quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

LABIRINTO DE MORO PÕE EUROPA PARA CORRER!

COMO REDUZIR UM ESTÚPIDO A CINZAS

LAODICÉIA, O REMÉDIO CERTO

A PREVISÃO CATASTRÓFICA DO ANO 2012. O ANO PASSOU...

2012.O mundo acabará neste ano? Parte 1/3 - O Fim do Mundo ...

https://www.youtube.com/watch?v=2cpILpfW-vk
13 de nov de 2009 - Vídeo enviado por Esperanca Video
Rodrigo Silva, PHD em arqueologia, explica o fim do mundo no calendário Maia e na Bíblia. Acesse www ...

2012.O mundo acabará neste ano? Parte 2/3 - O Fim do Mundo ...

https://www.youtube.com/watch?v=8ZP17D0pwHg
13 de nov de 2009 - Rodrigo Silva, PHD em arqueologia, explica o fim do mundo no calendário Maia e na Bíblia. Acesse www.ofimdomundo.com.br.

2012.O mundo acabará neste ano? Parte 3/3 - O Fim do Mundo ...

www.youtube.lu/watch?v=Koud2kzCKd0
13 de nov de 2009 - Rodrigo Silva, PHD em arqueologia, explica o fim do mundo no calendário Maia e na Bíblia. Acesse www.ofimdomundo.com.br.

29 de dezembro de 2016
postado por m.ameico

MENSAGEM DE LAODICÉIA. A IGREJA DE LAODICÉIA

6. Mensagem de Laodiceia Rodrigo Silva - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=GDzzt3KLNO4
14 de ago de 2016 - Vídeo enviado por Dewey Evans
PEDRAS QUE CLAMAM - ARQUEOLOGIA & BÍBLIA - RODRIGO SILVA 1. Escavando a Babilónia 2 ...

07 - Dallas - A Igreja de Laudicéia - Dr. Rodrigo Silva - by Sermões ...

https://www.youtube.com/watch?v=BLYosQpG29Y

23 de mar de 2011 - Vídeo enviado por Sermões Inteligentes
Palestra realizada na cidade de Dallas - EUA, pelo Dr. Rodrigo Silva. O Dr.Rodrigo Silva é Mestre e ...

29 de dezembro de 2016
postado por m.americo

DOSSIÊ: ENTREVISTA COM JAMES EARL RAY, O ASSASSINO DE MARTIN LUTHER KING

JULIO CORTÁZAR EM BERKELEY: OITO LIÇÕES DE LITERATURA PARA CRONÓPIOS



Sinal dos tempos: nos 100 anos de nascimento e 30 anos da morte de Julio Cortázar, muitos jornalistas especializados deram destaque a boatos sobre a causa da morte do escritor argentino, como se isso tivesse alguma importância, mas pouco ou nada falaram sobre um tesouro recém-publicado na Espanha: “Clases de Literatura – Berkeley 1980″ (Alfaguara, organização de Aurora Bernárdez e Carles Álvarez Garriga, também autor do prólogo). O livro transcreve as oito aulas dadas em outubro e novembro daquele ano na Universidade da Califórnia em Berkeley, graças a um convite finalmente aceito pelo escritor após várias recusas. É uma leitura especialmente prazerosa,porque, depois da publicação de “Papéis inesperados”, com quase 500 páginas de textos inéditos, e dos cinco volumes da correspondência do autor de “O Jogo da Amarelinha” e “Histórias de Cronópios e de Famas”, parecia que o baú de Cortázar estava finalmente vazio. Não estava, para felicidade dos seus leitores – que, mais que leitores, integram uma espécie de seita, na qual me incluo.



