Retrato de Ricardo III e seu esqueleto - Divulgação/ Universidade de Leicester/ Domínio Público
Conhecido como um grande tirano, o rei Ricardo III teve sua péssima reputação eternizada por uma peça de William Shakespeare. O monarca, todavia, teve uma saga complexa tanto em vida, quanto em morte. Último rei da Casa de York da Inglaterra, ele foi sucedido pela dinastia Tudor, com a posse do rei Henrique VII da Inglaterra.
O monarca inglês morreu em batalha e pode ser considerado o último a ter falecido de tal maneira. Aos 32 anos, sendo apenas dois destes de governo na Inglaterra, ele foi morto na batalha de Bosworth, no dia 22 de agosto de 1485. Aquele foi também o último conflito da Guerra das Rosas, que selou o destino da dinastia.
A derrota de Ricardo e seu exército também marcou o fim da Idade Média da região. Mas quando o rei foi morto próximo da cidade de Market Bosworth, em Leicestershire, iniciou-se um mistério que perdurou por séculos.
Afinal, onde estava o corpo do fatídico monarca, que ficou conhecido por suas decisões controversas?
Conhecido como um grande tirano, o rei Ricardo III teve sua péssima reputação eternizada por uma peça de William Shakespeare. O monarca, todavia, teve uma saga complexa tanto em vida, quanto em morte. Último rei da Casa de York da Inglaterra, ele foi sucedido pela dinastia Tudor, com a posse do rei Henrique VII da Inglaterra.
O monarca inglês morreu em batalha e pode ser considerado o último a ter falecido de tal maneira. Aos 32 anos, sendo apenas dois destes de governo na Inglaterra, ele foi morto na batalha de Bosworth, no dia 22 de agosto de 1485. Aquele foi também o último conflito da Guerra das Rosas, que selou o destino da dinastia.
A derrota de Ricardo e seu exército também marcou o fim da Idade Média da região. Mas quando o rei foi morto próximo da cidade de Market Bosworth, em Leicestershire, iniciou-se um mistério que perdurou por séculos.
Afinal, onde estava o corpo do fatídico monarca, que ficou conhecido por suas decisões controversas?
Ricardo III / Crédito: Wikimedia Commons
Pelo que se sabe, no fim da batalha, o cadáver do rei foi enterrado de maneira simples em uma cidade vizinha de Leicester, mas não se sabe exatamente qual foi a trajetória do corpo. Muitas lendas dizem que Ricardo foi jogado no rio Soar, sendo este o motivo pelo qual ele permaneceu desaparecido por tanto tempo.
Outros acreditam que seu túmulo original tenha sido destruído ou ao menos removido durante a Reforma Inglesa, o que explicaria o sumiço do corpo do rei.
Dessa maneira, por ao menos cinco séculos, ninguém fazia ideia de onde estava o esqueleto do monarca inglês. Isso mudou apenas recentemente.
Pelo que se sabe, no fim da batalha, o cadáver do rei foi enterrado de maneira simples em uma cidade vizinha de Leicester, mas não se sabe exatamente qual foi a trajetória do corpo. Muitas lendas dizem que Ricardo foi jogado no rio Soar, sendo este o motivo pelo qual ele permaneceu desaparecido por tanto tempo.
Outros acreditam que seu túmulo original tenha sido destruído ou ao menos removido durante a Reforma Inglesa, o que explicaria o sumiço do corpo do rei.
Dessa maneira, por ao menos cinco séculos, ninguém fazia ideia de onde estava o esqueleto do monarca inglês. Isso mudou apenas recentemente.
Escavações arqueológicas
Esqueleto de Ricardo III / Crédito: Divulgação - Universidade de Leicester
Em 2012, a Sociedade Ricardo III iniciou um projeto ambicioso. Escavações arqueológicas começaram a ser feitas em um local onde, no passado, estava a Igreja Greyfriars Priory, uma capela franciscana que foi destruída no século 16 e deu lugar a um estacionamento, que permanece até os dias de hoje.
Foi quando os pesquisadores encontraram um esqueleto. Os profissionais do Departamento de Arqueologia da Universidade de Leicester descobriram, no subsolo do local, os restos bem preservados de um homem que apresentava escoliose severa.
O mais curioso era que o indivíduo apresentava características que poderiam muito bem ser de Ricardo. Por exemplo, os ossos indicavam que aquele ser humano morreu quando tinha entre 25 e 40 anos; o monarca veio a óbito quando tinha 32. Também foram notados ferimentos que poderiam ter sido feitos em batalha.
O exame
Os cientistas submeteram o esqueleto descoberto a um exame de datação por radiocarbono, que revelaram, por exemplo, que aquele homem havia vivido entre a segunda metade do século 15 e início do século 16.
Os estudos também revelaram que aquele homem teve uma alimentação baseada em proteína, marcada pelo consumo de frutos do mar, comida que marcou a época. Outro passo também foi comparar aqueles restos com as descrições físicas feitas sobre o rei.
