domingo, 31 de julho de 2016

UM SIMPLES PÉ DE MILHO, QUE NASCEU NO JARDIM DE RUBEM BRAGA

Braga, no quintal aéreo onde floresceu um belo pé de milho

Envio mais uma crônica do mestre Rubem Braga, que somente espaços como a Tribuna da Internet se interessam em prestigiar. E lembro de Artur da Távola, a quem não conheci pessoalmente, mas ele dizia que a gente pode ter um querido amigo morto há mais de 100 anos. É o que acontece comigo em relação ao Rubem Braga e também ao inesquecível Artur da Távola, que costuma perguntar: “Quem tem medo de música clássica?”


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UM PÉ DE MILHO
Rubem Braga

Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho. Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser umpé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa. Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que aquilo era capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e afirmou que era cana.

Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança suas folhas além do muro e é umesplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente.

Um pé de milho sozinho, em um canteiro espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas – mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empinado, de crinas ao vento e em outra madrugada, pareciaum galo cantando.

Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem. É alguma coisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos.


31 de julho de 2016
Carmen Lins

ROBERTO D'AVILA: OLÍVIA BYINGTON LANÇA "O QUE É QUE ELE TEM?

Roberto D'Avila: Olivia Byington lança "O que é que ele tem?", sobre ...

g1.globo.com/.../roberto-davila/.../roberto-davila-olivia-byington.../...
3 dias atrás
Numa entrevista muito corajosa e afetuosa, ela fala sobre sobre rara síndrome do filho e relata para ...

31 de julho de 2016
postado por m.americo

CARLOS BYINGTON É O ENTREVISTADO NO PROGRAMA CONEXÃO D'AVILA

Carlos Byington é o entrevistado no programa Conexão Roberto D'Avila

https://www.youtube.com/watch?v=lpIma3t3Ifg
29 de ago de 2013 - Vídeo enviado por tvbrasil
Carlos Byington é o entrevistado no programa Conexão Roberto D'Avila ... set de gravação — a cantora ...

31 de julho de 2016
postado por m.americo

É PRECISO QUE TODOS CONHEÇAM A MENSAGEM DO PAPA SOBRE FAMÍLIA E PERDÃO


Estilo das mensagens do Papa é direto, autêntico e verdadeiro


É preciso que se divulgue a homilia “Família, Lugar de Perdão” do Papa Francisco, que dede 2015 circula na internet. Independente de sua religião ou credo, vejam que linda mensagem o Papa Francisco escreveu sobre a família, hoje lamentavelmente esquecida, espoliada, jogada na sarjeta. Induvidosamente, trata-se de uma impressionante mensagem de evangelização!

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FAMÍLIA, LUGAR DE PERDÃO

Papa Francisco

Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso, não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas.

Sem perdão a família adoece. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente.

É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz alegria onde a mágoa produziu tristeza; cura, onde a mágoa causou doença.


31 de julho de 2016
João Amaury Belem

terça-feira, 26 de julho de 2016

EM NOSSA ERA, OS SENTIMENTOS SÃO SUBSTITUÍDOS PELA INDIFERENÇA



Charge do Cellus (www.cellus.com.br)
















