domingo, 25 de setembro de 2011

O CORAÇÃO FEMININO BATE MAIS DEVAGAR

Impressionante o que se descobre a partir de uma simples tosse ingênua.

Não se diz que o diabo está nos detalhes? Há uma lírica nos detalhes…

Então começei da tosse seca de fumante. Passei na farmacinha de bairro e troquei uma idéia com aqueles conhecidos. Tava parecendo o início daquela tosse que vai ser o cão chupando limão. Além das mentas, mel, agrião e chá, resolvi escolher um charope que não fosse natureba.
Indicação: xarope contendo cloridato de clobutinol e succinato de doxilamina.

Parênteses: depois de anos longe do curso de biologia ainda tenho resquícios dessa de-formação que se impôs sobre meu caráter. Bateu a re-caída. O Biólogo é um garoto que chegou ingênuo, por amar a natureza num curso chamado Biologia, que lhe ensina que amor é coisa de boiola e que é coisa de criança ingênua -- o legal, o inteligente, não-emocional, não-ingênuo, ou seja, adulto, é odiá-la. ODEIE A NATUREZA.

Tá bom. Concedo. Parece exagero, então vamos a mais digressões, me afastando da história da tosse.

O ingênuo amante da natureza passa por um processo de socialização -- o que significa dizer, um processo de insercão num grupo, o que inclui tanto passar por certos rituais quanto deixar de lado certos valores prévios e absorver valores do grupo onde está sendo iniciado. Odiar a natureza é um desses valores.

E como se passa do amor ao ódio? Se você já quis deixar de amar alguém, e foi duro consigo mesmo, você decerto submeteu o outro (que já não é mais ser amado desde o momento que você resolve liquida-lo simbolicamente) aos seguintes processos:
•um isolamento simbólico completo (ele nada tem a ver com você)
•sujeição do outro, sua transformação em objeto de experimentos
•sua redução a uma série de equações causa-efeito (passa a pensá-lo como previsível, manipulável, dado estímulo x, você tem o resultado y)
•como você não conhecia estas 3 “verdades” acima, antes, crê que estava sobre o domínio de uma força que desconhecia, agora você tem os olhos bem abertos e será você que dominará sobre estas forças (e se vingará pelo período em que esteve sob o feitiço do outro)

É similar com a forma como o Biólogo passa da admiração, fascinação, ao controle e ódio. “Natureza” passa a ser objeto de ser picada, centrifugada, extirpada de seu contexto e examinada nos seus contituintes mais simples. Se bem socializado, o Biólogo é aquele que não passa nem perto de ter pena do ratinho sacrificado, do inseto rasgado vivo ao meio para extirpar-lhe o intestino médio. Uma vez eu cheguei ao cúmulo da eficiência, que foi, ao invés de arrancar a primeira porção do torso do inseto com o primeiro par de patinhas que jogados no lixo ficava horas se mexendo, e só depois arrancar o abdomem onde estava o intestino, arranquei só o abdomem pra tirar de vez o intestino e criei um monstro que passeava sem abdomem pelo laboratório por mais que uma hora. Ah, sim, o biólogo cronometra o evento. Para ele o inseto não sofre.

Impressiona a maneira como eu, bem treinada em biologia, era capaz de deixar de amar rapidamente outros seres humanos. Me apaixonar, me frustrar, tornar o outro objeto, manipular, jogar fora, era técnica aprendida. Até o momento em que me dei conta: não era essa a pessoa que eu queria ser. Essa era a pessoa que me diziam para ser. Foi o momento em que decidi amar até o fim. Decidi que so assim, qual a sereia de Cristian Andersen, ganharia uma alma.

Acerca do tipo de personalidade que é dura consigo mesma, é totalitária. Hitler se tornou o herói da multidão por ser duro consigo mesmo -- se ele mesmo se sujeitava inteiramente à sua própria autoridade, ao Triunfo da sua Vontade, então a nação devia segui-lo como exemplo do que o ser humano alcança pelo controle.

Os alunos de Bio frequentemente competem pra ver quem tem mais controle -- seja sobre o nojo, sobre o asco, sobre o metabolismo, a capacidade de matar bichos sem piscar, dar injeções em pintinhos, matar o sapo com punção no cerebelo… se você consegue fazer isso, vira modelo -- isso é status no grupo, pela demonstração de controle sobre a sua própria natureza, assim como sobre a outra natureza, totalmente separada de si.

A tal da Tosse


Mas de repente a recaída. Do controle calculado sobre a minha própria natureza: sobre o meu corpo. O succinato de doxilamina causa sonolência, então não posso tomar e sair de moto. Mas é sexta-feira e estou voltando pra casa pra ficar de molho no fim de semana. Cloridato de clobutinol causa taquicardia. Legal, pensei, se o ritmo cardíaco acelera, ajuda a circulação levar defesas e limpar toxinas.

