quinta-feira, 7 de outubro de 2021

DINHEIRO E O SENTIDO DA EXISTÊNCIA

 

A TEORIA ECONÔMICA, A GLOBALIZAÇÃO E O CAPITALISMO

 

NÃO SAIA POR AÍ DANDO OPINIÃO

 07 

IMPORTÂNCIA DO CONCEITO DA MORTE E O SENTIDO DA VIDA

 

DEUS, UMA ILUSÃO OU REALIDADE?

 

ACEITAR A EXISTÊNCIA

 

Aceitar a existência

07 de outubro de 2021

FUNDAÇÃO - ISAAC ASIMOV (RESENHA)

 




Existem alguns livros que quando adquirimos o hábito de leitura é quase impossível não nos depararmos ao longo da vida. Quem gosta de Literatura Clássica Brasileira em algum momento da vida vai ler a Trilogia Realista de Machado de Assis. Quem gosta de Fantasia em algum momento vai ler O Senhor dos Anéis (ou pelo menos tentar). Quem gosta de livros Young-Adult com certeza lerá Harry Potter. Quem gosta de ficção científica, em algum momento vai ler Fundação.

Considerada a obra prima de Isaac Asimov, a trilogia Fundação certamente ajudou a definir o gênero de Ficção Científica. Acho até difícil encontrar algum paralelo para a importância dessa obra para o gênero (creio que apenas Duna, de Frank Herbert, e os romances de Philip K. Dick poderiam dividir a prateleira com essa obra). Provavelmente no ramo da ficção especulativa, o prêmio mais importante que um autor pode ganhar é o prêmio Hugo (farei uma postagem acerca desse prêmio nos mesmos moldes que fiz do Nebula ainda esse mês). Pois bem, o prêmio teve seu início em 1953, dois anos após a publicação do primeiro volume da trilogia na forma de livro, em 1951 (ele já havia sido publicado ao longo da década de 40 em revistas). Para corrigir o “erro” de algumas obras fundamentais não terem concorrido ao prêmio, em 1966 a World Science Fiction Society criou uma categoria especial chamada literalmente de “Melhor Série de Todos os Tempos”. A trilogia Fundação venceu essa categoria desbancando a série Barsoom, do Edgar Rice Burroughs (série que se inicia no livro A Princesa de Marte), História Futura, do Robert E. Heinlein e O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.

“Nunca deixe seu senso moral impedir você de fazer o que é certo!”

Pois bem, mas do que se trata o livro? O livro se inicia com a chegada de um matemático que recém obteve seu PhD chamado Gaal Dornick no planeta de Trantor, capital de um Império Galático de 12 mil anos. Gaal chega a Trantor para trabalhar em um projeto do lendário Hari Seldon, um matemático e psicólogo genial que, unindo as duas ciências foi capaz de desenvolver a Psico-História: Uma ciência capaz de, através de análises históricas, estatísticas e sociológicas, realizar previsões muito acuradas sobre o comportamento conglomerados humanos contendo um grande volume de pessoas.



Hari Seldon, por Michael Whelan.



Através das análises psico-historiográficas de Seldon, ele determina que o Império Galático irá colapsar em cerca de 300 anos e, após esse período a Galáxia enfrentaria aproximadamente 30 mil anos de Barbárie. Seldon também chega a conclusão de que parar o processo de declínio do Império é completamente impraticável, porém seria possível, com bastante esforço, reduzir os efeitos dessa queda. Surge aí A Fundação, um grupo de cerca de cem mil pessoas, em sua maioria cientistas, que deverão, ao longo do próximo milênio, minimizar os efeitos da Barbárie e lançar bases para o ressurgimento da civilização.

A estrutura do livro é de uma “fix-up novel”, uma novela construída através da união de várias histórias menores. O livro é composto de cinco partes e cada parte meio que funciona por si só e nos conta um acontecimento marcante na história da fundação. Os personagens irão mudar, pois essas cinco partes cobrem aproximadamente 200 anos de história, então os personagens que são protagonistas de uma parte, na outra parte serão velhos e na outra parte serão figuras históricas da fundação. O texto é narrado em terceira pessoa e é muitíssimo fluido. A maior parte do texto é composta por diálogos, o que geralmente fornece bastante dinamismo para a história. E mesmo sem lançar mão de extensas descrições, Asimov consegue nos transportar para os ambientes do livro de forma muito fácil: um dos melhores exemplos de “Show, don’t tell.” (Mostre, não conte.) disponíveis.