Gira a roleta-russa que dispara em nossa mente as estranhas características que poderiam descrever qual o afeto que mais demarca nossa era. E, insistentemente, tal qual um letreiro de neon que pisca intermitentemente, a palavra é: indiferença! A dor do avô, a perda do vizinho, o luto do primo, a bala perdida que ceifou mais uma vida, o acidente estúpido no fim da balada regada a vodca que capotou para sempre o futuro de cinco jovens… Indiferentes, mudamos de fase no game, frenéticos, disparamos um WhatsApp ou, bocejando, trocamos o canal.
Anestesiados, ouvimos as tragédias ao nosso redor enquanto um bocejo escapa, numa preguiça pós-prandial. O desinteresse por tudo e por todos vai se espalhando tal qual a peste negra na Idade Média. Com uma diferença, naquela época ainda havia uma esperança chamada fé, que nos tempos atuais anda em baixa entre os mais jovens. Depois da vida, o nada. O problema é que a própria existência tem sido muito próxima de um nada. Então, azar de nós.
Será que a emoção está tão em desuso, por estarmos cada vez mais racionais, frios, tecnológicos, rápidos, desimportantes ou descartáveis? Ou tímidos, individualistas e autossuficientes? Só espero que não seja efeito da artificialização dos sentimentos pela bebida, pelas drogas e pelas medicações.
SEREMOS INSENSÍVEIS – Sim, no fundo sei que uma das vertentes da evolução humana é uma hipertrofia cerebral na área cortical, que nos tornará lógicos, matemáticos, insensíveis, em detrimento da área hipotalâmica, sede do estresse e das emoções.
Seremos mais máquina e menos animais. Mais equações, menos paixões. Vivemos os estertores do romantismo e do sentimentalismo. Sentimentos levam a guerras, impulsos, discórdias, assim como inspiram poesias, canções e encantamentos. Assim sempre foi, mas antes dos próximos séculos desta robotização, uma maquinização de nossas existências, testemunhamos essa estranha fase da indiferença, entrecortada por ódios e radicalismos pré-históricos em contraste com uma tecnologia impensável há 20 anos.
Estranho divórcio cerebral onde parte do nosso cérebro vive num filme de ficção científica, e do outro lado, parte vive de emoções regredidas e trogloditas. Olho para o lado e não vejo ninguém na praça lotada de alimentação. Nem sou visto. Tudo é neutro, igual a ontem ou mês passado, sem tempero como o sanduíche de fast food ou o suco artificial de alguma fruta. Observo a vida, amo ser curioso e besta. Agradeço por tantas emoções, sem plagiar o Roberto Carlos. Poder recordá-las e, para quem quiser, um dia me tornar um contador de histórias: “Era uma vez a paixão, uma coisa estranha que sufocava, acelerava o coração, me tirava do sério toda vez que minha musa…”.

26 de julho de 2016
Eduardo Aquino
O Tempo

O VELHO SOBRADO QUE POVOAVA A LEMBRANÇA DE CORA CORALINA



Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1880-1985), nasceu em Goiás Velho. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano goiano, conforme este poema “Velho Sobrado”.

VELHO SOBRADO
(Cora Coralina)
Um montão disforme. Taipas e pedras,
abraçadas a grossas aroeiras,
toscamente esquadriadas.
Folhas de janelas.
Pedaços de batentes.
Almofadados de portas.
Vidraças estilhaçadas.
Ferragens retorcidas.
Abandono. Silêncio. Desordem.
Ausência, sobretudo.
O avanço vegetal acoberta o quadro.
Carrapateiras cacheadas.
São-caetano com seu verde planejamento,
pendurado de frutinhas ouro-rosa.
Uma bucha de cordoalha enfolhada,
berrante de flores amarelas
cingindo tudo.
Dá guarda, perfilado, um pé de mamão-macho.
No alto, instala-se, dominadora,
uma jovem gameleira, dona do futuro.
Cortina vulgar de decência urbana
defende a nudez dolorosa das ruínas do sobrado
— um muro.
Fechado. Largado.
O velho sobrado colonial
de cinco sacadas,
de ferro forjado,
cede.
Bem que podia ser conservado,
bem que devia ser retocado,
tão alto, tão nobre-senhorial.
O sobradão dos Vieiras
cai aos pedaços,
abandonado.
Parede hoje. Parede amanhã.
Caliça, telhas e pedras
se amontoando com estrondo.
Famílias alarmadas se mudando.
Assustados – passantes e vizinhos.
Aos poucos, a ” fortaleza ” desabando.
Quem se lembra?
Quem se esquece?
Padre Vicente José Vieira.
D. Irena Manso Serradourada.
D. Virgínia Vieira
– grande dama de outros tempos.
Flor de distinção e nobreza
na heráldica da cidade.
Benjamim Vieira,
Rodolfo Luz Vieira,
Ludugero,
Angela,
Débora, Maria…
tão distante a gente do sobrado…
Bailes e saraus antigos.
Cortesia. Sociedade goiana.
Senhoras e cavalheiros…
-tão desusados…
O Passado…
A escadaria de patamares
vai subindo… subindo…
Portas no alto.
À direita. À esquerda.
Se abrindo, familiares.
Salas. Antigos canapés.
Cadeiras em ordem.
Pelas paredes forradas de papel,
desenho de querubins, segurando
cornucópia e laços.
Retratos de antepassados,
solenes, empertigados.
Gente de dantes.
Grandes espelhos de cristal,
emoldurados de veludo negro.
Velhas credências torneadas
sustentando
jarrões pesados.
Antigas flores
de que ninguém mais fala!
Rosa cheirosa de Alexandria.
Sempre-viva. Cravinas.
Damas-entre-verdes.
Jasmim-do-cabo. Resedá.
Um aroma esquecido
– manjerona.

