Não me lembro qual foi o último grande show que eu vi. Ando me recusando a ir nesses eventos. Sou um dos poucos brasileiros que não têm manha para descolar uma carteirinha falsa da Une para garantir uma meia entrada. Pode me chamar de bundão, se quiser.
Como não tenho carteirinha, não acho legal pagar 350 pilas para ver um show que o filho de banqueiro vai ver pela metade - só porque é estudante. E tem o lance da idade. Depois dos 40, tomar pisão e ficar 8 horas sem poder ir ao banheiro deixa de ser divertido. A gente fica meio exigente – Vinho Chapinha, por exemplo, nunca mais.
Os empresários reclamam do custo Brasil. Fazer show é caro mesmo. Mas aí eu lembro que esses shows têm sempre uma área vip, que é reservada para os Hucks e Angélicas ficarem bebericando champagne. De graça. E sem gostar da banda. O Huck poderia pagar os 500 paus e levar a bebida de casa, certo?
Lollapalooza? O ingresso mais barato custa 300 pilas. Eu só conheço meia dúzia de bandas. Desanima. Mas aposto que a Ana Maria Braga vai ganhar ingresso. Ela, que é LOU-CA por Foo Fighters, né?
Mas o pior é quando acontece isso aqui: João Gilberto anunciou show em São Paulo. O ingresso mais barato era de (pasmem) 500 pilas. E aí, cancelaram o show. Pior: quem comprou o ingresso vai receber a grana de volta em 3 prestações, sem a taxa de serviço. É isso aí: o cara é extorquido à vista e é reembolsado a prazo. E nada de explicações.
Agora, calcule aí, Juquinha: 500 paus para ver um circo com 30 malabaristas e 80 palhaços, vá lá. Mas pagar 500 reais para ver um cara no palco com um violãozinho? Putz, quanto custa o uisquinho do João?
Além disso, pagar para ver João Gilberto é uma atitude de risco. Ninguém garante que o cara não vai ter um chilique e abandonar o palco porque alguém tossiu na 23ª fila. Melhor é vê-lo em DVD. Custa pouco. E a chance dele parar o show é nula.
Se é para ver patinho fazendo quem-quem, prefiro o sofá de casa.
walter carrilho
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