“As estrelas podem não mudar mesmo em séculos, mas fronteiras políticas são fluidas demais.”

Devido à própria estrutura do livro, os personagens não são largamente desenvolvidos. Em geral tem características bastante marcantes e possuem voz própria. Ao longo da leitura, pouquíssimas vezes precisei reler as falas porque não tinha certeza de quem estava falando, ainda que o livro seja em sua maioria composto justamente de diálogos. Já havia lido críticas duras ao Asimov em relação ao desenvolvimento dos personagens mas aqui, embora não seja a característica mais notável, achei longe de ser ruim. A qualidade dos diálogos do livro é boa também. É um livro que todos os aspectos contribuem para criar o cenário certo na sua mente, dar o tom exato da história.


Artista: Alexander Wells

Ao longo da leitura desse livro pude perceber um fenômeno curioso. Fundação foi meu primeiro contato com a obra de Isaac Asimov e em mais de um momento ao longo da leitura fui surpreendido com um sentimento de “nostalgia” pela história. Se isso não é um atestado do impacto que essa obra teve na formação do imaginário coletivo da ficção científica, eu não sei o que é.

O livro é curto, tem 240 páginas, é uma leitura bem rápida. Li na tradução do Fábio Fernandes, gostei bastante do texto. A edição da Aleph ainda tem um adendo: é a versão revisada pelo próprio Asimov no fim da década de 80. Explico: No fim da vida, Isaac Asimov decidiu organizar todos seus livros de ficção científica em uma mesma linha do tempo. A série Fundação seria uma parte fundamental desse universo unificado. Então ele fez algumas alterações, principalmente em questões de datas, para evitar incongruências. Essa edição é a primeira publicada no Brasil que contém essa adequação.



Edição de colecionador da editora Aleph contendo os três livros em um volume único.

No momento de publicação dessa resenha se encontra em pré-venda, também pela editora Aleph, uma nova edição de colecionador da série. Essa edição conta com um volume único da Trilogia, bem como uma série de ilustrações do artista Alexander Wells. Também está em produção pela Apple uma série de 10 episódios baseada na obra de Asimov para o serviço de streaming da empresa, em uma tentativa de rivalizar com as gigantes Netflix e Amazon. O estúdio responsável pela série de TV foi o mesmo responsável por Carbono Alterado, da Netflix.

Fundação é um clássico quase inigualável da Ficção Científica. Leitura obrigatória para quem é fã do gênero. Recomendadíssimo, tanto para curtir a história quanto para conhecer uma das maiores influências do gênero.


07 de outubro de 2021
Timoteo Potin

É MAIS FÁCIL VOCÊ FICAR MILIONÁRIO...

 

"LOCKDOWN CLIMÁTICO": PROIBIR PICAPES E RENUNCIAR A CARROS PRIVADOS?



“Lockdown climático”: proibir picapes e renunciar a carros privados?





Banir picapes e carros particulares para 'salvar o clima'?



Luis Dufaur

Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Os crescentes apelos por “lockdowns climáticos” para sustar os fantasmas do “aquecimento global” e do CO2 recebem espaços na mídia na proporção do exagero.

‘É hora de proibir a venda de picapes’, ‘abandone totalmente a dependência de veículos particulares’ são algumas das mais recentes reivindicações verde/vermelhas, observa “Climatedepot”.


Davide Mastracci, editor-chefe do grupo ecologista canadense Passage, que se autodescreve como “aspirante a marxista” propôs em julho de 2021:

“Cortar drasticamente as emissões do setor de transporte é de extrema importância para uma estratégia climática de sucesso.

“Uma forma de ajudar a fazer isso é proibir a venda de picapes para todos os consumidores, a menos que sejam capazes de atender a requisitos estritos para provar que serão usadas principalmente para fins de trabalho”.

