terça-feira, 20 de agosto de 2013

MICROONDAS, ETA MAQUININHA BANDIDA...

Você não precisa acreditar no que está lendo. Entretanto, pode perfeitamente fazer esta experiência de nove dias em casa e ver o resultado com seus próprios olhos. Abaixo está um simples projeto de ciências. Água filtrada, dividida em duas partes.
A primeira parte foi fervida no forno, e a segunda parte foi fervida no microondas. Logo, depois de esfriar, a água foi usada em duas plantas idênticas para ver se havia alguma diferença no crescimento entre a água fervida normalmente e a água fervida no micro-ondas.


microondas

Acreditava-se que a estrutura ou a energia da água não pode ser afetada pelo microondas. Quando se viu o resultado, uma grande diferença. Água de Microondas, vejam o que ela faz às Plantas, na página 2, clicando no Saiba Mais.

 Sabia-se há anos que o problema do microondas não á a radiação, com o que as pessoas se preocupam, mas sim como este corrompe o DNA da comida e então o corpo não o reconhece.

O corpo envolve o alimento dentro de células de gordura para proteger-se de comida mortal ou elimina-a rapidamente. Pensem em todas as mães aquecendo o leite nesses aparelhos “Seguros”. E a enfermeira do Canadá? Aqueceu um pouco o sangue para um paciente que necessitava de uma transfusão e matou-o acidentalmente quando o sangue morreu.
E no entanto os fabricantes dizem que é seguro de usar. Não importa, continuem a usá-lo. Pergunte ao seu médico e provavelmente ele lhe dirá que é seguro também.As provas estão nas plantas que morrem. Recordem que elas também são seres vivos.

Dez Razões para Desfazer-se do seu forno Microondas, obtidas das conclusões de estudos clínicos de cientistas Suíços, Russos e Alemães. Não podemos continuar ignorando o forno de microondas nas nossas cozinhas. Baseados nesta investigação, concluiremos este artigo com o seguinte:

 1). Comer continuamente comida processada num forno de microondas causa dano cerebral permanente a longo prazo devido a “curtos circuitos” nos impulsos elétricos do cérebro [despolarização ou desmagnetização do tecido cerebral]

 2). O corpo humano não pode metabolizar [ou romper] os produtos desconhecidos (pelo corpo) criados na comida aquecida no microondas.

 3). A produção de hormônios masculinos e femininos é cortada e/ou alterada em resultado de comer continuamente alimentos de microondas.

 4). Os efeitos da comida de microondas são residuais [permanentes e de longo prazo] dentro do corpo humano.

 5). Os Minerais, Vitaminas e Nutrientes de toda a comida de microondas são reduzidos ou alterados e por conseqüência o corpo humano obtém pouco ou nulo benefício, ou o corpo humano absorve compostos alterados que não podem romper-se para a sua adequada absorção.

 6). Os minerais nos vegetais são alterados e convertem-se em radicais livres cancerígenos quando são aquecidos em fornos de microondas.

 7). Os alimentos do microondas causam crescimento de tumores cancerígenos no estômago e intestino. Isto pode explicar os cada vez mais frequentes casos de câncer no cólon nos EUA e outros países.

 8). O consumo prolongado de alimentos aquecidos no microondas causa o aumento de células cancerosas no  sangue humano.

 9). A ingestão contínua de comida de microondas causa deficiências no sistema imunológico por alterações causadas na glândula linfática e no plasma sanguíneo.

 10). O consumo de comida de microondas causa perda de memória, perda de concentração, instabilidade emocional e decréscimo da inteligência.

Um forno convencional é melhor, porque cozinha mais rápido e cozinha muito bem. Os fornos convencionais são baratos e têm um ventilador que distribui o calor de forma mais uniforme. Quase tão rápido como o microondas e muito mais saudável!

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20 de agosto de 2013
Lívia Dornelles

domingo, 18 de agosto de 2013

2o.ROUND DO JOAQUIM COM LEWANDOWSKI...

BRIGA JOAQUIM x LEWANDOWSKI TEVE UM 2o. ROUND
  


Iniciado diante das câmeras da TV Justiça, o arranca-rabo entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski prosseguiu após o encerramento da sessão do STF, na última quinta-feira.

O segundo round ocorreu na área reservada, contígua ao plenário. Apurado pelo repórter Robson Bonin, o destampatório foi veiculado por Veja.

A troca de ofensas vai reproduzida abaixo:
 
— Vossa Excelência não vai esculhambar a minha presidência! — increpou Barbosa.
 
— O senhor quer as manchetes? Quer aparecer? Vá para as ruas! — devolveu Lewandowski.
 
— O senhor não vai ficar lendo textos de jornal em plenário para atrasar o julgamento!
 
— Está para nascer homem que mande no que devo fazer. O senhor acha que tenho voto de moleque?
 
— Acho sim, senhor.
 
Lewandowski insinuou que, noutro ambiente, reagiria com os punhos:
 
— Se não fosse o respeito que tenho por esta Casa, eu tomaria agora outra atitude.
 
Antes da intervenção da turma-do-deixa-disso, Barbosa ainda sapecou:
 
— O senhor envergonha esta Casa. O senhor não se dá ao respeito!
 
Em privado, Lewandowski disse aos colegas que seu retorno ao julgamento depende de uma retratação de Barbosa.
Durante a sessão de quinta, depois de acusar Lewandowski de fazer “chicanas” protelatórias, Barbosa dissera: “Não vou me retratar, ministro.”
O terceiro round está marcado para quarta-feira (21).

18 de agosto de 2013
Josias de Souza - UOL

O MELHOR PERSONAGEM DE "A VIDA COMO ELA É"

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Por mais carioca que parecesse, Nelson Rodrigues era pernambucano, nascido em Recife (Reprodução/Internet)

Nelson Rodrigues

Considerado um dos mais polêmicos escritores do Brasil, Nelson Rodrigues nasceu no dia 23 de agosto de 1912

     
A vida de Nelson Rodrigues poderia ser um dos contos da sua consagrada obra “A vida como ela é”. Poderia, mas não caberia tanta tragédia em um conto só. Por muitas vezes tachado de tarado, Nelson se consagrou como um dos mais polêmicos escritores ao colocar as mazelas humanas em suas obras.

Por mais carioca que parecesse, e muitos acreditavam que ele era, Nelson Rodrigues era pernambucano, nascido em Recife no dia 23 de agosto de 1912. Nelson era o quinto filho em um clã de quatorze. Seu pai, Mário Rodrigues era jornalista e por problemas políticos resolveu se mudar para o Rio de Janeiro. Em 1916, toda a família chega à então capital da República.

Aos sete anos, foi matriculado na escola pública Prudente de Morais, onde aprendeu a ler. Com treze anos, Nelson iniciou sua carreira jornalística como repórter de polícia no jornal que seu pai havia fundado.

O escritor publicou seu primeiro artigo em 1928. No mesmo ano, Mário Rodrigues perdeu a sociedade do jornal, que estava cheio de dívidas, e lançou seu novo periódico, chamado Crítica.

Um dia depois do Natal de 1929, o jornal publicou na capa o desquite de Sylvia e José Thibau Jr. No dia 27, Sylvia entra na redação e dá um tiro em Roberto Rodrigues. Nelson ouviu todo o acontecido, que mudaria para sempre a vida dos Rodrigues e influenciaria todo o seu teatro. Dois meses após a morte do filho, Mário Rodrigues morre.

Em 1931, Roberto Marinho convida Mário Filho para assumir a página de esportes de O Globo. Mário aceitou e levou consigo seus irmãos Nelson e Joffre. Mário Filho se tornou um grande jornalista e um dos maiores incentivadores do esporte no país, dando seu nome ao Estádio Mário Filho, vulgo Maracanã.

Com 21 anos, Nelson já havia arrancado todos os dentes, numa tentativa de acabar com sua febre constante. No entanto, era a tuberculose que o atacara. O jornalista foi internado diversas vezes em Campos do Jordão.