Isso eu li antes de comprar. Pago 15 pau, vambora pra casa.

Chegando, fiz aquilo que todo gripado deve fazer: caldo quente, banho, pijamão, e cama.

Levo junto as mentas, méus, e o xarope. Começo a ler bula. Bla blá, aquilo que eu já tinha lido no Reference book da farmácia, agora a dúvida: mulheres grávidas não devem… mulheres amamentando não devem… (esquisito), mas não parecia nada que tivesse o efeito de interromper gestação, fiquei curiosa e googlei informações.

Descobri que o componente cloridato de clobutinol havia sido retirado de circulação mundialmente… não é a primeira vez que me deparo com remédios, com essa mercadoria cheia de valor agregado, fruto de investimentos maciços, e quando não se pode realizar o lucro dessa mercadoria nos mercados de primeira linha, onde elas vêm parar? No 3o mundo.

Algo semelhante acontece com o paracetamol -- Chá pra gripe, remédio pra gripe, pra dor de cabeça… tá cheio de produto com isso. Paracetamol pode causar Falência Aguda do Fígado. Tradução: se você for sorteado, … se você tomar isso e for sorteado, diga adeus de vez ao seu fígado, como se ele fosse um bichinho de estimação atropelado por um Scânia a 180 Km/h bem na sua frente.

É claro que isso acontece com uma porcentagem mínima da população.

Postado por Flavia

A VERDADE ENFÁTICA DOS PROVÉRBIOS

Cervantes diz que o provérbio é uma frase curta baseada em longa experiência. Ele é como os pais e professores que dão conselhos. Dita regras de comportamento e transmite observações sobre pessoas ou a natureza com grande capacidade de concisão e a fina essência da filosofia. No livro Sabedoria Condensada dos Provérbios, de Nelson Carlos Teixeira, encontramos a inspiração acima. Para Leo Rosten, em seu Dicionário de Citações Judaicas, o adágio ou máxima é a sabedoria condensada que dá cor e vida à fala do homem comum. Por sua origem popular, o provérbio é o saber das ruas e pela sua concisão o bom senso concentrado. A boa e velha filosofia de almanaque voltou para ficar.

Os provérbios populares foram recolhidos pelos pesquisadores de folkcomunicação na tradição oral, placas de botequins, para-choques de caminhão, nas portas de banheiros públicos e, agora, resgatados pelos usuários das redes sociais como Facebook, Orkut, Twitter e em outras paixonites eletrônicas que se renovam a cada segundo. É a volta do passado presente no imaginário do povo que, no caráter anárquico e confessional das redes sociais, trazem citações que estavam em desuso e criam uma miscelânea de novos textos confessionais inspirados na insônia sem Rivotril, no caso de amor vivido, na noite “bem” dormida, ao fritar ovos na cozinha, na balada do final de semana ou no protesto contra os poderosos.

Curiosamente, transmitem mensagens sobre a realidade, as contradições da vida com as dores de amores citadas que promovem um sem número de cliques no botão “Curtir”, do Facebook, e desabafos em comentários que lembram o velho confessionário da Igreja Católica. Usuários brigam pelo botão “Não Curtir” em protesto contra amenidades sem sentido aceitas pelas páginas do Facebook. O mea culpa tem eco na universalidade das mesmas mensagens em vários idiomas que transmitem conteúdos idênticos.

Um consolo para cada história

O mundo de contradições e subjetividades afina a sensibilidade de jovens e mais vividos na troca de experiências nas mídias sociais, na velocidade com que as coisas da internet se apresentam para nós, onde “evento vira vento”. A renovação por segundo exige falas com velocidade, objetividade, praticidade, rapidez e devaneio. As mulheres participam em quantidade e qualidade, como se os provérbios no ciberespaço resgatassem a sensibilidade feminina, o dizer da matriarca abafado pelo autoritarismo patriarcal de anos passados.

Assim, a excessiva valorização do provérbio na webé como um passeio no tempo, a complacência literária popular que permite aos leitores expor aos milhares de amigos formas de suspiro, riso, choro, celebrações, ataques pessoais, dor, solidões expostas, alívio, amores desfeitos, sangramentos da alma e à espreita de um consolo para cada história, exorcizar demônios e celebrar que A voz do povo é a voz de Deus.

