O espiritismo é a religião mais bíblica, enquanto que as demais, que se dizem também bíblicas, na realidade são mais dogmáticas, ou seja, seguidoras dos dogmas. Entre todas as igrejas cristãs existem divergências que as separam umas das outras, como há também entre o espiritismo e elas. Mas há mais coisas que nos unem do que as que nos separam! As exceções, geralmente, são justamente os dogmas. E dizemos contra a opinião de muitos teólogos cristãos que Kardec é o verdadeiro reformador do cristianismo e não bem Lutero.
E o espiritismo é também mais bíblico por mais dois motivos que reforçam essa afirmação. Com o Velho Testamento, a doutrina espírita está muito identificada pela riqueza dos fenômenos mediúnicos nele registrados. Já com relação ao Novo Testamento, o espiritismo identifica-se muito com ele pelo fato de ela adotar, na íntegra, a moral dele.
MORAL ESPÍRITA – Realmente, como disse Kardec, a moral espírita é a do Novo Testamento, porque ele representa o melhor código de moral da História da Humanidade. Além disso, o Novo Testamento possui também muitos fenômenos mediúnicos, principalmente no Livro de Atos dos Apóstolos. E os dois testamentos bíblicos possuem também vários exemplos do fenômeno da reencarnação, que as igrejas cristãs fazem de conta que o ignoram, quando não o condenam!
Mas o fato de a doutrina espírita ser a religião mais bíblica não significa que os espíritas aceitem que a Bíblia seja, literalmente, a palavra de Deus, e que ela não tenha erros, pois ela os tem, principalmente, quando alguns textos dela são interpretados, de modo abusivo, ao pé da letra e figuradamente. De fato, pode-se dizer que muitos erros bíblicos estão justamente nas interpretações forçadas e irracionais de seus textos, ora de modo literal, ora de modo figurado.
ERROS DE TRADUÇÃO – Há também na Bíblia erros de traduções com o objetivo de ocultar algumas ideias que não estão de acordo com as teses tradicionais e dogmáticas do cristianismo. E os líderes religiosos, geralmente, nunca abordam algumas partes bíblicas que não estão também de acordo com o ensino de sua igreja, ignorando-as, totalmente.
E eis uma passagem bíblica, que, de uns 80 anos para cá, teve sua tradução alterada para ocultar a ideia da reencarnação. Mas primeiramente, uma explicação: a primeira geração numa família é a do pai; a segunda é a dos filhos; a terceira é a dos netos; e a quarta é a dos bisnetos. “… sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos ‘na’ terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” (Êxodo 20: 5).
“ATÉ”, AO INVÉS DE “NA” – De 1930 para trás, esse texto, no lugar de “até”, havia “na”, ou seja, “em” mais o artigo “a”. Portanto, o texto antigo dizia “na” terceira e quarta geração. A alteração foi feita, porque “até” nos netos (terceira geração) e, principalmente, nos bisnetos (quarta geração), o “mesmo espírito” do “pai” que pecou no passado (agora já avô ou bisavô desencarnado) pode reencarnar num de seus netos ou bisnetos, recebendo, pois, ele próprio, seu “castigo” ou seu carma de sofrimento, que é a colheita da semeadura da iniquidade que ele fez no passado.
A falsificação desse texto da Bíblia é mais uma das provas de que o espiritismo é mesmo bíblico e de que os tradutores dela sabem disso muito bem!
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como alguns frequentadores do blog já sabem, sou ideologicamente comunista e ecumenicamente religioso., na linha de Buda, Sócrates, Cristo, Kardec, Marx e Engels. Admiro todas as religiões e as respeito por igual. Tenho certeza de que o Papa Francisco está no caminho certo, ao defender o ecumenismo. Há duas semanas, estive na Igreja da Glória e assisti à missa de sétimo dia de meu grande amigo Manuel Augusto Andrade, celebrada pelo padre Geovane Ferreira, o único exorcista do Rio de Janeiro. Fiquei impressionado com a força de sua pregação, a enorme igreja estava lotada, a missa é cantada em coral, uma liturgia toda diferente da adotada pelo Vaticano. E o padre Geovane reza a missa de olhos cerrados, como se estivesse incorporado espiritualisticamente. E isso me fortaleceu a crença de que Deus não está apenas numa religião, mas em todas elas. Me senti uma pessoa diferente ao sair daquela missa. (C.N.)
06 de junho de 2017
José Reis Chaves
O Tempo
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