Em 1940 ele se casou com Elza, que também trabalhava no O Globo Juvenil. No ano seguinte, escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado. Muitas outras vieram depois, como Vestido de Noiva, Álbum de família, Anjo negro, Senhora dos afogados, Dorotéia, A falecida, Perdoa-me por me traíres , Valsa nº. 6 e Beijo no asfalto.

Em 1945 Nelson dirigiu as redações das revistas Detetive e O Guri, passou pelo "Diário da Noite" e em 1951, já no jornal a Última Hora, estreou "A vida como ela é…". Publicou mais dois livros, "Engraçadinha — seus amores e seus pecados dos doze aos dezoito" e "Engraçadinha — depois dos trinta".

Na TV, Nelson participou dos programas "Grande resenha Facit" na TV Rio e "Noite de gala". Ele escreveu a primeira novela brasileira, "A morte sem espelho". Em 1966, seu livro "O Casamento" vendeu 8.000 exemplares em duas semanas. De volta ao jornal "O Globo", passou a publicar "À sombra das chuteiras imortais" e "As confissões".

Em 1972 seu filho, Nelsinho, passou a ser um dos terroristas mais procurados pelas forças armadas. De 1969 a 1973, Nelson teve participação ativa na localização, libertação ou fuga de diversos suspeitos de crimes políticos. Nelson Rodrigues morreu na manhã do dia 21 de dezembro de 1980.

18 de agosto de 2013
in opinião e notícia

O PASTOR QUE QUERIA MATAR ADOLF HITLER

Biografia conta a vida dupla do religioso Dietrich Bonhoeffer, que atuou como agente secreto e tramou o assassinato do líder nazista


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ALIADO
Boenhoffer passava Informações sigilosas para bispos ingleses
 
Tempos de guerra são duros, mesmo para os religiosos. Durante a Segunda Guerra Mundial, no entanto, o pastor luterano alemão Dietrich Bonhoeffer tinha uma liberdade invejável na Alemanha nazista onde o ato de ir e vir havia sido limitado drasticamente pelo ditador Adolf Hitler. Aos olhos alheios, seus constantes deslocamentos entre Berlim e Munique soavam quase como uma afronta diante das agruras vividas pela população. Bonhoeffer era assíduo em almoços e jantares e fazia também frequentes viagens à Suíça. Mantinha ares de alienado e tocava a vida como se o seu país e a Europa não estivessem matando e morrendo no front. O que essas pessoas nem sequer desconfiavam era que Bonhoeffer havia se tornado um homem só, aprisionado por um segredo que não podia dividir com ninguém e que revelava a verdadeira realidade de sua existência.

Sem nenhuma esperança de uma solução pacífica para as atrocidades cometidas pelo nazismo e temendo inclusive pela própria vida, o pastor resolveu agir: aderiu a um grupo de insurgentes dentro das Forças Armadas de Hitler e tornou-se um espião infiltrado na Abwehr, a agência de inteligência do regime. Essa e outras revelações estão na biografia “Bonhoeffer: Pastor, Mártir, Profeta, Espião”, do escritor americano Eric Metaxas, que recupera a trajetória do teólogo que ajudou a salvar milhares de vidas.
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HISTÓRIA
Agora em livro, a vida de Boenhoffer foi tema de filmes
 
No plano especificamente estratégico, de acordo com a obra, a ação de Bonhoeffer ia além: como agente duplo, ele passava informações sigilosas aos britânicos com os quais negociaria planos de paz após a execução do projeto principal, o assassinato de Hitler. Metaxas relata que, apesar do ódio que sentia por Hitler, Boenhoffer hesitou em participar do grupo por ser religioso. ­Falou mais alto o espírito democrático. Ele chegou a estar a salvo nos EUA, mas aceitou o convite feito por amigos infiltrados nas Forças Armadas e voltou para a Alemanha. O grupo ao qual fazia parte era coordenado pelo próprio comandante da Abwehr, o almirante Wilhelm Canaris, que, como ele, foi condenado e executado no dia 9 abril de 1945.

A punição foi a morte por enforcamento. O papel de Bonhoeffer como espião era passar mensagens sigilosas ao bispo britânico George Bell, que as direcionava ao primeiro-ministro da Inglaterra, Winston Churchill.

Boenhoffer participou ainda do planejamento de diversas ações para salvar judeus, além, é claro, das tentativas de assassinar Hitler. Quando se deu a Operação Valquíria (1944), o mais famoso dos golpes para eliminar o Fuhrer, Bonhoeffer já estava preso em razão de suspeitas da Gestapo. E foi justamente porque esse plano falhou que os nazistas descobriram sua ação de agente duplo, um gesto arriscado que já foi tema de diversos documentários e aparece agora minuciosamente descrito nessa biografia.


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18 de agosto de 2013
Juliana Dal Piva
istoé

FALÊNCIA DO MACHO

Descobriu tudo e deu três tiros na mulher. Para bom entendedor, a manchete já disse tudo, nem é preciso ler a notícia. O crime ocorreu sexta-feira passada, na esquina da Sete de Setembro com a João Manoel. Entrei num edifício do centro, o porteiro comentava:

- Nesses casos, a culpa é sempre da mulher. O homem sempre tem razão.

A meu lado, estava o homicida potencial. Em minha pasta de recortes, as notícias sobre maridos que matam mulheres já estão ocupando um espaço excessivo. Ora o marido mata a mulher que o traiu, ora mata o amante da mulher, quando não mata os dois. O fato comporta algumas variantes. Mas a decisão do júri é uma só: absolvição. Defesa da honra, pretextam. Mas que honra é essa que exige sangue para ser lavada?

Vejo algo de mais profundo e sintomático nessa atitude do marido e do júri. Não creio se trate apenas de defesa da honra. Mas sim medo do homem de nossa época ante a nova mulher que surge.

Houve um momento na História em que o Estado encarregava-se de vingar os brios do macho insultado. Antes do surgimento da roda e da máquina, era senhor quem tinha maior força física, ou seja, o homem. O homem erigiu o Estado e as leis eram um reflexo de sua vontade absoluta. A mulher era sua propriedade, o adultério era antes de mais nada um roubo. E o Estado punia esse roubo. Jogava os adúlteros na fogueira. Ou pendurava-os no patíbulo.

Os tempos mudaram. Hoje, força física não alimenta ninguém, exceto ídolos do futebol ou campeões olímpicos. A máquina permite que uma mulher execute o mesmo trabalho de um homem. Não está mais em jogo sua força física, mas sua capacidade mental. Mesmo ainda inferiorizada, a mulher pode hoje prover o seu sustento, decidir, comandar. Em outras palavras, equipara-se ao homem. Se nos primórdios da humanidade a subsistência dependia de músculos rijos, manejo do tacape ou machado, argúcia na caça, hoje subsistência depende de conhecimento, técnica, cultura. Sabemos como vive – ou melhor, sobrevive – quem só dispõe de força física para o trabalho.

A fêmea do homem evoluiu. O macho continua o mesmo.

Posso ser dono de um livro, de um par de sapatos, de um carro. São coisas, objetos. Eu os possuo e deles disponho como bem entender. Mas não posso ser dono de uma mulher, de um outro ser humano com vontade própria. Se minha mulher me troca por um outro homem, creio existirem apenas duas atitudes a tomar. Uma, seria cumprimentar minha mulher, caso tenha encontrado um homem melhor dotado e com mais capacidade de oferecer-lhe amor e compreensão. (Pois é bem possível que eu não seja o mais perfeito e amoroso dos homens, não é verdade?) A outra atitude seria dar-lhe pêsames, por ter-me trocado por um homem inferior e incapaz de oferecer-lhe amor. (Pois é bem possível que eu não seja o mais imperfeito e egoísta dos homens, não é verdade?)

Mas o macho contemporâneo não renunciou à sua condição de senhor. Vê na mulher uma escrava, uma coisa de sua propriedade. Sente-se roubado? Mata. Os jurados o inocentam, numa espécie de alerta: “Cuidado, querida. Se me traíres, te mato. E meus colegas me absolverão”. Chamam a isto defesa da honra.

Os tempos mudaram. A mulher se transformou. O homem ficou parado no tempo. Ao sentir-se traído, só conhece uma forma de diálogo: reage à bala. Isto é, o macho está falido.

