julho de 2016
PGR QUER PAULO BERNARDO PRESO
A Procuradoria Geral da República vai recorrer da decisão de Dias Toffoli que revogou a prisão de Paulo Bernardo, informa O Globo.
Os procuradores afirmaram que “farão esforços” para derrubar a decisão.
O recurso será julgado pela segunda turma do STF.
Esperemos o pior.
02 de julho de 2016
o antagonista
FOTOBIOGRAFIA DE ANA CRISTINA CESAR LEMBRA UM ÁLBUM DE FAMÍLIA
“Inconfissões”, fotobiografia organizada por Eucanaã Ferraz que será lançada no dia 30, na Casa do Instituto Moreira Salles, em Paraty, reforça essa impressão de permanência da autora. Além de um ensaio de Eucanaã – rico em citações a Roland Barthes e em digressões intrigantes sobre a relação entre o texto, a vida e a fotografia, mas sem maiores insights sobre a vida ou a obra de Ana Cristina – o volume reúne textos curtos de evocação e/ou homenagem de amigos e herdeiros literários, motivados por determinadas imagens e entrelaçados com uma organização um pouco assistemática de fotografias e reproduções de manuscritos (veja exemplo na imagem abaixo), páginas de diários e capas de edições originais. Graficamente atraente, “Inconfissões” carece contudo de densidade e ordem: é objeto de desejo indispensável para os fãs incondicionais de Ana Cristina, mas pouco acrescenta a quem busca um aprofundamento crítico de sua obra ou a compreensão da interrupção absurda de sua trajetória, tema deliberadamente ignorado.
Nascida em Niterói em 1952, Ana Cristina Cesar emergiu na onda da “geração mimeógrafo”, na segunda metade da década de 70, e tem seu nome geralmente associado à Poesia Marginal. Filha de um sociólogo e uma jornalista, estudou na Inglaterra antes de se dedicar integralmente à poesia e à tradução, publicando em edições caseiras, alternativas e independentes até o lançamento de “A teus pés” pela editora Brasiliense, em 1982. Sua poesia é fortemente marcada por elementos autobiográficos e pelo tom confessional e coloquial – mas também por um permanente ar blasé, que hoje me incomoda um pouco, mas que no contexto cultural dos anos 70 e 80 fazia sentido. Isso reforça minha opinião de que determinados poetas – por exemplo, Waly Salomão, além do já citado Leminski e da própria Ana Cristina – perdem força sem a devida contextualização, já que sua poesia estava tanto (ou mais) na vida quanto na página impressa. Desinseridos dos conflitos e impasses políticos e comportamentais do final dos anos 70 e início dos 80 em que Ana viveu – e “Inconfissões” não se preocupa muito com essa inserção – os poemas, fragmentos de textos e cartas e páginas de diários de Ana Cristina parecem um pouco anêmicos.
Além de “Inconfissões” e do lançamento recente da antologia “Ana Cristina Cesar – Poética” pela Companhia das Letras, a poeta ganha uma reedição de bolso de “A teus pés” e volumes de textos críticos e correspondência. Seu acervo, herdado pelo amigo e também poeta Armando Freitas Filho, entrevistado por este blog no domingo passado, hoje pertence ao Instituto Moreira Salles.
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Uma dica para quem vai à FLIP mas não quer se limitar à programação intensa (e às filas) da tenda principal é acompanhar as atividades da Casa Cais, que vai reunir nomes como Pilar del Río, Miguel Gonçalves Mendes, Marina Lima, Pedro Luís e José Eduardo Agualusa, em debates, exposições e espetáculos musicais. Fica na Rua Fresca, ao lado da Capelinha. A Casa Cais surgiu em 2015 como expansão do Cais (cais.ato.br), site que convida artistas de diferentes vertentes a expor obras de língua portuguesa em processo. No ano passado, pela primeira vez na FLIP, a Casa Cais contou com artistas como Adriana Calcanhotto e Gonçalo M. Tavares.
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Uma dica para quem vai à FLIP mas não quer se limitar à programação intensa (e às filas) da tenda principal é acompanhar as atividades da Casa Cais, que vai reunir nomes como Pilar del Río, Miguel Gonçalves Mendes, Marina Lima, Pedro Luís e José Eduardo Agualusa, em debates, exposições e espetáculos musicais. Fica na Rua Fresca, ao lado da Capelinha. A Casa Cais surgiu em 2015 como expansão do Cais (cais.ato.br), site que convida artistas de diferentes vertentes a expor obras de língua portuguesa em processo. No ano passado, pela primeira vez na FLIP, a Casa Cais contou com artistas como Adriana Calcanhotto e Gonçalo M. Tavares.
02 de julho de 2016
in máquina de escrever
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