Estudo publicado na revista 'Science' revela que o homem mata outros animais em taxas até 14 vezes superior a outros carnívoros da natureza
112O dentista norte-americano Walter James Palmer (esquerda), responsável pela morte do leão Cecil no Zimbábue (Foto: trophyhuntamerica/Reprodução)
1212O operador de safari Honest Ndlovu envolvido no caso do leão Cecil (Foto: Philimon Bulawayo/Reuters)
Os humanos são uma espécie única de "super-predadores", com uma eficiência que ultrapassa todas as regras do mundo animal. Matamos outros bichos em uma taxa até 14 vezes superior a outras espécies caçadoras, de acordo com um amplo estudo publicado na revista Science desta sexta-feira.
Para desvendar o comportamento humano como predador, os pesquisadores analisaram 2.215 carnívoros de todo o mundo, incluindo animais marinhos e terrestres. Descobriram que os homens caçam populações adultas que estão no topo da cadeia alimentar, como ursos ou leões, em uma taxa nove vezes maior do que fazem esses animais. Entre as espécies marinhas, a taxa é 14 vezes maior.
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De acordo com os pesquisadores, o mais impressionante no comportamento humano é que costumamos matar animais adultos, diferente do que acontece em todo o reino animal, que prefere presas jovens (e mais fáceis de abater). Os peixes, por exemplo, consomem apenas 1% de bichos adultos. Os homens são capazes de fazer isso porque desenvolveram técnicas sofisticadas de caça, que promovem ganho máximo e custos mínimos. Anzóis, arpões, redes de pesca e armas de fogo atingem os animais de modo certeiro e não têm o impacto de uma luta corpo a corpo, como os arranhões que ganharia um tigre ao caçar javalis.
Isso causa taxas de extinção elevadas, pois eliminamos bichos que estão no auge da época reprodutiva. Esse modo de caçar contribui para desequilíbrios ambientais e distúrbios na evolução de algumas espécies, como o incentivo a seu tamanho reduzido, o que é verificado em alguns peixes, segundo os cientistas. A longo prazo, isso faz do homem um "insustentável super-predador": em vez de garantir a sobrevivência das espécies que caça, ele acaba com as presas e, em consequência, com a própria alimentação.
Alternativas - De acordo com os cientistas, a menos que transforme seu modo de caçar, a humanidade continuará a alterar processos ecológicos e evolutivos em todo o globo. Entre as alternativas para que ela seja um predador ecologicamente mais eficiente, os autores sugerem que os homens observem os caçadores naturais e imitem sua maneira de agir. Para isso, indicam o desenho de "programas de quotas de capturas, o oferecimento de recursos para comunidades de pescadores e o estabelecimento de novas definições de exploração sustentável que foque não apenas nos rendimentos humanos, mas simule o comportamento de predadores naturais."
(Da redação)
112O dentista norte-americano Walter James Palmer (esquerda), responsável pela morte do leão Cecil no Zimbábue (Foto: trophyhuntamerica/Reprodução)
1212O operador de safari Honest Ndlovu envolvido no caso do leão Cecil (Foto: Philimon Bulawayo/Reuters)
Os humanos são uma espécie única de "super-predadores", com uma eficiência que ultrapassa todas as regras do mundo animal. Matamos outros bichos em uma taxa até 14 vezes superior a outras espécies caçadoras, de acordo com um amplo estudo publicado na revista Science desta sexta-feira.
Para desvendar o comportamento humano como predador, os pesquisadores analisaram 2.215 carnívoros de todo o mundo, incluindo animais marinhos e terrestres. Descobriram que os homens caçam populações adultas que estão no topo da cadeia alimentar, como ursos ou leões, em uma taxa nove vezes maior do que fazem esses animais. Entre as espécies marinhas, a taxa é 14 vezes maior.
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De acordo com os pesquisadores, o mais impressionante no comportamento humano é que costumamos matar animais adultos, diferente do que acontece em todo o reino animal, que prefere presas jovens (e mais fáceis de abater). Os peixes, por exemplo, consomem apenas 1% de bichos adultos. Os homens são capazes de fazer isso porque desenvolveram técnicas sofisticadas de caça, que promovem ganho máximo e custos mínimos. Anzóis, arpões, redes de pesca e armas de fogo atingem os animais de modo certeiro e não têm o impacto de uma luta corpo a corpo, como os arranhões que ganharia um tigre ao caçar javalis.
Isso causa taxas de extinção elevadas, pois eliminamos bichos que estão no auge da época reprodutiva. Esse modo de caçar contribui para desequilíbrios ambientais e distúrbios na evolução de algumas espécies, como o incentivo a seu tamanho reduzido, o que é verificado em alguns peixes, segundo os cientistas. A longo prazo, isso faz do homem um "insustentável super-predador": em vez de garantir a sobrevivência das espécies que caça, ele acaba com as presas e, em consequência, com a própria alimentação.
Alternativas - De acordo com os cientistas, a menos que transforme seu modo de caçar, a humanidade continuará a alterar processos ecológicos e evolutivos em todo o globo. Entre as alternativas para que ela seja um predador ecologicamente mais eficiente, os autores sugerem que os homens observem os caçadores naturais e imitem sua maneira de agir. Para isso, indicam o desenho de "programas de quotas de capturas, o oferecimento de recursos para comunidades de pescadores e o estabelecimento de novas definições de exploração sustentável que foque não apenas nos rendimentos humanos, mas simule o comportamento de predadores naturais."
(Da redação)
01 de setembro de 2015
Veja.com
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