*Porto Alegre, Folha da Manhã, 03/11/1975



sexta-feira, agosto 16, 2013
 
QUANDO TINHA
MEDO DA MORTE



Ateus, não tememos a morte – dizia há pouco. Leitor quer saber se nunca tive medo da morte. Claro que tive. Especialmente quando acreditava em deus. Talvez nem tanto em deus, mas na vida eterna. Ou melhor, no castigo eterno. A igreja me ameaçava com as chamas do inferno em caso de morrer em pecado mortal. E o pecado mortal mais ao alcance da mão de um adolescente sempre foi sexo.

A cada falta contra o “templo sagrado de Deus” – que é como os padres chamavam o corpo - entrava em pânico. Via à minha frente as chamas eternas do Hades, onde tudo é choro e ranger de dentes. Me sentia condenado ao convívio com demônios. E para a eternidade.

Arrependia-me, fazia atos de contrição, confessava meus pecados a sacerdotes e recebia a absolvição. Por um dia ou dois, conseguia viver sem pavores. Mas não mais que um dia ou dois. No terceiro, eu já estava pecando de novo. As noites de tempestade eram noites de pavor. Talvez fosse megalomania. Mas cada raio que caía, eu sentia que era dirigido a mim. Confesso que jamais senti tanto medo da morte como naqueles dias.

Não que tenha deixado de temer a morte quando deixei de acreditar em Deus. Jovens, sempre tememos morrer sem ter vivido. Se algo aprendi em meus anos de caminhada, é que com a idade este medo diminui. Não só diminui, como a idéia da Indesejada das Gentes passa até a ser palatável. Aprendi também que este medo é um impulso que nos leva a viver intensamente.

É o antigo carpe diem. Está em Horácio. Para os pagãos, a vida pós-morte nunca foi um ideal. Mais sábio é aproveitar cada dia.

“Tu não indagues (é ímpio saber) qual o fim que a mim e a ti os deuses tenham dado, Leuconoé, nem recorras aos números babilônicos. Tão melhor é suportar o que será! Quer Júpiter te haja concedido muitos invernos, quer seja o último o que agora debilita o mar Tirreno nas rochas contrapostas, que sejas sábia, coes os vinhos e, no espaço breve, cortes a longa esperança. Enquanto estamos falando, terá fugido o tempo invejoso; colhe o dia, quanto menos confia no de amanhã”.

Se morte não assusta o ateu, há algo que o ateu teme: é o medo de perder a vida. São medos diferentes. Se o medo ao sofrimento eterno despareceu, persiste o medo de morrer sem ter vivido. Quando digo medo de perder a vida, não quero dizer morrer. Estou falando em desperdiçá-la.

Este temor é saudável, nos leva a bem viver o presente. Durante bons anos convivi com ele e nesses dias procurava exorcizar a Moira Torta buscando o prazer. E qual prazer? Ora, o que mais me aprazia. Tinha medo de morrer amanhã sem ter tido aquela mulher que desejava. Melhor então tê-la hoje. Ou sem ter feito aquela viagem com a qual sonhava. Melhor então partir logo. Este medo de perder a vida é motor poderoso, e terá levado muitos homens a grandes conquistas. Schliemann não queria morrer sem ter descoberto Tróia. Alexandre, ainda menino, tinha medo que seu pai conquistasse tantos reinos a ponto de não lhe sobrasse nenhum para conquistar. O medo é do tamanho do homem.

Cristãos não deveriam temer a morte. Celebrar a morte - dizem os teólogos - é celebrar um encontro, o encontro pelo qual ansiamos por toda a vida. Encontro com Deus, nosso Criador e Senhor.

Em A Peste, de Albert Camus, o padre Paneloux faz uma longa exposição sobre os flagelos que acometeram os homens por vontade divina. Como o Cristo, ele aceita passivamente o Mal, sem mesmo se interrogar sobre as eventuais motivações da divindade. Se o Cristo, em um momento de sua agonia, deixa escapar o lamma sabachtani, Paneloux morrerá sem uma só palavra nos lábios.

"Há muito tempo, os cristãos da Abissínia viam na peste um meio eficaz, de origem divina, de se obter a eternidade. Aqueles que não haviam sido atingidos se enrolavam nos lençóis dos pestíferos para terem a certeza da morte. Sem dúvida, este desejo furioso de saúde não é recomendável, pois denota uma deplorável precipitação, bem próxima do orgulho. Não se deve ser mais apressado do que Deus. Tudo o que pretende acelerar a ordem imutável, estabelecida de uma vez por todas, conduz à heresia. Mas este exemplo, pelo menos, traz sua lição. Para nossos espíritos mais clarividentes, faz luzir este brilho delicado de eternidade que jaz no fundo de todo sofrimento. Esta luz ilumina os caminhos crepusculares que conduzem à libertação. Ela manifesta a vontade divina que, sem falhar, transforma o mal em bem".

Confesso que acho muita graça na atitude destes senhores que crêem ser a morte um encontro com o Eterno, mas na hora do Jesus-está-chamando recorrem a medicinas de ponta. "Não se deve ser mais apressado do que Deus", dizia Paneloux. Pode ser. Mas também não precisava postergar o encontro.

Já falei de meu medo de voar. Houve em minha vida um período de quatro anos nos quais, se tivesse de tomar um avião daqui a três meses, passava estes três meses dormindo à base de soníferos. Na época, a Internationes ofereceu-me uma viagem aérea por diversas cidades da Alemanha. Aceitei, mas só iria de trem. Era a época em que o grupo terrorista RAF, Fração do Exército Vermelho, mais conhecido como Baader-Meinhof, ameaçava derrubar aviões no espaço aéreo alemão. Funcionários da embaixada alemã tentavam convencer-me de que o país estava muito bem preparado para enfrentar o terrorismo. Mas eu não tinha medo de terroristas. Tinha medo era de voar. Vivia em Paris e por quatro anos arrastei comigo este medo, perdendo viagens e optando sempre por locomover-me de trem ou navio. (O que, aliás, não é nenhuma desvantagem). Chegou o dia em que tive de voltar por alguns dias ao Sul. Foi em 79. Navio era inviável. Só voando. Meses de insônia. No dia do embarque, tomei uma garrafa de uísque enquanto fazia a mala. Mais outra no avião. Permaneci imóvel o tempo todo, não levantei sequer para fazer xixi. Tinha medo de desestabilizar o aparelho. Juro!

Meu medo decorria de um fiasco que cometi em 75. Eu voava pela Argélia, rumo ao Assekrem, no sul do país. Na primeira escala após Argel, creio que Gardhaia, quando o piloto anunciou a aterrissagem, apertei o cinto e me preparei para aquela sensação de bem-estar que, com maior ou menor intensidade, sempre nos inunda após uma aterrissagem tranqüila. O avião se aproximava do solo. Olhei pela janela e só vi areia. Estávamos talvez a uns cinco metros do solo e só havia areia e mais areia. É aterrissagem forçada, pensei. Apertei forte a mão da Baixinha, que nesta altura também já estava preocupada, e nos preparamos para o fim. Minha vida foi passando em flashes rápidos pela mente. Naquele momento não senti medo, apenas me resignei ante o inevitável.

Quando o avião aterrissou suavemente, fui invadido por uma sensação de ridículo. Deveria ter observado que, em torno a mim, ninguém estava em pânico. Aeroportos no deserto são assim mesmo, apenas uma pista cercada de areia por todos os lados. Meu medo decorria de falta de informação. E passei quatro anos sem voar.

Medo irracional, direis. Claro que sim. A maior parte dos medos é irracional. Mas é medo, que se vai fazer? Resolvi enfrentá-lo. Que era o quê me fazia medo? Não era o medo de avião. Era o medo de morrer. Vamos então enfrentar a tal de morte. Não é o destino natural de todo homem? É. Então, por que ter medo? Além do mais, a morte de avião em geral é uma benção. Alguns minutos de agonia, ou segundos, ou talvez nem mesmo isso, como parece ter sido o caso dos sinistrados da TAM. E fim. Sem maiores sofrimentos, nem entubações, nem dias de hospital. Voltei para Paris num vôo dos TAP. Lembro que avião estava quase vazio. Levantei os braços de três poltronas, atei o cinto, deitei-me e dormi como um anjo, se é que anjos dormem. Hoje, já nem sinto quando o avião decola.

