sexta-feira, 20 de junho de 2014

É PERDA DE TEMPO, OU NÃO É?

Embora eu não tenha que achar nada em relação a vida dos outros, alfinetar o modo de viver alheio faz parte do filtro para escolhermos a nossa própria forma de viver.


E é por isso que acho que muita gente perde tempo na vida, embora o tempo não tenha como ser perdido, logo a própria noção que temos de “perda de tempo” é uma baita perda tempo.

E daqui, sentada no meu troninho de achismos, acredito que algumas coisas são muito tolas em relação ao tempo que “perdemos” com elas:
Coisas que achamos que deveríamos ter feito dessa ou daquela forma, perda de tempo.
Se, pudéssemos no momento do ato, fazê-lo de forma diferente, o teríamos feito. Então porquê essa vibe de rami-rami: ah devia ter feito diferente, ah eu devia ter feito de outra forma. Perda de tempo, só podemos fazer de forma diferente agora, exatamente, porque fizemos daquela forma. #experiência

 
Achar que outro tem que ter consciência, atitude ou o comportamento que VOCÊ teria, perda de tempo.
Se o outro pudesse, quisesse ou tivesse condições ele faria a coisa do jeito que achamos que deveria.
 
Eu acho esse pensamento uma grande merda, e é uma coisa que todo mundo tem com todo mundo: - Ah, mas ele não vê que isso é errado? Que é falta de ética? Que é sem noção? Que não se faz? Não vê que tá sujo e tem que limpar? Que está errado e tem que acertar? Que tem que pagar? Que tem que falar? Ou blábláblá?

O fato é, que se o outro tivesse essa noção ou consciência, já o teria feito, não acha? Tal como você, exímio exemplo de ser humano na sociedade faria, né verdade? Porém, ele não é você, logo, irá fazer como ele(a) acha mais aprazível... ou não. E sempre tem o – ou não – porque temos que compreender que ainda tem muita gente degustando de um prazer profundo e único, em canalizar o espírito de porco que existe dentro dele. E ele tem esse direito? Tem! Isso te irrita, me dá no saco, mas Tem!

Sou a favor do “do it yourself” ou da explanação geral sem pentelhação posterior. Resumo: ou você pega, faz e resolve a pendenga, ou manda a direta na lata e se posiciona em relação ao fato e acaba ali a estória. Do contrário, é esse rami-rami pelo resto da vida: ele não faz, ele não vê, ele não dá.......... perda de tempo.
Preocupação, com a preocupação de quem se preocupa com a vida alheia, baita perda de tempo!
Tem uma galera que gasta muitas sinapses se preocupando com quem se preocupa e fofoca sobre a vida alheia. Repara como tá fazendo a mesma coisa?

Oras, se o cara curte babar e acompanhar a vida dos outros que nem novela, não é um problema pessoal e intransferível dele (a)?

Aí, tem gente que me fala: “Mas é a minha vida que ele tá acompanhando!”. Oras, continue concentrada e focando em como construir sua invejável e magnífica vida, que não lhe sobrará tempo para perder com tal pessoa.

Mais uma vez eu digo: só reclama disso quem tem necessidade de se sentir invejado (escrevi sobre isso), logo: perda de tempo.

 
Lamentar porque se empenhou, amou, cuidou ou se “deu” de alguma forma, e “não valeu a pena”... Perda de tempo???
Na verdade, é o contrário. Em qualquer situação que dou o meu melhor, nunca, em momento algum, é perda de tempo. Dar nosso melhor, ser comprometido com algo ou alguém é uma qualidade que retorna com aumento de nossa auto estima de nós para nós mesmos.

Agora, fazer desse comportamento uma moeda, onde você dá e tem que receber em troca, isso sim é, não só não só perda do tempo, mas como de toda a auto estima pessoal. 

Porque passarmos para o outro a responsabilidade de reforçar positivamente o bom que há dentro de nós? Se não sabemos ou reconhecemos o quanto podemos ser bons, então meu amigo, estamos totalmente atolados na merda-estima.

Então, dar o seu melhor, independente de quem for ou para o que for, nunca é perda de tempo. Ser dependente da aprovação alheia para se sentir ou o exercitar o que se tem de bom, isso sim, é total perda de tempo.

 
Preocupar-se. Perda de tempo.
Pré-ocupação virou um vício e perdeu a função. Logo, se tornou uma das maiores perdas de tempo da humanidade.

É uma fonte de alimentação mental sem fim. Uma escrotização do nosso emocional e uma dependência sem noção da nossa necessidade de se mostrar responsável por qualquer coisa, de alguma forma.

Preocupação não tem nada a ver com resolução, mas as pessoas acham que rola um affair entre elas. Na verdade, é um caso daquele tipo “me bate, me xinga”, sabe qual é? E o fim desse tipo de coisa, é: ou perde a graça, ou vira um comportamento viciante que não leva a lugar algum. Voto na segunda opção como tendência e maior índice de perda de tempo da história da humanidade.

 
Achar que dormir, ficar parado, refletir, parar o frenesi é perda de tempo, é a maior das perdas de tempo e oportunidade.

Esse mundo que a gente vive está habitado por seres humanoides dependentes-compulsivos de movimento, logo, qualquer coisa que os faça parar para respirar, soa como improdutividade, que nos remete a tal “perda de um tempo” que não tem quantificação.

Quando dormimos, nosso corpo produz hormônios que só são estimulados nesse período. Sem tais hormônios, não conseguimos produzir nada durante o dia. É ao dormir também, que nosso cérebro concatena e armazena tudo que fizemos durante o dia, e além disso, por um sistema anti-insanidade, durante o sono nos libertamos temporariamente do corpo físico para experimentar nossa liberdade espiritual. É produtivo ou não é dormir?

As paradinhas, os momentos de baixa na vida, aquela respiração mais profunda criam vácuos que nos permitem ter acesso ao campo da criatividade e da inspiração, que não são de forma alguma criações mentais. Já a fazeção é totalmente mental e limitada, e dentro da sua limitação nos faz perder muito tempo correndo atrás do próprio rabo, quando que, numa parada estratégica, poderíamos dar grandes saltos de criatividade e produtividade.

Vale assistir essa passagem do filme "Caminho do Guerreiro Pacífico" para expandir a percepção sobre "coisas acontecendo", infelizmente não consegui incorporar o vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=68Kaa1y2gFQ

Tenho uma lista sem fim de coisas que são tipo “perda de tempo”, que dariam uns 15 posts:

Noticiário; Novelas; fofocas; Críticas; Reclamações compulsivas; Mentirinhas; Desculpinhas; Falta de Atitude; Medo de ser sincero; Medo da própria agressividade e muuuuuitos etcs.

E toda lista que a galera do facebook contribuiu, sabendo que cada uma delas tem seu ponto de vista e muitos poréns (aquelas que já escrevi sobre, coloquei o link nas palavras):

- Fazer tempestade em como d’água (vulgo: drama);
- Atitudes mesquinhas;
- Falta de objetividade, vitimismo;
- Insistir em algo que você não quer.

Não há como perdermos tempo, de forma alguma. Mas há como rever nossos conceitos em relação ao que entendemos como “perda”, porque vamos conversar, nada se perde no universo. O que sempre deixamos passar são oportunidades foda de perceber grandes fichas caindo. 

E isso me lembra a primeira verborragia do meu livro, que é a: "Não Tenho Tempo" que você pode ler nos slides aí do lado.
 
20 de junho de 2014
Monik Ornellas

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