Contudo, a análise definitiva foi a comparação de seu DNA com dois descendentes de sua irmã mais velha, Anne de York. "A sequência de DNA do esqueleto foi comparada com a dos parentes. Ficamos empolgados em descobrir que existe uma correspondência entre o DNA da família de Ricardo III e os restos encontrados nas escavações”, explicou a geneticista Turi King.
O arqueólogo Richard Buckley, coordenador das escavações, cravou que: “a conclusão acadêmica da Universidade de Leicester é que, além de qualquer dúvida razoável, o indivíduo exumado em Greyfriars, em setembro de 2012, é efetivamente Ricardo III, o último rei da Inglaterra da casa Plantageneta”.
“É uma honra e um privilégio estar no centro de um projeto que desperta tanto interesse público. Raramente as conclusões de alguma pesquisa acadêmica são esperadas com tanta ansiedade”, afirmou.
Em 2012, a Sociedade Ricardo III iniciou um projeto ambicioso. Escavações arqueológicas começaram a ser feitas em um local onde, no passado, estava a Igreja Greyfriars Priory, uma capela franciscana que foi destruída no século 16 e deu lugar a um estacionamento, que permanece até os dias de hoje.
Foi quando os pesquisadores encontraram um esqueleto. Os profissionais do Departamento de Arqueologia da Universidade de Leicester descobriram, no subsolo do local, os restos bem preservados de um homem que apresentava escoliose severa.
O mais curioso era que o indivíduo apresentava características que poderiam muito bem ser de Ricardo. Por exemplo, os ossos indicavam que aquele ser humano morreu quando tinha entre 25 e 40 anos; o monarca veio a óbito quando tinha 32. Também foram notados ferimentos que poderiam ter sido feitos em batalha.
O exame
Os cientistas submeteram o esqueleto descoberto a um exame de datação por radiocarbono, que revelaram, por exemplo, que aquele homem havia vivido entre a segunda metade do século 15 e início do século 16.
Os estudos também revelaram que aquele homem teve uma alimentação baseada em proteína, marcada pelo consumo de frutos do mar, comida que marcou a época. Outro passo também foi comparar aqueles restos com as descrições físicas feitas sobre o rei.
Contudo, a análise definitiva foi a comparação de seu DNA com dois descendentes de sua irmã mais velha, Anne de York. "A sequência de DNA do esqueleto foi comparada com a dos parentes. Ficamos empolgados em descobrir que existe uma correspondência entre o DNA da família de Ricardo III e os restos encontrados nas escavações”, explicou a geneticista Turi King.
O arqueólogo Richard Buckley, coordenador das escavações, cravou que: “a conclusão acadêmica da Universidade de Leicester é que, além de qualquer dúvida razoável, o indivíduo exumado em Greyfriars, em setembro de 2012, é efetivamente Ricardo III, o último rei da Inglaterra da casa Plantageneta”.
“É uma honra e um privilégio estar no centro de um projeto que desperta tanto interesse público. Raramente as conclusões de alguma pesquisa acadêmica são esperadas com tanta ansiedade”, afirmou.
Esqueleto de Ricardo III / Crédito: Divulgação - Universidade de Leicester
Com os resultados dos exames realizados nos ossos, os pesquisadores também publicaram um artigo sobre o tema na revista médica The Lancet, que contava com detalhes sobre a investigação. Eles perceberam que o homem foi morto sem capacete, tendo o crânio perfurado.
Além disso, é possível que ele tenha sido morto de joelhos. As análises identificaram onze ferimentos no corpo de Ricardo. Outro detalhe interessante é que os especialistas mostram que o corpo do rei foi mutilado mesmo depois de morto, forma de aumentar a humilhação diante da derrota.
Depois de toda essa pesquisa, que só foi possível depois de séculos de mistério, o esqueleto de Ricardo foi enterrado novamente, sepultado na capital da cidade em que foi encontrado. Finalmente, o soberano encontrará seu descanso final.
15 de setembro de 2021
ISABELA BARREIROS
Com os resultados dos exames realizados nos ossos, os pesquisadores também publicaram um artigo sobre o tema na revista médica The Lancet, que contava com detalhes sobre a investigação. Eles perceberam que o homem foi morto sem capacete, tendo o crânio perfurado.
Além disso, é possível que ele tenha sido morto de joelhos. As análises identificaram onze ferimentos no corpo de Ricardo. Outro detalhe interessante é que os especialistas mostram que o corpo do rei foi mutilado mesmo depois de morto, forma de aumentar a humilhação diante da derrota.
Depois de toda essa pesquisa, que só foi possível depois de séculos de mistério, o esqueleto de Ricardo foi enterrado novamente, sepultado na capital da cidade em que foi encontrado. Finalmente, o soberano encontrará seu descanso final.
15 de setembro de 2021
ISABELA BARREIROS
Nenhum comentário:
Postar um comentário