Um dos sonhos de minha Baixinha era morrer em um acidente aéreo. Já que temos de morrer, que seja rápido. Mais ainda: pessoas que se querem bem, melhor que voem juntas. Se têm a suprema ventura de um acidente fatal, nenhum fica chorando vida afora a perda do outro.

Costumo afirmar que a velhice é uma preparação para a morte. Chega um dia em que viver se torna não só trabalhoso como sofrido. Neste momento, para quem não crê em potocas do Além, nada mais bem-vindo que a morte.
 
18 de agosto de 2013
janer cristaldo

PABLO CAPILÉ? E POR FALAR EM CALOTE


Reprodução/TV Cultura

Por falar em calote


Convém visitar o site da Justiça do MT, onde Pablo Capilé é cobrado desde 2007 por um cheque-caução sem fundo de R$ 12 mil passado ao Hotel Master, de Cuiabá, parceiro do Fora do Eixo no Festival Calango.
A Justiça não consegue intimá-lo, afinal, é um homem de muitas casas América Latina afora.
O número do processo é este: 307098 - 2007 \ 404. Nr: 16356-23.2007.811.0041.http://www.jusbrasil.com.br/diarios/38004915/djmt-19-06-2012-pg-81

Podem ser feitas as consultas necessárias ouvindo as pessoas: a advogada Ana Kelcia tem prazer em explicar a dificuldade de executar a cobrança. O valor corrigido hoje já passa dos R$ 30 mil.
Outro hotel, o Abudi, também protocolou petição junto à Secretaria da Cultura local, mas desistiu de mover ação. Isso significou R$ 5 mil que o Fora do Eixo embolsou na marra.
Vai morar com alguém? Saiba quem é.


Portal de Transparência? Minha contribuição
Acho linda a ideia. Convém informar quantos quadros do Fora do Eixo estão sentados próximos a verdadeiras jazidas de dinheiro público em forma de edital.

Começo por Ney Hugo Jacinto Silva, ex-Macaco Bong (lembrem-se, a banda ideal) e um dos líderes da Casa Fora do Eixo de Porto Alegre, que é titular no Conselho Nacional de Política Cultural, no colegiado de Música, um baixista que toca lobby de ouvido. Também incluo Ivan Ferraro, conselheiro do segmento de Música Popular, Fora do Eixo no Ceará.
O que é o Conselho Nacional de Política Cultural? É o órgão do Ministério da Cultura onde se determinam as diretrizes de aplicação do Fundo Nacional de Cultura e a aprovação de projetos de financiamento.
Com um lobby bem postado, você sai na frente de qualquer captador. Pode inclusive dar ideias como a de um "financiamento de rede" – algo que já está presente, por exemplo, nos editais da Petrobras.
Poderiam falar também de como estão situados estrategicamente:
- Rodrigo Savazoni, ex-Existe Amor em SP, chefe de gabinete na Secretaria Municipal da Cultura da São Paulo;
- Fabrício Nobre, superintendente de Ação Cultural da Secretaria da Cultura de Goiás, produtor do Festival Bananada;
- Rayan Lins, Gerente Executivo de Promoção Cultural da Secretaria de Cultura da Paraíba até julho do ano passado* e Fora do Eixo local, produtor do Festival Mundo;

Há outros nomes, mas eu ainda confio na utilidade de um Portal da Transparência.


Mas Márvio, é errado fazer política?
Não, nunca foi. Mas uma ideologia que se contrapõe a uma "cultura capitalista desumanizada" fazer tanta questão de irrigar e expandir seu sistema para depois costurar parcerias empresariais/políticas, sem se preocupar em valorizar os artistas ou a obra, é muito capitalista também.

Ou então partamos logo do princípio de que o artista tem mais é que se foder.
Cuiabá, síndrome do Ninho Vazio
O Festival Calango, principal evento do Fora do Eixo em Cuiabá, não existe há pelo menos 2 anos. O Espaço Cubo, onde tudo começou, não existe mais. A cidade histórica do Fora do Eixo foi abandonada, depois que o projeto migrou para o eixo, em busca de interagir com os movimentos sociais. Só restam arremedos, se comparados com o protagonismo fora do eixo que o próprio Pablo Capilé vendia.

Cuiabá serviu enquanto não era pequena. Hoje, o único movimento perceptível por lá é dos oficiais de Justiça.
"Foi apenas uma experiência ruim sua"
- Beatriz Seigner, São Paulo, ocultação e retardo de cachê;
- Daniel Peixoto, Fortaleza, negligência na produção de CDs e prejuízo à carreira;
- Bruno Kayapy, Cuiabá, de artista ideal a afastado convicto;
- Vanguart;
- Abril Pro Rock, Goiânia Noise, Senhor F e outros festivais históricos do país;
- O Coletivo Soma;
- A Favela do Moinho
- Banda Lisabi, calote no Cedo e Sentado desde 2011, não pago;
- Críticas do próprio MPL, movimento desmonetarizador das passagens (!!!)
- O hotel Master, em Cuiabá;
- Laís Bellini;
- Todas as bandas que acabaram quando o circuito se fechou num esquema de trocas e parceria em que não bastava ser artista, e sim unidade de captação - essa desmonetarização incrível, diluída num mosaico de parcialidades.

Você também tem uma história de calote? Abra a boca.
Do que falo quando falo de Fora do Eixo
O artista desmonetarizado existe há séculos. Não foi inventado nos últimos anos. Ele antes andava por tavernas, igrejas e bares, tocava por pratos de comida e tentava viver com seu compromisso. Ele viajava do próprio bolso para tocar e recebia nas mais diferentes moedas: flertes, drogas, vaidade, certezas.

A única coisa que mudou é que ele hoje é explorado por aqueles detentores de circuitos ditos alternativos que propagandearam ser um novo caminho. Gente que se apropria de um dinheiro público que deveria, segundo instruções de editais claríssimos, remunerar o artista.
Gente que se apresenta como A SAÍDA para quem não está no mainstream.
Se há quem goste de receber notas de Banco Imobiliário pelo seu trabalho, ou viver no sistema autoral pré-Renascença, não vejo problema algum. O país tem liberdade de crença.
Repugnante é ver alguém se arvorar a Robin Hood pós-moderno, enquanto sistematicamente atrasa, oculta e sonega os cachês que foram combinados - não interessa se são R$ 20 mil ou se são apenas R$ 250. É falta de caráter.

18 de agosto de 2013
in nobre farsa

 * Errata: e não secretário de Cultura da Paraíba, como antes referido.
 Leia o post anterior sobre o Fora do Eixo aqui.

NOSTRADAMUS E A III GUERRA MUNDIAL - PARTE 2


 
Crise petrolífera

"Será num tempo de sinais de abundância de petróleo. A fome virá. Ou seja, os sinais existem, porém a acção se dará em função do petróleo já existente em poços que estão em produção. Carros e indústrias não funcionam apenas com sinais de petróleo.

IV.15
D'où pensera faire venir famine,
De là viendra se rassasiement:
L'oeil de la mer par auare canine
Pour de l'vn l'autre donra huyle, froment.

[De onde se pensava que viria a fome, de lá virá a saciedade: os olhos para o mar pelos quarenta cães, para um dará o óleo, para outro dará o pão].

A Itália invadida pelos árabes

II.65
Le pare enclin grande calamité,
Par l'Hesperie et Insubre fera:
Le feu en nef peste et captiuité,
Mercure en l'Arc Saturne fenera.

