terça-feira, 7 de abril de 2015

CONSIDERAÇÕES ETOMOLÓGICAS/FONOGRÁFICAS

Papiro de Elbers - Egito dos Faraós

É muito interessante analisar a origem das palavras, vários indivíduos, fonólogos, gramáticos, semiologistas ou simples estudiosos já o fizeram e por vezes dedicando toda sua vida ao assunto.
Mas não menos interessante é o estudo da origem das letras.

Caiu-me às mãos, não me lembro se livro, revista ou impresso qualquer, uma tabela com a origem de algumas letras usadas nas línguas ocidentais. Só por mera curiosidade observemos as nove primeiras letras do nosso alfabeto e suas variações desde as priscas eras da escrita hierática (sagrada) do Egito dos Faraós, aquela que permitia aos escribas do reino escrever rapidamente nos papiros, até à escrita gótica dos monges medievais, que escreviam livros manualmente e que foi adotada por Gutemberg em sua prensa ao imprimir os primeiros livros.
Observe-se o A: os fenícios, povo que viveu aproximadamente de 2300 a 1200 anos AC, habitante de uma nação ao norte do atual Israel, provavelmente a região da bíblica Canaã, adaptaram o A do hieroglifo egípcio, sem tirar nem por, e posteriormente os gregos giraram o A, que parecia um K, colocaram o traço no meio e, pronto, eis nosso A cuja forma minúscula parece ter voltado aos escribas egípcios com os Carolíngios, o reino franco de Carlos Magno, por volta do ano 800 DC. 

Os fenícios deturparam o B egípcio, em compensação, os gregos o recuperaram colocando um traço ao lado. Já o C não tem nada a ver com suas origens remotas: só se tornou um c como o conhecemos atualmente com a civilização romana clássica, pós grega. 
Enquanto o D, esse veio diretamente dos fenícios, tendo-se apenas arredondado o delta grego pelos romanos, tendo os monges acrescentado um rabinho à direita em seus escritos manuais, rabinho esse prolongado pelos franceses e conservado em sua forma minúscula até hoje!

E tem uma evolução interessante: os fenícios giraram o E egípcio 90 graus para a direita e posteriormente os gregos o espelharam, deixando a forma maiúscula do jeito que está até hoje enquanto a forma minúscula foi transformada pela escrita medieval e moderna.

A letra F foi adaptada pelos gregos como Phi diretamente dos fenícios em sua forma minúscula, mas, no grego clássico, foi transformada no F maiúsculo que conhecemos. 

Acredito que sua forma minúscula, o f, é uma variação direta e próxima do Phi.
Interessante é que o G como o conhecemos, não existia em nenhuma outra língua ancestral, e apareceu com os romanos. Provavelmente como uma variante do Zeta grego, pois a forma minúscula do zeta lembra bastante o g minúsculo! Com a palavra os helenistas.
Com o H, quase a mesma história evolutiva do D: apareceu com os fenícios e quase não mudou nada ao longo dos séculos, permanecendo com a mesma grafia maiúscula, apenas redesenhada em sua forma minúscula pelos monges escritores da idade média.

Observe o I: perdeu seus tracinhos egípcios e fenícios e foi minimalizado como um simples traço até hoje, tendo a escrita gótica colocado o pingo nos iis. Parei. Deixo aos filólogos analisar as demais letras, mas penso que todas devem ter tido as mesmas origens e a mesma modo evolutivo.

Observemos apenas que as maiores transformações ainda são relativamente recentes e foram impostas pelos monges desenhistas/escritores ao escrever seus livros de forma manual em seus "scriptoria".
Link para complementação a respeito da escrita medieval:

http://www.spectrumgothic.com.br/gothic/gotico_historico/caligrafia_medieval.htm

07 de abril de 2015
in saco de gatos

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