O que ocorreu nesse último domingo na Venezuela foi uma ação coordenada levada a cabo por cerca de vinte militares que, conduzindo três caminhões, atacaram uma instalação militar estratégica das forças armadas venezuelanas, o Forte Paramacay. A ação demorou várias horas e ocorreu enquanto o ditador Nicolás Maduro se encontrava em Havana, capital cubana. O comandante geral do destacamento envolvido na ação, a Brigada 41, encontrava-se na Rússia em uma competição de jogos militares.
A ação ocorreu enquanto as tropas acantonadas no forte dormiam. Os militares rebeldes foram comandados pelo Capitão Juan Carlos Caguaripano, em conjunto com o inspetor Óscar Pérez, que já havia se rebelado anteriormente em um ataque por helicóptero contra o Palácio da Justiça, conforme descrito nesse artigo aqui e nesse outro, do Crítica Nacional. Durante o ataque, os rebelados conseguiram tomar centenas de armas e fugiram. Este era o objetivo da missão.
Logo após o ocorrido, o Ministro Ernesto Villegas afirmou que os militares revoltados haviam sido capturados e e que a situação estava sob controle. Por sua vez, o Ministro da Defesa Vladimir Padrino declarou que havia ocorrido um ataque terrorista contra quartéis e bases militares do país, ataque esse efetuado por mercenários paramilitares contratados pela direita para roubar armas. Diosdado Cabello, um dos homens fortes do regime de ditadura, fez afirmação semelhante: estamos sofrendo um ataque terrorista.
Cabello também afirmou que os capturados haviam confessado que teriam sido contratados por um governo estrangeiro. Em seguida, as forças armadas emitiram um comunicado afirmando que os rebelados haviam sido quase todos capturados, mas admitindo que um grupo havia roubado todas as armas.
Um pouco mais tarde, Nicolás Maduro falou em seu programa de televisão e disse que a situação estava controlada. No entanto, logo em seguida, o Ministro da Defesa Vladimir Padrino enviou todas as tropas e as forças especiais em direção a Paramacay, além de ordenar uma grande operação policial e militar em Caracas e Valencia, revistando principalmente veículos. proibiu também a saída de qualquer aeronave e mandou reforçar a segurança no acesso ao Forte Tiuna, em Caracas. Houve aumento expressivo da presença de policiais e militares nas ruas.
A História Real do Capitão Juan Carlos Caguaripano
Há poucos anos, Juan Caguaripano teve que fugir da Venezuela, pois passou a ser perseguido pelo chavismo após ter sido descoberto em uma ação análoga a deste domingo. Havia risco real de que o chavismo pudesse mata-lo. No entanto, Juan Caguaripano retornou ao país e ontem comandou um grupo de oficiais que tomaram uma unidade militar. Os comandos do Capitão Caguaripano não tinham qualquer intenção de prender Nicolás Maduro ou de derrubar o regime assassino, conforme ele deixou claro em comunicado emitido a partir do local em que se encontra na clandestinidade.
Juan Caguaripano deixou claro que o objetivo da operação era obter as armas do povo, e defender a Venezuela dos traficantes de drogas comunistas que estão usurpando o poder sob a tutela do Foro de São Paulo. Em outro comunicado, o Capitão Juan Carlos Caguaripano agradeceu a nossa Resistência por ter acompanhado e apoiado esta operação. Até o momento, a suposta oposição oficial, representada pela socialdemocracia da MUD, Mesa da Unidade Democrática, não manifestou apoio aos soldados e evita falar sobre o ocorrido.
O regime chavista afirma que alguns dos militares rebelados que agiram nessa operação, chamada de Operação David e Golias, foram mortos ou presos. No entanto, de nossa parte não há qualquer confirmação em relação a essas possíveis baixas. O que temos certeza é que o chavismo é um regime que mente, que usa da mentira do começo ao fim.
Parte da grande imprensa internacional e seus agentes desinformantes estão afirmando que é a operação seria um false flag, ou outro falso positivo, como supostamente teria sido a ação perpetrada por Óscar Pérez de helicóptero há algumas semanas atrás. Mas a verdade é que a operação foi concluída com êxito, o chavismo foi ridicularizado novamente, e Raul Castro e Nicolás Maduro sabem que têm agora existe uma Brigada Blindada contra eles na operando na clandestinidade. No vídeo abaixo, uma entrevista com Óscar Pérez.
Emma Sarpentier é venezuelana e colaboradora do Crítica Nacional em Caracas.
08 de agosto de 2017
crítica nacional
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