[Com a economia em baixa, haverá uma grande calamidade no Ocidente: na Itália, a guerra, a calamidade e o cativeiro atingirão a Igreja. A pilhagem arruinará Roma. – Latim: parcus, económico; inclino, baixo; Monoeci Arx, Mônaco; feneror, arruinar. Origem grega: Hesperie, Ocidente],

VI.42
A logmyon sera laissé le regne,
Du grand Selyn qui plus fera de faict:
Par les Itales estendra son enseigne
Sera régi par prudent contrefaict.
[A eloquência terá deixado o reino, o Crescente vai fazer grande parte da obra: em toda a Itália ele vai estender sua bandeira, que será governada por um prudente que se passará por inteligente].

Mais duas alusões claras da invasão da Itália pelos muçulmanos. A Itália sendo governada por alguém temeroso e que usará sua falta de eloquência para demonstrar-se inteligente. Além disso, o momento será de crise económica no Ocidente. Muitas são as semelhanças com o tempo presente. Mas, vamos examinar as outras quadras para ver se chegamos a datas de acontecimento desses vaticínios:

V.14
Saturne et Mars en Leo Espagne captive,
Par chef libyque au conflict attrapé,
Proche de Malte, Heredde prinse vive,
Et Romain sceptre sera par coq frappé.

[Saturno e Marte em Leão Espanha cativa, pelo chefe líbio ao conflito arrastada, próximo de Malta, o herdeiro tomado vivo e o romano ceptro será pelo Galo golpeado. – Latim: heres, herdeiro].

Vamos juntar A com B e veremos que esses eventos não estão, talvez, muito longe de nós: quando Saturno e Marte estiverem em Leão, quando o líder líbio for arrastado ao conflito, quando a Espanha ficar cativa (de outros estados por suas dívidas) e quando o herdeiro for aprisionado vivo, o governo italiano receberá um golpe vindo da França.

IV.68
En lieu bien proche non esloigné de Venus.
Les deux plus grands de l'Asie et d'Aphrique,
Du Ryn et Hister qu'on dira sont venus,
Cris pleurs à Malte et costé Ligustique.

[Num lugar muito próximo não longe de Vénus, os dois maiores da Ásia e da África, do Reno e Danúbio dirão estar chegando, grito, choro em Malta e do lado do Golfo de Génova. Latim: Ligusticus Sinus, o golfo de Génova].

Essa quadra se direcciona possivelmente à invasão simultânea de hordas norte-africanas através de Malta e Génova, e outras vindas da Ásia que colocariam em alerta os habitantes do entorno dos rios Reno e Danúbio, na Europa.
Em Fontbrune, o primeiro verso assim aparece: En l’na bien proche esloigné de Venus... (No ano em que estiverem próximos de se afastarem do engano...). Vénus para os romanos e Afrodite para os gregos, deusa do amor, beleza e procriação, também está relacionada a engano. Em nossa interpretação, Nostradamus está se referindo a Chipre e a Grécia, lugares onde se iniciaram o culto a essa deusa.
Alguns intérpretes do século passado, no desejo de transformar Hister em Hitler, usaram essa quadra na descrição de eventos relativos à Segunda Guerra, o que não nos parece o caso.

X.97
Triremes pleines tout aage captif,
Temps bon à mal, le doux pour amertume:
Proye à Barbares trop tost seront hatifs,
Cupid de voir plaindre au vent la plume.

[Os barcos levarão cativos de todas as idades, bom momento para o mal, o doce para o amargo: presa a bárbaros derrotada será muito em breve, Cupido reclamando para ver a pena ao vento].

Essa quadra, além de mostrar a qualidade da poesia de Nostradamus, nos fala de barcos levando prisioneiros: homens, velhos e crianças. Isso se dará num momento crítico que criará as condições para que o mal floresça. O malicioso (Cupido) irá reclamar dos outros países da União Europeia que não deixam os “cativos” circularem livres por seu território: Metre la plume au vent, “flutuar ao vento”. Roma, casa do deus Cupido, será cativa dos bárbaros (habitantes dos Norte da África) e também será derrotada por eles.
Em meados de Abril de 2011, a imprensa internacional registava que o Sul da Itália, sobretudo a ilha de Lampedusa, enfrentava uma vaga de imigração sem precedentes, depois de mais de 25 mil pessoas terem chegado àquela ilha desde meados de Janeiro, essencialmente provenientes da Tunísia. Ao mesmo tempo, subiam as temperaturas nas já quentes relações entre Roma e Paris, devido à emissão de autorizações de residência temporária que o partido de extrema-direita Liga do Norte, aliado do primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi (1936-), desejava conceder aos imigrantes provenientes do norte de África que já estavam na Itália. Com estas autorizações, os imigrantes, na sua maioria de origem tunisina, poderiam viajar para países europeus como a França.
No dia 26 de Abril, as agências internacionais de notícias informavam que os líderes de França e Itália pediam uma reforma do Tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre a maioria dos países da União Europeia. Criado em 1985 e colocado em prática uma década depois, o Tratado de Schengen permite que residentes legais da maioria dos países da União Europeia e viajem ultrapassem livremente as fronteiras.

 
Berlusconi e o escândalo sexual

Présage LX. Auril.
Le temps purgé, pestilente tempeste,
Barbare insult. fureur, inuasion:
Maux infinis par ce mois nous appreste,
Et les plus Grands, deux moins, d'irrision.

[Os tempos serão de licenciosidade, peste e violência, um terrível ataque bárbaro e invasão. Grandes desastres em abril. Chefes de estado serão ridicularizados, com excepção de dois].

Nesse presságio, válido para certo mês de Abril, Nostradamus volta a citar o ataque ou o insulto bárbaro. Ele também destaca as características morais reinantes, violentas e licenciosas. Na Itália, a licenciosidade parece começar pelo governo.
De acordo com a agência de notícias France Press, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi apresentou-se, em 11 de Abril de 2011, no Tribunal de Milão para uma audiência do processo Mediaset, em que é acusado de fraude fiscal. Na semana anterior, ele havia faltado a uma audiência de outro caso, o Rubygate. “Neste processo, o que pode ter consequências mais graves para o chefe do governo italiano, Berlusconi é acusado de ter dado dinheiro a uma prostituta menor de idade e de abuso de poder” informou a agência de notícias. Vamos conferir a quadra seguinte, como que Nostradamus nos conta essa história com requintes poéticos:

II.54
Pour gent estrange, et Romains loingtaine,
Leur grand cité apres eaue fort troublee:
Fille sans trop different domaine,
Prins chef, ferreure n'auoir esté riblee.

[Por culpa de gente estrangeira e dos próprios romanos, sua grande cidade sofre descalabro depois da água: uma menina sem mão segura o chefe. As grades não conseguiram detê-la. – Francês: fille, menina, moça, donzela, rapariga, prostituta; domaine, bens da coroa, patrimônio, poder, autoridade].

Em 27 de Maio de 2010, a marroquina Karima El Mahroug, uma dançarina de 17 anos, conhecida pelo nome artístico Ruby Rubacuori, foi detida pela polícia em Milão acusada de roubo. Os policiais a levaram para a sede da polícia local. Como era menor de idade, um juiz ordenou à polícia que a levasse a um abrigo para menores.
Berlusconi estava em Paris, mas mesmo assim ligou para o chefe da polícia de Milão e pediu a soltura de Ruby, alegando que a moça era a sobrinha de Hosni Mubarak, na época, presidente do Egipto. Em Janeiro de 2011, Berlusconi foi colocado sob investigação criminal por supostamente ter relações sexuais com uma prostituta menor de idade e por abuso de poder no exercício de suas funções ao pedir que Ruby (sem “suas mãos” no poder) não fosse presa. Notem que Berlusconi se apresenta ao tribunal em 11 de Abril de 2011, um mês depois do terrível terremoto e das águas do tsunami no Japão (11 de Março): “sua grande cidade sofre descalabro depois da água”, diz a quadra.

A guerra ganha força no Mediterrâneo

X.65
O vaste Rome ta ruyne s'approche,
Non de tes murs, de ton sang et substance
L'aspre par lettres fera si horrible coche,
Fer pointu mis à tous iusques au manche.

[Ó grande Roma, tua ruína se aproxima, não a de teus muros, mas a de teu sangue e substância. A áspera literatura fará um entalhe muito horrível. Ferro pontiagudo contra todos até o cabo].

