domingo, 17 de dezembro de 2017

NO NATAL (OU NATAO), É TEMPO DE RELEMBRAR O "QUINTO EVANGELHO" DE SÃO TOMÉ

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Foi com o escritor, professor, filósofo e teólogo gaúcho Huberto Rohden (1893-1981) que aprendi a fazer neologismos. Ele foi docente na Universidade de Princeton (presbiteriana), colega de Einstein, que também lecionava lá. O que pouca gente sabe é que este grande autor brasileiro, com várias e importantes obras no campo da Espiritualidade, também foi jesuíta. Ainda que tenha largado o hábito, continuou um investigador das religiões comparadas e, como diz a Bíblia, uma vez sacerdote, sempre sacerdote, ou Hebreus 7:17 –“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.
Muito cedo Huberto interessou-se pelo Orientalismo e um belo dia visitou um antigo Templo Budista de Santa Teresa, RJ, em 1972, e lá o conheci pessoalmente. Mas os seus livros, desde criança eu já admirava, pois o meu pai era um inveterado leitor do Dr. Rohden, como ele chamava.
CREAR E CRIAR – Esta resenha de hoje é para falar do livro “O Quinto Evangelho – A Mensagem de Cristo”, do Apóstolo Tomé; a bela tradução e comentários são do referido pensador Huberto Rohden, editora Martin Claret, 162 paginas. E escrevi “NaTao” no título, inspirado no costume do sábio dos pampas, que em suas obras grafava “crear” em vez de criar. Logo no início ele se explicou:
“O Poder Infinito é o Creador do Universo – um fazendeiro é um criador de gado”, escreveu Rohden, que fundamentava sua preferência com base no Latim: “Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência”.
Assim, juntei a época natalina com o vocábulo chinês “Tao” que é um dos nomes de Deus, ou seja, “NaTao”, que bem pode significar: “Estar em Deus, com o Creador”.
DO SÉCULO II – Evangelhos apócrifos. Foi descoberto em 1945, em Nag Hamadi, no Egito. Cientistas dataram o texto em língua copta como sendo um original do século II da era cristã.
Após a dispersão dos apóstolos de Jesus, Tomé foi para a Índia e morreu lá. O seu corpo está até hoje sepultado na Catedral de Madras, uma cidade ao sul da Índia e, em suas pesquisas, o educador Rohden esteve orando no local.
Diz o texto: “Estas são as palavras secretas de Jesus, o Vivo, que foram escritas por Didymos Thomas”.
PALAVRAS SECRETAS – O tradutor brasileiro Huberto Rohden explica: “As palavras secretas são ensinamentos esotéricos de Jesus, proferidas não para as massas populares, mas para uma elite escolhida de discípulos do divino Mestre, capazes de compreenderem o sentido místico de certas verdades profundas”. E acrescenta: “Tomé se limita a mencionar certas palavras de Jesus (…). Alguns desses aforismos são altamente paradoxais, lembrando por vezes a linguagem de Lao-Tsé, no seu Tao Te Ching”.
Deduzimos então que tanto Cristo quanto o Apóstolo Tomé conheciam o mitológico autor chinês e seu famoso livro. Por dedução também, inferimos que, como o Zen-Budismo aproxima-se muito do pensamento filosófico chinês, o Taoísmo clássico, é quase certo que Cristo também conhecia o assunto.
VER PARA CRER – Este é o famoso São Tomé, aquele do “ver para crer”. E quando ele pediu a comprovação de Jesus, ele não estava duvidando, nem discordando do Mestre, era um comportamento típico de sua erudita educação e formação grega, que recomenda o pesquisar, o consultar e não sair assim de primeira, acreditando logo em tudo
“O Quinto Evangelho” constitui-se de 114 pequenos textos, mas de grandes e profundos significados, que, mais adiante, em outro artigo, voltaremos a abordar.
Feliz NaTao!

17 de dezembro de 2017
Antonio Rocha

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