Diante da realidade robótica, e do que dizem os sociólogos futuristas, que prevêm o fim de 80% das atuais profissões e atividades humanas, o que pensar do futuro da humanidade?
Será possível desenhar o mundo de amanhã?!
Para termos a percepção do que pode significar mudanças tão drásticas, nesse momento da nossa condição psicoemocional, temos que admitir possibilidades que se apresentam como absurdas!
Estamos vivendo um século transitório, o fim de um ciclo civilizacional e o nascimento de um momento em que o conhecimento científico, atinge um patamar jamais existente em alguma ocasião da história humana.
Como projetar imaginariamente, as transformações que estão avançando celeremente, invandindo não apenas as ciências que alteram a realidade da produtividade do sistema, em suas diversas dimensões, mas invadindo os campos da subjetividade em seus múltiplos sentidos e valores?
O que pensar, por exemplo, da robótica que está produzindo humanoides, para atender e substituir a presença do ser humano, na sua "afetividade", que podemos afirmar ser um dado dos mais significativos e característicos da nossa espécie?
Quando me refiro a característica "afetiva", fica incluso sentimentos de ódio, amor, orgulho, vaidade etc...
A que passo estamos, de criar o protótipo humanóide, capaz de pensar e demonstrar afetividade, desenvolver suas próprias reações diante de quaisquer eventos sociais, políticos, econômicos?
Ou será que já criamos, e ainda está numa fase experimental?
Com toda certeza, esse humanoide, servido por uma IA, superará nossa condição inteligente, por mais que sejamos capazes de criar e inovar.
Essa condição que nos dá o privilégio de "seres criativos", é o reduto último que nega a possibilidade de um humanoide ser mais hábil, criativo e inteligente, do que um humano. Ledo engano!
Algumas ferramentas da IA, como o prosaico chat GPT, demonstra de modo inequívoco, que já estamos diante de algo dotado de imaginação criativa, capaz de reproduzir um ato inteligente da nossa espécie, com muito mais exatidão, perfeição, do que seríamos capazes. E note-se, com muito mais rapidez...
Quando me referi ao fim de 80% das profissões, poderia dar um exemplo real, que um profissional comentou em um artigo.
Precisava representar estatísticamente, o aumento do custo dos alimentos básicos de uma 'cesta' padrão. Se recorresse a um designer para representar simbolicamente tal realidade, além do custo, o tempo também seria um fator negativo, para a exigência imediata.
Recorreu a IA, e em segundos, recebeu a imagem que precisava! Sem custo e imediatamente!
O que significa isso? Uma ameaça iminente a uma profissão, que entra na lista de "risco de extinção"?!
A propósito, conversava alguns dias atrás sobre a ameaça que a IA representava para inúmeras atividades humanas, corriqueiras ou não, e como sou professor, inclui o magistério como uma futura "vítima" desse processo.
Para surpresa minha, já está em curso, segundo li em um artigo, o uso da IA servida por uma ferramenta, dando uma aula para uma turma de alunos!! Imaginemos que poderia ser uma palestra voltada para um público especializado... Com certeza, a IA aportaria informações atualizadas e até, por que não, surpreendentes?
Será que o Sistema está preparado para uma ordem social baseada na IA? E estaríamos nós, prontos para um salto que nos levará a uma outra realidade? O Sistema já teria respostas para um novo modelo econômico estruturado na IA? Como se organizaria a nova ordem na hierarquia de poder político? Ou as respostas nasceriam do caos?
São interrogações que estão batendo na porta do presente momento do seculo XXI, quando a robótica está chegando com força, alterando as relações humanas, a realidade e a História do "homo sapiens sapiens"...
Disse Marx que a "História se repete, a primeira vez como tragédia, e a segunda como farsa."
Isso me traz a lembrança a grande tragédia que ocorreu na Baixa Idade Média com o Renascimento, o fim do poder feudal, o início de uma nova ordem social e política, com a ascensão dos estados nacionais cenralizados, o fim das atividades tradicionais e do poder político então vigente, que marca a ruptura de dois momentos históricos!
A radical mudança do eixo histórico, com a reorganização social e econômica, a queda de Constantinopla, pandemias, a Peste Negra, as Cruzadas, a guerra dos cem anos (não necessariamente nessa ordem!), novas tecnologias, o surgimento do "individualismo" e os questionamentos dos dogmas religiosos, o declinio do poder da Igreja... E nasce a Idade Moderna, e avança agora para a grande crise da inevitável transformação provocada pelas novas tecnologias.
Pedi ao chatgpt um soneto de amor. Aí está... O que diria Camões?!... Os parnasianos??
Soneto de Amor
Nos teus olhos repousa o sol sereno,
Que em minha noite acende nova aurora;
Teu riso é canto, é flor que se enamora,
E faz do tempo um instante mais ameno.
Se toco tua mão, o mundo é pequeno,
E o coração, que em mim se desenflora,
Renova a fé que o sonho ainda implora,
E torna o amor em fogo puro e pleno.
Ah, doce amor, que em mim tudo refazes,
Transformas dor em luz, silêncio em arte,
E em cada adeus prometes mil regressos.
Que a vida inteira, em todos seus disfarces,
Seja o caminho que me leve à parte
Do teu abraço — abrigo dos meus versos
28 de outubro de 2025
prof. mario moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário