UMA RAPOSA NA ESTRADA
Podem ser anotações casuais de um passante, porque quando começamos nossa jornada, não distinguimos bem a paisagem. Ela sempre nos surpreende. Desconhecemos aonde nos pode levar o caminho. Não o escolhemos... Perambular é o próprio caminho. Uma narrativa do destino que desenhamos inconscientemente. O que pretendo? Tecer algumas considerações fora da mesmice, e pinçar alguns textos curiosos que despertem a paixão...
sábado, 29 de março de 2025
sexta-feira, 28 de março de 2025
A VISIBILIDADE DA IDOSIDADE. RIMA MAS NÃO É POESIA...
Nunca vivemos tanto! 75 / 80 anos! Parece ser a nova 'marca' da longevidade, e com tamanha divulgação, que o idoso ganhou uma visibilidade jamais sonhada!
Ser idoso hoje, é quase ser uma estrela, um novo "popstar", não da música, mas da vida! Hoje, ser idoso é quase ser uma celebridade.
Não me entendam mal, pois acredito que atingir a idosidade de tais números, é quase um exagero de resistência a tantas impropriedades, a tantos atropelos da dita vida moderna, manifestação de sobrevivência, embora ignorado, e colocado à margem da sociedade pelos mitos da beleza, da juventude, da energia e da sexualidade, ele, o idoso, parece estar "se lixando" ante tais preconceitos etáricos.
Podemos perceber o muxoxo de desprezo, por não ser convidado a dar a sua opinião, sobre quaisquer assuntos. Ignora-se o patrimônio de experiência e sabedoria, acumulado durante tantos anos.
E não existe essa história, essa alegação excludente, de que são "novos tempos", como se o idoso fosse vítima do atraso do seu tempo. "Um tempo antigo!" dizem!
Fico com o que diz o Eclesiastes: "Não há nada de novo sob o sol!". "Há um tempo certo para cada próposito debaixo do céu.". Se é que me faço entender...
A mídia, por razões um pouco confusas, ou esotéricas, transformou a velhice num ícone do progresso do bem-estar, da saúde, das academias, que os tempos atuais exibem como uma grande conquista da medicina.
Não há dúvida de que na raiz dessa longevidade, está o avanço das ciências médicas, que através de diversos equipamentos tecnológicos é capaz de detectar doenças, antecipadamente, impedindo o adoecimento com a prevenção de tratamentos.
Ao abordar o aspecto da saúde física, como um dado relevante, quando tratamos da longevidade, não podemos deixar de lado o dado emocional, o dado psicológico desse idoso, cuja visibilidade já ganhou até mesmo a denominação de "economia prateada". Coisas do mercado, da economia, cujo olhar privilegia a produção e os recursos econômicos.
Diante do cartesianismo cientifico, que alcançou com a medicina uma exagerada especialização, desmontando a visão unitária do corpo e dos seus órgãos, da relação corpo/mente, pergunto-me qual a razão desse fato?
Seria o avanço do conhecimento médico/científico de como se relacionam os órgãos, na complexa manutenção da vida? Ou seria a impossibilidade de um diagnóstico preciso, sem levar em consideração a relação complexa entre as diversas funções dos órgãos?
Sendo assim, cada especialista se incumbe de diagnostícar a possível causa do adoecimento, partindo dos sintomas e de suas possíveis causas provocadas por um determinado órgão.
O "clínico geral", depois de solicitar um minucioso rol de exames, diagnostica e encaminha o paciente ao especialista, do possível orgão causador do problema.
Em outros tempos, sem a paranafernália dos equipamentos tecnológicos hoje disponíveis, o médico, um "clínico geral", analisava as alterações da saúde, observando os sintomas manifestos pelo corpo. E dava o seu diagnóstico, valendo-se de critérios empíricos (prático, experimental), ou seja o velho método de "acerto e erro".
Eram outros tempos, realmente, e o próprio curso da vida não alcançava a longevidade de hoje. Podemos dizer, que nós, os velhos, somos sim, uma celebridade, pois continuamos vivos!
Mas e o cérebro desse idoso? O que tem a neurociência a nos dizer?
Algumas informações, hoje precisas, graças a Ressonância funcional com que examinamos o cérebro vivo, em pleno funcionamento, podemos levantar alguns dados muito importantes.
Hoje sabemos que o cérebro envelhece, perde massa, enruga. Que o hipotálamo, responsavel pela memória, também se reduz. Que algumas consequências do nosso envelhecimento, com as modernas tecnologias, a prevenção e o tratamento, evitando alguns problemas, como a perda cognitiva das funções cerebrais, tem alcançado excelentes resultados.
Apesar dos velhos acharem pejorativo o termo "velho", gosto de lembrar como seria rídiculo, o título do livro de Ernest Hemingway, O IDOSO E O MAR... Quando deu ao seu livro o nome de O VELHO E O MAR, indicava a longa experiência e conhecimento que um velho pescador guardava da sua relação com o mar. Do seu amor ao mar! Da sabedoria de adivinhar os mistérios daquele imenso universo de águas.
Velho não é um termo pejorativo! Indica um coração repleto de tesouros, de sentimentos, de afetos, de amores! Aponta para a maturidade da vida! Para as pegadas do caminho, que facilita a caminhada dos que ainda farão a travesia. Sempre exibirá a resistência e a resiliência.
A experiência dá aos velhos, facilidades para resolver quaisquer dificuldades! Seu patrimônio de sabedoria, não pode ser levianamente desprezado!
É a estupidez dos mitos modernos! A estupidez de um tempo em transição, quando os valores se perderam, e os prazeres e a ignorância ocupa o vazio da moralidade, da honestidade, da honra.
VIVA A BANALIDADE!!
28 de março de 2025
prof. mario moura
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