Longe de ser um subgênero de interesse confinado aos especialistas, a transcrição de aulas e conferências pode representar um importante acréscimo à bibliografia de um autor, bastando citar as “Seis propostas para o próximo milênio”, de Italo Calvino, as”Lições sobre literatura”, de Vladimir Nabokov, e os vários volumes com cursos dados por Jorge Luis Borges (como “Nove Noites”). Além de apresentar uma síntese da relação de Cortázar com a escrita em sua maturidade, “Clases de litetarura” tem o mérito adicional de incluir os debates realizados após cada aula com os alunos, momentos em que Julio improvisa sobre o contexto político e cultural da época, explica seu engajamento nas causas da esquerda (para escândalo da audiência) e reflete de forma livre sobre o seu processo criativo e a gênese de algumas obras. Por exemplo, ele conta como, já morando na Europa, se deu a passagem da primeira fase de sua produção, na qual prevaleciam a fantasia e elementos fantásticos (nos livros “Bestiário”, “Todos os Fogos o Fogo” e “Final de Jogo”, entre outros”), para outra, mais centrada na vida interior de seus personagens, a partir do conto “O Perseguidor”, inspirado no saxofonista Charlie Parker (“Quando terminei esse conto e fui seu primeiro leitor, me dei conta de que de alguma maneira tinha saído de uma órbita e entrado em outra”, escreve). Fala também sobre a difícil arquitetura de “O Jogo da Amarelinha”, romance que consumiu sete anos de trabalho árduo.

Os temas das oito aulas, transcritas de um total de 13 horas de gravações, são: 1) Os caminhos de um escritor; 2) O conto fantástico: o tempo; 3) O conto fantástico: a fatalidade; 4) O conto realista; 5) Musicalidade e humor na literatura; 6) O lúdico na literatura e a escritura de “O Jogo da Amarelinha”; 7) Sobre “O Jogo da Amarelinha”, “Livro de Manuel” e “Fantomas contra os vampiros multinacionais”; e 8 ) Erotismo e literatura. Complementam o volume duas conferências escritas em outros momentos por Julio: “A literatura latino-americana de nosso tempo” e “Realidade e literatura, com algumas inversões necessárias de valores”.

No vídeo abaixo, uma leitura do conto “Casa Tomada”, na voz de Julio Cortázar: a história nasceu de um pesadelo do escritor.

São particularmente interessantes os comentários sobre a literatura de cunho social e suas armadilhas, porque de certa forma iluminam a difícil conciliação entre a estética literária pura, pólo em que se encontra o melhor da obra cortazariana, e objetivos extra-textuais, conciliação nem sempre bem sucedida nos contos mais engajados do autor. Seus textos de combate, por assim dizer, se justificam mais pelo combate que pelos textos – combates típicos de uma época que exigia dos intelectuais compromissos bastante diferentes dos que se apresentam hoje, quando as ameaças ditatoriais e as restrições à liberdade vêm de outra direção, especialmente na América Latina, continente que continua tão violentamente doce. Ou combates parecidos, no que se refere à resistência aos abusos do poder, ainda que com sinais trocados.

“Não sou sistemático, não sou nem crítico nem teórico (…) Só escrevo quando as ideias me caem na cabeça como cocos”, afirma Cortázar em uma das aulas, e de fato essa característica imprime aos textos uma atmosfera de conversa de bar, nada acadêmica, embora rica em conteúdo e engenho. Vale lembrar também que 1980 foi o “útlimo ano feliz” do escritor, que pouco depois perderia sua última mulher, Carol Dunlop, parceira de aventuras e do livro “Os Autonautas da Cosmopista”. “Clases de Literatura” é, nesse sentido, um balanço e uma despedida – e uma leitura indispensável para todos nós, cronópios, criaturas sonhadoras e criativas que sempre teremos a literatura como consolo e refúgio.