Nostradamus nos dá conta de um atentado moral por meio da literatura que provocará a ruína de Roma e de seu povo. Ora, é de Roma que saem as encíclicas católicas. Não podemos precisar, mas em função de todas as previsões anteriores, acreditamos que a profecia se refere a uma provocação contra o Corão, que necessariamente não precisa partir da Igreja Católica, mas de qualquer escritor ou fanático que queira queimar ou destruir o livro sagrado dos muçulmanos, como fez o pastor norte-americano integrista Terry Jones, que ateou fogo a um exemplar do Corão no dia 20 de Março de 2011. Pura intolerância e com um alto custo, pois o escritório das Nações Unidas em Mazar-i-Sharif (Afeganistão) foi atacado do por uma multidão enfurecida de muçulmanos, com 12 mortes, e entre eles, sete funcionários das Nações Unidas.
A história demonstra que mexer com alheias convicções religiosas não é um bom negócio. Aí estão mais de 20 séculos de testemunhos de que a intolerância religiosa só produziu mais intolerância e mais guerras.

Présage XXIX. Iuillet.
Guerre, tonnerre, maints champs depopulez,
Frayeur et bruit, assault à la frontiere:
Grand Grand failli. pardon aux Exilez,
Germains, Hispans. par mer Barba. Banniere.

[Guerra, raio, muitos campos despovoados, terror e barulho, assalto à fronteira: grandioso caído, perdão aos exilados, germanos, hispânicos. por mar Barba. bandeira].

Temos a descrição de ataques vindos do céu, em certo mês de Julho, e que despovoarão os campos, com muito terror e barulho. Num ataque à fronteira de seu país, um grande chefe cairá. Os exilados serão perdoados e os alemães e os espanhóis terão problemas com os bárbaros pelo mar. Uma nova bandeira será erguida, provavelmente de um novo país que surgirá durante o conflito.

VII.6
Naples Palerne, et toute la Sicille,
Par main Barbare sera inhabitee:
Corsique, Salerne et de Sardeigne l'Isle,
Faim, peste guerre, fin de maux intentee.

[Nápoles, Palermo, e toda a Sicília pela mão do Bárbaro serão desabitadas: A Córsega, Salerno e a ilha da Sardenha, a fome, a peste, a guerra no final dos males trazidos].

X.60
Ie pleure Nisse, Mannego, Pize, Gennes,
Sauonne, Sienne, Capuë Modene, Malte:
Le dessus sang, et glaiue par estrennes,
Feu, trembler terre, eau. malheureuse nolte.

[Choro por Nice, Mônaco, Pisa, Gênova, Savona, Siena, Cápua, Modena, Malta: cobertas de sangue pelas armas, fogo, tremor de terra, a água. infelicidade jamais vista].

A guerra no mediterrâneo, especialmente na Itália, recebeu muita atenção de Nostradamus. Nessas quadras, não temos dúvida quanto ao que é descrito. Novamente aparecem as perspectivas de um ataque em que se produzirá a peste e a fome e pelas mãos do povo Bárbaro.

VIII.21
Au port de Agde trois fustes entreront,
Pourtant l'infect, non foy et pestilence,
Passant le pont mil milles embleront,
Et le pont rompre à tierce resistance.

[No porto de Agde três fustas entrarão, trazendo o infecto sem fé e pestilência: passando o mar mil milhares fugirão, E o mar romperá à terceira resistência].

Agde, cidade portuária ao Sul da França fundada pelos gregos, significa “boa sorte”. Nostradamus nos fala de três navios de guerra que entram no porto de Agde, próximo aos locais descritos na quadra anterior, trazendo o veneno, um desprovido de fé (cristã) e a peste. Milhares e milhares de pessoas fugirão pelo mar, depois que a resistência no mar tiver sido rompida às três horas da madrugada.


 
Uma pausa para os terremotos do Japão

Serão estes os cenários da guerra próxima? Porém, tenho que abrir um parêntesis para algo que não está relacionado ao cenário de guerra propriamente dito. Os recentes terremotos no Japão e o acidente nuclear que os procederam.
Factos aparentemente distintos: a crise na África setentrional, no entorno do Mediterrâneo, e o terremoto em solo japonês, não fosse a coincidência de acontecerem ao mesmo tempo. Quanto aos tremores de terra no Japão, que ocorrem em paralelo aos desdobramentos desses episódios narrados, eles podem estar expressos nas duas vezes em que Nostradamus repete a palavra temble na quadra II.86.
Nesta seguinte quadra, Nostradamus nos dá notícias de mortes num círculo no Oriente, provocado provavelmente por uma explosão nuclear.

II.91
Soleil leuant vn grand feu l'on verra,
Bruit et clarté vers Aquilon tendants:
Dedans le rond mort et cris l'on orra,
Par glaiue, feu faim, mort les attendants.

[Onde o Sol se levanta será visto um grande fogo, seu ruído e luz alcançarão uma águia, dentro do círculo de morte gritos serão ouvidos, através do aço, o fogo da fome, a morte os esperando. – Latim: aquila, águia. Francês: on, pronome indefinido, alguém, alguma, um, uma].

Dúvidas de que Nostradamus não esteja falando das centrais nucleares do Japão? Especialmente a de Fukushima, arruinada depois dos recentes terremotos naquele país onde “o sol se levanta”. Em acidentes nucleares, como temos visto na televisão, as autoridades costumam estabelecer um círculo de segurança para isolar a central nuclear.
Apreciem a dantesca imagem que somente a poesia nos permite: “através do aço, o fogo da fome, a morte os esperando”. Interessante também lembrar, que a águia é símbolo dos EUA, que pode ter parte de seu território banhado pelo Pacífico atingido pela radiação ou ainda suas finanças abaladas pela situação económica japonesa.
Um novo tremor do dia 7 de Abril deixou várias centrais nucleares sem energia novamente e mais uma central nuclear começou a apresentar problemas. Na central nuclear de Onagawa, na província de Miyagi, a água radioactiva vazou das piscinas de contenção. À medida que o tempo passa, o governo japonês ampliava a área de isolamento em torno de Fukushima. Os moradores dos povoados de Iitate e Kawamata, num círculo de 40 km da instável central nuclear, deixaram suas casas. De acordo com a rede de televisão NHK, mais 7.700 moradores abandonaram a região. Os primeiros a partir foram famílias com filhos pequenos e mulheres grávidas.

Conflitos no Oriente antecedem Guerra

Fechado o parêntesis para o Japão, vamos continuar em nosso exame sobre os cenários da guerra. Na seguinte quadra, Nostradamus nos dá pistas de um conflito que inicia ou antecede a Terceira Guerra, no Oriente, próximo ao mar Adriático:

I.9
De l’Orient viendra le coeur Punique
Fascher Hadrie et les hoirs Romulides,
Accompagné de la classe Libique,
Tremblez Mellites et proches iles vuides.

[Do Oriente virá o acto pérfido que atingirá o mar Adriático e os herdeiros de Rômulo, com a frota da Líbia, tremei, habitantes de Malta e ilhas desertas. – Púnico: de má fé, pérfido, mentiroso. Latim: Melita, Malta].

II.60
La foy Punique en Orient rompue,
Grand Iud, et Rosne Loire, et Tag changeront
Quand du mulet la faim sera repue,
Classe espargie, sang et corps nageront.

[O acto pérfido (má-fé) provocará uma ruptura no Médio Oriente, devido a uma grande personagem da Judéia, o Ródano, o Loire e o Tejo verão mudanças quando for saciada a fome da mula, a frota destruída, o sangue e os corpos dos marinheiros nadarão].

Nessas duas quadras, unidas por um acto pérfido praticado no Oriente, Nostradamus nos fala de algum artefacto de morte atingindo o Adriático e também Itália, França e Portugal. Será um ato violento porque uma frota será destruída e marinheiros terão seu sangue espalhados no mar. Na quadra II.60, o profeta nos adianta que tal ato se dará “quando for saciada a fome da mula” – uma alusão histórica ao que dizia o rei da Macedónia: não havia fortaleza inexpugnável onde se pudesse fazer passar um burro carregado de ouro. Filipe também discorreu sobre o poder irresistível do ouro – portanto, “quando a fome de ouro for saciada”.

