Às vezes, a gente precisa se livrar um pouco da gente; isso, sim, é liberdade fina, das boas.
Pode ser mesmo bem libertador, de vez em quando, embora não seja lá um exercício fácil. Costumamos viver muito apegados à auto-imagem, a tal Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim”.
Sofremos, repetimos equívocos, ficamos apertados nos conhecidíssimos cômodos sem ventilação, mas o padrão antigo continua lá, firme e forte, permeando nossas ações, projetando o mesmo filme entediante, dizendo quem manda no pedaço.
Até com orgulho, que geralmente é puro medo, não ousamos um passo fora desse lugar, enquanto a vida aguarda a chance de nos mostrar o quanto pode ser vasta e rica de possibilidades além dele.
01 de julho de 2015
Ana Jácomo.
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