Para eles, os veículos particulares, independentemente do modelo, “colocam todos nós em perigo devido aos seus níveis de emissão”.

“Reduzir ainda a destruição do clima e os acidentes rodoviários fatais é mais importante do que a liberdade da empresa ou do consumidor”.

Explorar os efeitos da pandemia para afogar a indústria
Passage se volta contra o Canadá seu país acusando-o de ser um dos maiores emissores de gases de efeito de estufa do mundo.

Exige reduzir drasticamente as emissões do setor de transporte proibindo entre outras coisas, a venda de picapes para todos os consumidores, que não provem que vão usa-las no trabalho.

“The Guardian” quotidiano britânico de esquerda adota o velho raciocínio comunista contra os ricos que agora seriam os usuários de voos frequentes “superemissores” de gases de efeito de estufa.

Esses, parafraseando a retórica marxista, representam apenas 1% da população mundial, mas são responsáveis por metade das emissões de carbono da aviação em 2018, de acordo com um estudo da revista Global Environmental Change, da confraria ecologista.

Também seriam indiciáveis as companhias aéreas. Elas teriam produzido um bilhão de toneladas de CO2 mas teriam desviado US$ 100 bilhões por não compensarem os danos climáticos causados.



Cemitérios de aviões de passageiros, um fruto dos 'lockdowns climáticos'
11% da população mundial voou em 2018 e 4% voou para o exterior. Os passageiros frequentes – os novos ricos predadores dos pobres – sobre tudo dos EUA são os que mais produzem CO2.

As emissões de aviação para servir esses ricos são maiores do que as produzidas pelos 10 países somados que lhe seguem na lista.

Esse é o grupo de elite apresentado como fazendo mal ao planeta enquanto desfruta de voos frequentes e agrava a crise climática que afeta a todos.

É a visualização em termos ecologistas da luta de classe marxista em que uma minoria de oligarcas exploradores explora a massa do povo que sofre as consequências.

A proposta pede provocar a diminuição de passageiros aproveitando a pandemia e cortando os auxílios dos governos à aviação comercial.


Stefan Gössling da Universidade Linnaeus na Suécia, que liderou o estudo diz: “os ricos têm liberdade demais para projetar o planeta de acordo com seus desejos. Devemos ver a crise como uma oportunidade para enxugar o sistema de transporte aéreo”.
Mas nem tudo é pretexto tirado da natureza. Há filosofia igualitária apriorística pelo meio.


Dan Rutherford, do Conselho Internacional de Transporte Limpo, disse que a análise levantou a questão da igualdade.

“Os benefícios da aviação são compartilhados de forma mais desigual em todo o mundo”, disse, “as companhias aéreas só protegem os interesses econômicos dos ricos”.


Aviões parados pelo lockdown da pandemia. Modelo para 'salvar o clima'?
A International Air Transport Association (Iata), que representa as companhias aéreas do mundo, se defendeu dizendo o que é evidente: “as viagens aéreas são uma necessidade para milhões”.

Também Andrew Yang, quem foi pré-candidato democrata à presidência americana, superado por Joe Biden, encarnou a tendência anti-transporte privado que cresce no seio de seu partido.

Ele defendeu eliminar a posse de carros particulares para combater a mudança climática, em fórum da MSNBC na Universidade de Georgetown, na capital americana.

“Talvez não tenhamos nossos próprios carros” até 2050 para livrar os EUA dos combustíveis fósseis, qualificando a propriedade de carros particulares de “ineficiente e ruim para o meio ambiente”.

Eles seriam substituídos por uma “frota constante de carros elétricos” que, obviamente, só o governo poderia pagar, limitando a liberdade individual e deixando o cidadão à mercê de uma burocracia de tipo estatista ou socialista.

Yang calcula que seu plano climático custaria quase US$ 5 trilhões em 20 anos e que a interdição dos carros privados forçará centenas de bilhões de dólares em investimentos em transportes coletivos supostamente sem emissões, mas estimuladores da igualdade utópica.

Como a despesa é assustadora, ele pretende justifica-la agitando medos de danos e mortes causados pelas mudanças climáticas, que nunca deixaram de acontecer na ordem da natureza.

07 de outubro de 2021
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista internacional