Ora, que ouro há nos países orientais, além do petróleo? Ou seja, quando os actuais conflitos no Norte da África forem resolvidos favoravelmente ao Ocidente e o petróleo alcançar novamente os níveis e preços considerados normais. E tudo por causa de um suborno!

III.61
La grande bande et secte crucigère,
Se dressera em Mésopotamie,
Du proche fleuve compagnie lege,
Que telle loy tiendra pour ennemie.

[O grande bando e sectários anticristãos se erguerão na Mesopotâmia perto do Eufrates, com um exército blindado e considerará a lei como inimiga. – Latim: crucifigere, crucificar, pôr na cruz].
Parece-nos uma alusão clara à Síria. As revoltas populares neste país, que se serve do Eufrates, questionam a legislação que colocaram os sírios por mais de 50 anos sob os desmandos do governo.

 
Israel envolvido no conflito

Mas que ato pérfido seria esse citado no capítulo anterior que viria depois da “mula saciar sua fome” e capaz de matar e destruir uma frota, atingir Malta, Portugal, Itália França e envenenando rios? – Há na última quadra outra pista: o “grande personagem da Judeia” introduzirá definitivamente o Médio Oriente no conflito, conforme elucidam os próximos versos:

III.2
Par la tumeur de Heb, Po, Tag, Timbre et Rome,
Et par l’estang Leman et Aretin:
Les deux grands chefs et citez de Garonne,
Prins, morts, noyez. Paritr humain butin.

[Os conflitos de Hebron chegarão ao Pó, ao Tejo, ao Tibre, a Roma, ao lago de Genebra. Os dois dirigentes de Garone serão feitos prisioneiros, mortos e afogados. Será levado o espólio humano. – Latim: tumeur, tumor, conflito, agitação].

VI.88
Un regne grand demourra desolé,
Aupres de l’Hebro se feront assemblées.
Monts Pyrénées le rendront consolé,
Lorsque dans May seront terres trembles.

[Um grande país ficará desolado, Perto de Hebron se fará a Assembleia. A França e a Espanha virão consolá-lo quando a terra tremer em maio].

Os cenários são praticamente os mesmo das quadras anteriores, parte do Sul da Europa, península Ibérica e Israel. A Síria que ficará desolada (destruída) e será socorrida pelos países dos Pirenéus quando estiver ocorrendo uma importante conferência em Hebron para discutir a crise. Isso se dará em certo mês de Maio, durante um terremoto (ou quando carros de combates começarem a se locomover). As cidades da região de Garone são as modernas Bordeaux e Toulouse. Espólio humano são os filhos e descendentes dos dois governantes mortos.

II.34
L'ire insensee du combat furieux,
Fera à table par freres le fer luire:
Les desparrit blessé, et curieux,
Le fier duelle viendra en France nuire.

[A ira insensata do combate furioso, o brilho do ferro vai estar na mesa dos irmãos, a ferida de morte será curiosa, o duelo orgulhoso vai prejudicar a França].

Fontbrune sugere a seguinte interpretação para a quadra II.34, envolvendo os irmãos árabes e judeus: “a insana cólera do combate furioso fará brilhar o ferro entre irmãos sentados à mesma mesa; para apartá-los, será preciso que um deles seja ferido de morte de modo curioso, inusitado; seu duelo feroz será nocivo para a França”.


 
Rumores da grande guerra

II.46
Apres grâd troche humain plus grâd s'appreste
Le grand moteur les siecles renouuelle:
Pluye sang, laict, famine, fer & peste,
Au ciel veu feu, courant longue estincelle.

[Após grande assembleia, uma maior se prepara, Deus renova os séculos: chuva, sangue, leite, fome, ferro e peste. No céu o fogo é visto, correm longas centelhas de fogo, execução].

Nostradamus anuncia uma guerra muito maior do que as anteriores. Depois da doce vida (leite, símbolo da fartura e doçura), com a falência do sistema financeiro internacional, reinarão no mundo a fome e as doenças contagiosas que causarão a guerra. Por meio de foguetes e mísseis balísticos que percorrerão os céus, as populações das cidades vão ser apanhadas de surpresa e executadas.
E aqui aparece a expressão le grand moteur les sicles renouuelle: “Aquele que tudo move renova os séculos”. Um verso que tira todas as esperanças dos apocalípticos que enxergam o fim do mundo em tudo. Nostradamus não nos fala em fim do mundo ou coisa que o valha, o profeta nos revela uma mudança profunda no destino da humanidade, assim como foi na Revolução Francesa, a grande inflexão que tivemos em nossa história recente. Essa assembleia em Hebron é o marco da mudança, o início do pesadelo, mas não o fim da esperança.

II.95
Les lieux peuplez seront inhabitables,
Por champs avoir grande division:
Regnes livrez à prudens incapables,
Entre les frères morte t dissention.

[Os lugares populosos serão inabitáveis, para os territórios em grande divisão: reinos nas mãos do prudente incapaz, entre os irmãos morte e dissensão].

O que faz um território inabitável? – A contaminação radioactiva, alguma epidemia, fome, sede ou guerra. Cidades populosas nessas condições são rapidamente abandonadas. Tirando o abandono das cidades durante as grandes epidemias de peste, ou durante as invasões bárbaras ao Império Romano, de acontecimento igual ao descrito temos apenas o exemplo recente do acidente na Central Nuclear de Chernobil, em 1986. A cidade e parte do território que evolve esta central nuclear na Ucrânia encontram-se praticamente desabitados devido à radiação atómica.
De que território Nostradamus fala? – Palestina (em grande divisão). De que irmãos? –Árabes e Judeus. Logo, temos uma situação de guerra e desolação num cenário específico, porém de fácil dedução, pois essa relação de guerra entre árabes e judeus se arrasta por séculos e ultimamente se agravou na disputa pela Terra Santa, com a construção de muros, com a tomada de territórios e por ataques armados dos dois lados. A personagem que aqui aparece como “prudente e incapaz”, italiana, ainda é uma incógnita, mas vamos ver outros versos, talvez nos apareçam mais algumas evidências de quem seria ele.
Outra pergunta que devemos fazer: como se chega à conclusão de que os doi
Enquanto isso, os países que compunham a antiga Pérsia iniciam a invasão da Macedónia. Nostradamus usa nessa quadra as antigas denominações de dois impérios: a Macedónia de Alexandre III, o Grande (356-323 a.C) e a Pérsia de Dario III (380-330 a.C). A citação desses nomes é para destacar a magnitude do conflito, de um lado grande parte da Ásia e Oriente Médio e, do outro, a Europa. Por ser um ataque coordenado e sincrónico, um míssil nuclear contra Genebra e a invasão pela Grécia, concluímos: primeiro, a hipótese da explosão do acelerador por causas próprias tem que ser descartada; segundo, o foguete teria sido disparado por um país do antigo Império Persa. Hoje, o único país desta região que comprovadamente possui ogivas atómicas é o Paquistão, embora se especule que a Turquia e o Irão já detenham tecnologias para o desenvolvimento dessas armas. A confusão gerada por esses eventos vai ser tão grande que até mesmo as forças de defesa dos outros países do Ocidente terão dificuldades em dar uma resposta imediata:

IV.90
Les deux copies aux mers ne pourrôt ioindre,
Dans cest instan trembler Misan, Ticin:
Faim, soif, doutance si fort les viendra poindre
Chair, pain, ne viures n'auront vn seul boucin.

[Os dois exércitos ao mar não se unem para a defesa. Nesse instante tremerão em Milão e Ticínio, onde a fome e a sede deixarão inquietos os habitantes que não terão bocado algum de carne e pão e meios para viver].