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19/09/2011
[Robson Terra é mestre em Comunicação e Tecnologia e professor da Universidade Salgado de Oliveira, Juiz de Fora, MG]

COMBUSTÃO HUMANA ESPONTÂNEA

(Irlanda: idoso carbonizado foi vítima de combustão espontânea)

Mistérios, Notícias
Parapsicologia

Um dos fenômenos mais intrigantes estudados pela Parapsicologia, na minha opinião, vira notícia essa semana. Já havia comentando brevemente o assunto num post mais antigo. Para quem nunca ouviu falar da Combustão Humana Espontânea, transcrevo aqui uma descrição bem geral desse fenômeno, que retirei do livro “Dicionário do Mundo Misterioso“, de Gilberto Schoereder. Mais abaixo, coloquei um vídeo que também explica de modo bem básico o mistério. Porque é, de fato, um mistério – já foram propostas inúmeras teorias, e até o momento não conseguimos sair do reino das especulações (algumas tão absurdas quanto o próprio fenômeno que tentam explicar…).

Um dos mais indecifráveis fenômenos estudados pela parapsicologia, e conhecido internacionalmente pelas siglas SHC (Spontaneous Human Combustion). A combustão humana espontânea, como o nome indica, consiste numa auto-inflamação de um ser humano, às vezes queimando completamente o corpo, outras vezes restringindo-se a pontos específicos do corpo. O fenômeno também foi conhecido como pirocinesia ou pirogenese. Não parece haver qualquer critério quanto ao tipo de pessoas que podem ser atingidas pelo fenômeno, assim como nenhum estudo ainda conseguiu chegar às possíveis causas. Em alguns casos fatais, o corpo da vítima foi completamente destruído por um fogo de origem desconhecida, chegando até mesmo a transformar os ossos em pó, uma operação que, em condições normais, só pode ser executada a temperaturas altíssimas – cerca de 1.500 graus – e durante um longo período de tempo.

Existem casos registrados do fenômeno em que as vítimas foram destruídas em poucos minutos. Outra característica para a qual não se tem explicação é o fato de os corpos serem queimados sem que danifiquem objetos que se encontram próximos a vítima. Foram registrados casos ocorridos em recintos fechados em que apenas o corpo queimou, ficando o restante do aposento absolutamente intocado. Não existem explicações naturais para o fenômeno.

Para complicar a possibilidade de se estabelecer uma relação entre as vítimas, sabe-se que a combustão humana espontânea ocorre com maior frequência durante os períodos em que a atividade magnética do Sol está em seu ponto mais elevado, o que levou alguns dos estudos para o campo das estruturas magnéticas do corpo. Os casos de “combustão localizada” também são muitos, e uma das características consiste no fato de que as vítimas por vezes sequer percebem que estão queimando, como se houvesse uma insensibilização da área. As pequenas chamas que surgem no corpo das pessoas são azuis, o que, segundo especialistas, indica uma origem interna e não externa como alguns pesquisadores acreditaram durante muito tempo. Essa chama pode se prender aos objetos que entram em contato com ela, podendo até mesmo passar de uma pessoa para outra, se houver o contato.

Segundo alguns estudiosos, esses casos de combustão humana espontânea poderiam e deveriam ser estudados por outras áreas da ciência, mas geralmente não se dá muita atenção ao fenômeno, especialmente devido à absoluta ausência de explicações viáveis. Alguns parapsicólogos ainda estão em dúvida quanto ao fato de o fenômeno pertencer ou não ao campo de pesquisa da parapsicologia.

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Um médico legista da Irlanda afirmou que um homem que morreu queimado dentro de casa foi vítima de uma combustão espontânea – possivelmente o primeiro caso deste tipo na Irlanda.

Michael Faherty, 76 anos, morreu em sua casa em Galway no dia 22 de dezembro de 2010. O corpo carbonizado foi encontrado com a cabeça virada para a lareira.

Contra as suspeitas, o legista de West Galway, Ciaran McLoughlin, disse em uma audiência na Justiça do país, que o incêndio não foi a causa do fogo que matou Faherty. McLoughlin disse também que não há indícios de incêndio criminoso.

O fogo ficou restrito à sala de Faherty e os únicos danos ocorreram no corpo da vítima – que ficou totalmente queimado -, no teto logo acima de onde ele estava e o chão onde o corpo estava.

Parecer raro

O legista afirmou que foi a primeira vez em 25 anos de carreira que deu um parecer de combustão espontânea.

McLoughlin disse ter consultado livros sobre o assunto e feito pesquisas para esclarecer a causa da morte.

O especialista forense afirmou ter encontrado informações sobre combustão espontânea em um livro, e notou que estes casos quase sempre ocorrem perto de uma lareira ou de uma chaminé.

“O incêndio foi totalmente investigado e minha conclusão é de que se encaixa na categoria de combustão humana espontânea, para o qual não há uma explicação adequada“, afirmou.

Fonte: Terra/BBC Brasil
Postado por Karina em 24/setembro/2011