26 de julho de 2016
postado por m.americo

NA BÍBLIA, CONSTATA-SE MUITA SEMELHANÇA ENTRE O BUDISMO E O CRISTIANISMO


É surpreendente fazer uma leitura budista da Bíblia. Uma pesquisadora que se articulou nesse sentido foi a alemã Ayya Khema, monja da tradição Theravada que interpretou textos bíblicos do ponto de vista budista e fundamentou uma hermenêutica budista da Bíblia, segundo a revista online “Rever – Revista de Estudos da Religião”, editada pela PUC de São Paulo, setembro de 2007, páginas 165 a 170.
Na mesma edição da “Rever” ficamos sabendo que  Hischam A. Hapatsch, professor doutor em Teologia pela Universidade Humboldt, de Berlim, defendeu tese sobre “A Recepção da Igreja e do Cristianismo no Budismo Alemão”.
Ora, cada país tem a sua forma de ser budista. É por isso que, de longa data, desde os anos 1970, defendemos um budismo brasileiro, em português, e, naturalmente plural.
Para alegria minha, vejo que a linhagem a qual pertenço, HBS – Honmon Butsuryu Shu (Budismo Primordial), vai aos poucos se abrasileirando, sem contudo, perder os seus vínculos com a matriz, que é o Japão.
Recentemente foi aberto um núcleo em Taguatinga, DF, próspera cidade satélite, próxima à Brasília. Conheci Taguatinga ainda pré-adolescente, uma dinâmica localidade nos primórdios do Plano Piloto que cresceu e se desenvolveu.
Aproveito para sugerir o ótimo livro “O Buda Jesus – As fontes Budistas do Cristianismo”, de Holger Kersten, teólogo alemão que, juntamente com Elmar R. Gruber, fazem belo exercício acadêmico na área das “Religiões Comparadas”, editora  Best Seller.
Ou seja, Budismo Cristão é igual a Cristianismo Budista!

26 de julho de 2016
Antonio Rocha

sábado, 23 de julho de 2016

CONQUISTA DA NEUROCIÊNCIA: NOVO MAPA DO CÉREBRO MOSTRA 97 REGIÕES DESCONHECIDAS



Estudo publicado pela Nature revela que o cérebro humano tem 180 áreas diferentes. É um conhecimento sem precedentes sobre a mente humana, um novo marco da neurociência que deve guiar estudos futuros:

Há pouco mais de um século, o cientista alemão Korbinian Brodmann dividiu o cérebro humano em 52 regiões diferentes, criando o primeiro “mapa” do cérebro. Nesta quarta-feira, um esforço científico liderado pela Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, atualizou essas divisões, revelando que o córtex, a camada mais externa do cérebro, tem 180 áreas que comandam a consciência, linguagem, atenção, percepções, pensamentos e sensações – um conhecimento sem precedentes sobre a mente humana.

