Movimentos Cinematográficos – Nouvelle Vague
Poucos foram os movimentos da sétima arte que influenciaram tanto as gerações seguintes quanto a Nouvelle Vague. Tudo começou devido a presença de duas únicas pessoas: um arquivista cinematográfico chamado Henri Langlois, cofundador da Cinémathèque Française (criada em 1936, com o objetivo de recuperar e salvar cópias antigas de filmes) e um crítico chamado André Bazin, um dos fundadores da lendária revista Cahiers du Cinéma.
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Os futuros e principais diretores do movimento frequentavam a Cinémathèque e conheciam Langlois. Geralmente passavam madrugadas discutindo os filmes que assistiam, afinal, o lugar era uma espécie de cineclube. Dentre os cineastas que iriam escrever mais tarde para a revista citada, estavam nada menos do que François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer e Jacques Rivette.
O cinema conservador da época não estava mais agradando público e imprensa, pelo contrário, era até desprezado pelo jornal, o qual defendia o desenvolvimento de algo diferente e autoral. Sendo assim, os críticos da revista já citada se juntaram com outros frequentadores da Cinémathèque para justamente realizarem seus próprios filmes e, assim, começou a surgir uma mudança na estética e na linguagem.
Tudo isso foi possível graças aos avanços tecnológicos que possibilitaram a transição dos estúdios para locais reais, como câmeras portáteis de alta qualidade mais baratas e películas mais rápidas que permitiam filmagens sem iluminação, por exemplo.
A ideia era romper com aquilo que o público estava acostumado, trazendo novidades na linguagem cinematográfica, como uma montagem despreocupada com a linearidade da história, cenas filmadas na rua e sem ensaio que focam no psicológico dos personagens, suas relações cotidianas e banais, takes com luz natural e som direto e os jump cuts (cortes rápidos) passaram a ser usados com mais frequência.
Entre os principais filmes da Nouvelle Vague, preciso destacar “Acossado” (1960), “Viver a Vida” (1962) e “Bando à Parte” (1964) de Jean-Luc Godard; “Os Incompreendidos” (1959) e “Jules e Jim – Uma Mulher para Dois” (1962) de François Truffaut; “Cléo das 5 às 7” (1962) de Agnès Varda e claro, “Hiroshima Meu Amor” (1959) de Alain Resnais.
Espero que eu tenha instigado vocês a conhecerem mais a fundo este movimento cinematográfico tão importante e influenciador.
Para ajudar, separamos 15 filmes essenciais da Nouvelle Vague para você começar com o pé direito.
Lucas Pilatti Miranda
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