Millôr Fernandes e Chico Anysio morreram
quase juntos, com poucos dias de diferença.
Senti-me tentado a seguir junto com eles. Por verossimilhança.
Alguém escreveu que era amigo íntimo de Millôr Fernandes. Fui perguntar-lhe, então, o que devolvia quando trocava ideias com Millôr.
Lendo Millôr é que eu fiquei calculando quanto me falta ainda para me tornar um gênio.
Um tipo de chato muito corrente em festas ou restaurantes: o sujeito que fica arregimentando as pessoas na mesa para posarem para uma foto.
O chato enveredou com duas crianças pela mão em minha direção e disse com aparente gentileza: “Eu sei, Sant’Ana, que tu estás almoçando, mas eu vou te incomodar. Quero que assines aqui nestas folhas 12 autógrafos para parentes nossos que são teus fãs e vão vibrar com essas recordações”.
Perguntei: “O senhor quer que eu pare de almoçar para assinar 12 autógrafos, se entendi bem?”.
E o chato: “Não exatamente assim, para não te sacrificar, podes continuar almoçando e entre uma garfada e outra vais assinando os autógrafos”.
Um amigo me ensinou um antídoto contra chatos: quando o chato estivesse se aproximando de mim, eu tiraria o celular do bolso e fingiria que estava falando no aparelho.
Da primeira vez que tentei, o chato, enquanto eu fingia que falava no celular, ainda disse: “Eu espero que tu fales e em seguida a gente conversa”.
Por via das dúvidas, continuei fingindo que telefonava. E demorei no fingimento.
O chato foi buscar uma cadeira e abancou-se do meu lado.
Até que desisti e larguei o telefone.
O chato então me atacou de vez: “Como o assunto que tenho contigo é importante, peço-te que desligues o telefone para que não sejamos novamente interrompidos”.
Admitido a uma confraria de que faço parte, na semana passada, Ibsen Pinheiro disse em meio ao discurso: “Admito que sou muito inteligente, como vocês estão dizendo. Eu sou brilhante, sou excepcional, vocês estão repetindo aqui. Mas gênio é este aqui que está na minha frente, Paulo Sant’Ana”.
E depois explicou que todo gênio é mercurial, tem picos de genialidade, mas é capaz também de produzir absurdos.
Senti-me tentado a seguir junto com eles. Por verossimilhança.
Alguém escreveu que era amigo íntimo de Millôr Fernandes. Fui perguntar-lhe, então, o que devolvia quando trocava ideias com Millôr.
Lendo Millôr é que eu fiquei calculando quanto me falta ainda para me tornar um gênio.
Um tipo de chato muito corrente em festas ou restaurantes: o sujeito que fica arregimentando as pessoas na mesa para posarem para uma foto.
O chato enveredou com duas crianças pela mão em minha direção e disse com aparente gentileza: “Eu sei, Sant’Ana, que tu estás almoçando, mas eu vou te incomodar. Quero que assines aqui nestas folhas 12 autógrafos para parentes nossos que são teus fãs e vão vibrar com essas recordações”.
Perguntei: “O senhor quer que eu pare de almoçar para assinar 12 autógrafos, se entendi bem?”.
E o chato: “Não exatamente assim, para não te sacrificar, podes continuar almoçando e entre uma garfada e outra vais assinando os autógrafos”.
Um amigo me ensinou um antídoto contra chatos: quando o chato estivesse se aproximando de mim, eu tiraria o celular do bolso e fingiria que estava falando no aparelho.
Da primeira vez que tentei, o chato, enquanto eu fingia que falava no celular, ainda disse: “Eu espero que tu fales e em seguida a gente conversa”.
Por via das dúvidas, continuei fingindo que telefonava. E demorei no fingimento.
O chato foi buscar uma cadeira e abancou-se do meu lado.
Até que desisti e larguei o telefone.
O chato então me atacou de vez: “Como o assunto que tenho contigo é importante, peço-te que desligues o telefone para que não sejamos novamente interrompidos”.
Admitido a uma confraria de que faço parte, na semana passada, Ibsen Pinheiro disse em meio ao discurso: “Admito que sou muito inteligente, como vocês estão dizendo. Eu sou brilhante, sou excepcional, vocês estão repetindo aqui. Mas gênio é este aqui que está na minha frente, Paulo Sant’Ana”.
E depois explicou que todo gênio é mercurial, tem picos de genialidade, mas é capaz também de produzir absurdos.
06 de abril de 2012
Paulo Santana
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