domingo, 1 de novembro de 2015

MANOEL DE BARROS: POEMA

O fazedor de amanhecer
Sou leso em tratagens com máquina. 
Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis. 
Em toda a minha vida só engenhei 
3 máquinas 
Como sejam: 
Uma pequena manivela para pegar no sono. 
Um fazedor de amanhecer 
para usamentos de poetas 
E um platinado de mandioca para o 
fordeco de meu irmão. 
Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias 
automobilísticas pelo Platinado de Mandioca. 
Fui aclamado de idiota pela maioria 
das autoridades na entrega do prêmio. 
Pelo que fiquei um tanto soberbo. 
E a glória entronizou-se para sempre 
em minha existência.
01 de novembro de 2015

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