A existência de dois exércitos ao mar é uma informação importante para delinearmos em definitivo a natureza mundial desse conflito. Naturalmente, um desses exércitos deve ser composto por forças da NATO, sobra-nos, portanto, mais um exército para ser identificado e que, pela proximidade do conflito com o seu território, deve ser formado por tropas da Federação Russa.
s irmãos são árabes e judeus e o território é o da Palestina? O método não é complicado, no estudo de Nostradamus, algumas palavras e expressões se fazem recorrentes, repetem-se inclusive em quadras nas quais se reportam a fatos acontecidos e profetizados, como a criação de Israel. Essas expressões e palavras de coisa já acontecidas nos servem de paradigmas na interpretação daquilo que ainda está por vir.
I.92
Souz vn la paix par tout sera clamee,
Mais non long temps pille, et rebellion,
Par refus ville, terre et mer entamee,
Morts et captifs le tiers d'vn million.

[Sob um homem de paz, ela será proclamado em toda parte, mas não por muito tempo, logo após saques e rebelião, pela recusa de Paris, a terra e o mar serão invadidos, mortos ou capturados um terço de um milhão].

Por esforços de uma grande personagem, a paz será proclamada. Rusgas anteriores parecem impedir a sua consolidação. Paris ignora acordos. A França será invadida e 300 mil homens serão mortos ou capturados.

 
Explosão no acelerador de partículas

V.98
A quarante huict degré climaterique,
A fin de Cancer si grande seicheresse:
Poisson en mer, fleuue: lac cuit hectique,
Bearn, Bigorre par feu ciel en detresse.

[Desde o paralelo 48 até o fim do Trópico de Câncer haverá uma seca muito grande: o lago agitado; vai ferver peixes no mar, no rio. Bearn, Bigorre em perigo por causa do fogo no céu. – Béarn: antiga província da França no pé dos Pirineus. Biggorre: corresponde à região da Gasconha, em França].

VI.97
Cinq et quarante degrez ciel bruslera
Feu approcher de la grand cité neuue
Instant grand flamme esparse sautera
Quand on voudra des Normans faire preuue.

[Perto do paralelo 45 o céu arderá em chamas, o fogo se aproxima da grande cidade nova, de repente ergue-se ao céu enorme chama, quando os homens do Norte fizerem a experiência].

Essas duas quadras são importantes para determinarmos a extensão e a localização das grandes catástrofes previstas nas Centúrias. Estaríamos aqui, neste ponto, entrando em outro conflito e de proporções mundiais. Observemos:

Coordenadas geográficas
Nova Iorque: 40º 43’ 00” N – 74º 00’ 00” W.
Londres: 51º 30’ 18” N – 00º 07’ 41” W.
Paris: 48º 52’ 00” N – 02º 19’ 58” E.
Berlim: 52º 31’ 00” N – 13º 23’ 40” E.
Genebra: 46º 12’ 00” N – 06º 09’ 00” E.
Brasília: 15º 48’ 00” S – 47º 51” 50” O.

Nos versos anteriores, Nostradamus nos diz de uma possível explosão numa experiência científica em curso que vai arruinar parte do hemisfério Norte, do paralelo 48 até o Trópico Câncer (23º 26’ 16” N). Do Norte para o Sul, da região abaixo de Paris até chegar ao Norte da África, Oriente Médio, boa parte da China, Japão e EUA. O epicentro da explosão se localizaria em Genebra. Os peixes cozidos nas águas dos lagos, rios e mares. Os “homens do Norte” seriam os responsáveis por essa experiência mal sucedida e que pode ser realizada por qualquer povo acima do paralelo 45.
Por quase 500 anos, os intérpretes de Nostradamus trataram a cidade de Genebra (Terra Nova) como sendo a “cidade nova” citada nas Centúrias. Mas, desde os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, persistem as dúvidas: qual seria essa cité neuue, ou cité neufve – Nova Iorque ou Genebra? – Em nossa interpretação, existe uma diferença subtil entre uma e outra, porque Nostradamus usa para Nova Iorque o adjetivo neufue (algo de novo, recente) e para Genebra, neuue (novo, apenas):

I.87
Ennosigee feu du centre de terre,
Fera trembler autour de cité neuue
Deux grâds rochers long têps feront la guerre,
Puis Arethuse rougira nouueau fleuue.

[Fogo e tremor irrompendo do seio da terra fará estremecer os arredores da nova cidade. Dois blocos conduzem longa guerra. Depois Arethusa tingirá de vermelho novo rio].

Ora, o que temos ao redor de Genebra, exactamente ao Norte, muito próximo do paralelo 45 – O CERN, a Organização Européia para Pesquisa Nuclear, e que controla o maior acelerador de partículas do mundo, o LHC (Large Hadron Collider: Grande Colidor de Hádrons). Lá, os físicos brincam de deuses num túnel subterrâneo de 27 quilómetros de extensão, onde o LHC está instalado, num círculo, dividindo os territórios da França e Suíça.
O objectivo dessa máquina é obter uma colisão controlada de sub-partículas atômicas, no caso os hádrons, numa velocidade bem próxima a da luz. Os físicos querem detectar o “bóson de Higgs”, a “Partícula de Deus” presente no Big Bang – a explosão inicial que teria permitido a expansão do Universo.
Mas parece que algo não vai funcionar direito, pelo menos é o que sugere Nostradamus, porque haverá uma grande explosão vinda do centro da terra e dois blocos de países entrarão em guerra prolongada, depois que Arethusa, deidade da virtude, fizer correr sangue nos rios e fontes até Siracusa, na Sicília.
Temos que considerar também outras hipóteses: com a França em guerra, o CERN torna-se alvo estratégico, podendo ser atingido por sabotagem, ato de terrorismo ou deliberadamente por misseis nucleares:

II.96
Flambeau ardant au ciel soir sera veu,
Pres de la fin et principe du Rosne,
Famine, glaiue: tardue secours pourueu,
La Perse tourne enuahir Macedoine.

[Uma tocha será vista no céu durante a noite entre a foz e a nascente do Ródano. A ajuda chegará tarde: fome e guerra quando a Pérsia começar a invadir a Macedónia].

O Ródano (Rhône, como os franceses o chamam actualmente) é efluente do lago Léman, o lago de Genebra, nasce, portanto, na Suíça, atravessa a França para o Sul e desagua no Mediterrâneo. Um míssil vai seguir o curso do rio da foz para a nascente e atingirá um alvo em terra, na região de Genebra. Sem ajuda imediata, depois do ataque a população do entorno começa a passar fome. A guerra estará em curso.

Enquanto isso, os países que compunham a antiga Pérsia iniciam a invasão da Macedónia. Nostradamus usa nessa quadra as antigas denominações de dois impérios: a Macedónia de Alexandre III, o Grande (356-323 a.C) e a Pérsia de Dario III (380-330 a.C). A citação desses nomes é para destacar a magnitude do conflito, de um lado grande parte da Ásia e Oriente Médio e, do outro, a Europa. Por ser um ataque coordenado e sincrónico, um míssil nuclear contra Genebra e a invasão pela Grécia, concluímos: primeiro, a hipótese da explosão do acelerador por causas próprias tem que ser descartada; segundo, o foguete teria sido disparado por um país do antigo Império Persa. Hoje, o único país desta região que comprovadamente possui ogivas atómicas é o Paquistão, embora se especule que a Turquia e o Irão já detenham tecnologias para o desenvolvimento dessas armas. A confusão gerada por esses eventos vai ser tão grande que até mesmo as forças de defesa dos outros países do Ocidente terão dificuldades em dar uma resposta imediata:

IV.90
Les deux copies aux mers ne pourrôt ioindre,
Dans cest instan trembler Misan, Ticin:
Faim, soif, doutance si fort les viendra poindre
Chair, pain, ne viures n'auront vn seul boucin.

[Os dois exércitos ao mar não se unem para a defesa. Nesse instante tremerão em Milão e Ticínio, onde a fome e a sede deixarão inquietos os habitantes que não terão bocado algum de carne e pão e meios para viver].

A existência de dois exércitos ao mar é uma informação importante para delinearmos em definitivo a natureza mundial desse conflito. Naturalmente, um desses exércitos deve ser composto por forças da NATO, sobra-nos, portanto, mais um exército para ser identificado e que, pela proximidade do conflito com o seu território, deve ser formado por tropas da Federação Russa."

18 de agosto de 2013
Fonte: Nostradamus, de José Fernando Nandé