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“Papéis inesperados” (Civilização Brasileira, 490 pgs. R$ 65) também foi organizado pela viúva do escritor, Aurora Bernárdez, e Carles Álvarez Garriga. Os textos inéditos foram descobertos no final de 2006. “(…) ela foi até uma cômoda, abriu com esforço uma gaveta que resistia de tão barriguda, tirou um punhado de folhas de vários tamanhos e cores e disse: ‘Você já leu isto alguma vez? E… isto? E isto outro?’ Trouxe para a grande mesa de madeira onde foi escrito “O jogo da amarelinha” um monte de manuscritos e folhas datilografadas, inéditos em livro, provavelmente inéditos absolutos, sem dúvida inéditos absolutos. (…) De madrugada o chão estava todo empapelado de textos nunca publicados em livro”, conta Garriga. A seleção dos textos durou um ano: textos sobre o mesmo tema foram descartados e os selecionados foram organizados obedecendo a uma ordem temática e cronológica. São 11 contos inéditos; três histórias não incluídas em “Histórias de Cronópios e de Famas”; uma parte suprimida pelo próprio autor de sua obra-prima, “O Jogo da Amarelinha”, além de vários poemas e autoentrevistas. “O livro impactará dois tipos de leitor: o fanático por Cortázar, aquele que quer ler qualquer coisa que tenha sua assinatura, se empolgará porque com estes textos ele pode apurar ainda mais o entendimento de sua obra. O leitor perceberá como todos os fragmentos têm a indubitável qualidade do escritor”, escreve o organizador no texto de apresentação.


29 de dezembro de 2016
máquina de escrever

MORTE DE GULLAR MARCA O FIM DE UMA ERA




Neste momento, detalhes sobre a biografia e a trajetória literária de Ferreira Gullar já estão disponíveis em diversos artigos e reportagens na Internet – muitos recorrendo, justificadamente, à expressão “perda irreparável”. No caso do poeta maranhense, o clichê se torna exato e verdadeiro como um verso: esta é mesmo uma perda irreparável. A excelência e a consistência de sua produção poética ao longo de mais de seis décadas (seu primeiro livro, “A luta corporal”, começou a ser escrito em 1950), não encontram termo de comparação no Brasil de hoje.

Mas a morte de Ferreira Gullar também tem um impacto simbólico que supera o da partida de outros escritores: ela marca o fim de uma era na cultura brasileira, em dois aspectos igualmente importantes.

Primeiro:

Ferreira Gullar foi o último poeta realmente grande, daqueles que podem ser chamados de “poetas nacionais” – na linhagem de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Um poeta nacional é aquele que representa, com sua obra, a identidade e os valores de uma cultura; é um artista perene, ao contrário de muitos poetas laureados que ocupam cargos públicos, ou de muitos poetas descolados e cultuados, de forma passageira, em festas literárias.

Não que não existam poetas muito bons em atividade. Mas nenhum deles tem sequer essa ambição. E talvez nem se trate de uma questão de ambição: talvez tenha morrido, antes mesmo de Gullar, uma cultura em que havia espaço para poetas nacionais. Hoje só há lugar para poetas menores e modestos – o que reflete o espaço menor que a poesia passou a ocupar no mundo.

Segundo:


Ferreira Gullar foi o último representante relevante de uma época em que escritores, artistas e intelectuais tinham a obrigação moral de se associar incondicionalmente à esquerda. Não que ele tenha abandonado seus ideais (os que permaneceram esquerdistas de forma acrítica é que abandonaram, ainda que inconscientemente, esses ideais).

Gullar foi um dos poucos que entenderam o que aconteceu no Brasil e no mundo, em termos de ideologia, e pagou um preço alto por sua independência. Crítico contumaz dos rumos que a esquerda tomou no país nas últimas décadas, foi jogado para escanteio pela “inteligência” ligada ao campo no poder. Inatacável em sua poesia e pelo seu passado – ele foi militante do PCB e, exilado pela ditadura militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile (foi no exílio argentino, aliás, que escreveu o magistral “Poema sujo”, publicado em 1976) – Gullar se tornou uma presença incômoda para muita gente.

Quando, em uma entrevista recente, lhe perguntaram se ele tinha passado para a direita, Ferreira Gullar respondeu:

“Eu, de direita? Era só o que faltava. A questão é muito clara. Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é.”


COBERTURA COMPLETA: Ferreira Gullar morre aos 86 anos no Rio

29 de dezemb ro de 2016
luciano trigo