Publicado na prestigiada revista Nature, o estudo está sendo considerado pelos especialistas um marco na área da neurociência e deve guiar estudos futuros que buscam compreender o cérebro humano. O novo mapa vai ajudar a conhecer o desenvolvimento da mente ao longo dos anos, esclarecer como se dá seu envelhecimento e revelar de que maneira suas funções podem ser alteradas por doenças como Alzheimer ou esquizofrenia.

“Podemos pensar nesse mapa como se ele fosse uma versão 1.0”, disse o neurocientista Matthew Glasser, um dos autores do estudo, ao jornal The New York Times. “Deve existir uma versão 2.0 assim que os dados forem melhorados e examinados por mais pessoas. Esperamos que o mapa evolua junto com o progresso da ciência.”

Novo mapa do cérebro


Para criar o mapa, os cientistas de sete centros de pesquisa americanos e europeus analisaram imagens de ressonância magnética e a atividade cerebral de 210 adultos que fizeram parte do Human Connectome Project. O programa, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde americanos (NIH, na sigla em inglês), busca compreender como os neurônios cerebrais se conectam.

Estudar os dois aspectos – imagens e atividade cerebral – em conjunto era necessário porque mapas anteriores olhavam para apenas um aspecto do córtex, por exemplo, como se dá o agrupamento dos neurônios ou que áreas se tornam ativas durante o exercício de algumas funções.

“A situação é análoga à astronomia, quando telescópios terrestres produziam imagens obscuras do céu antes do surgimento dos telescópios espaciais e da óptica adaptativa”, afirmou Glassler, em comunicado dos NIH.

A análise dos dados confirmou a existência de 83 regiões cerebrais e descobriu outras 97. Algumas dessas novas áreas são totalmente desconhecidas e outras são subdivisões de porções maiores, como o córtex pré-frontal dorsolateral, que fica na parte anterior do cérebro, e é, na realidade, a reunião de uma dezena de pequenas partes.

A comunidade científica internacional recebeu o estudo como um divisor de águas na área da neurociência. Segundo o neurocientista David Kleinfeld, da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, o novo estudo traz conhecimentos fundamentais para a área. “É um passo em direção à compreensão de por que somos o que somos”, afirmou o ao site do jornal americano The New York Times.

“O estudo achou cerca de duas vezes mais áreas do que conhecíamos, o que é um enorme salto para a neurociência cerebral”, disse o neurocientista David McCormick, professor da Universidade Yale, nos Estados Unidos, ao americanoThe Verge, site especializado em ciência e tecnologia.

De imediato, o novo mapa do cérebro deve ajudar neurocirurgiões, que poderão planejar as cirurgias com mais precisão, identificando as áreas cerebrais a serem operadas e evitando lesões em regiões que não deveriam ser afetadas pelos cortes. A longo prazo, os dados podem ajudar neurocientistas a compreender desordens complexas e ainda misteriosas, como a esquizofrenia. (Veja.com).



23 de julho de 2016
in orlando tambosi

PRISÃO COMO ENTRETENIMENTO

Definitivamente vivemos na época do politicamente correto! De festas infantis com doces veganos, até ao julgamento por uma opinião que não é em favor das minorias.

Para falar a verdade, eu acho um saco toda essa história, porém dessa vez levanto a bandeira de uma causa “politicamente correta”: sou contra o uso de animais confinados como entretenimento.

No mês passado foi inaugurada a nova área do Aquário de São Paulo. Com milhões de reais investidos, o aquário ganhou um espaço que visa receber 36 novos animais, entre eles: um casal de ursos polares, cangurus, leão e lobo marinho. No total são 3 mil exemplares de 300 espécies.

Quando eu era pequeno adorava ir ao zoológico, e isso fazia parte da minha vida. Sempre ia no contexto de passeio com a família em busca de contato com a vida selvagem. Acontece que hoje eu sei que a única coisa de selvagem nessa história toda é o fato de que esses seres vivos, que estão confinados em um espaço mínimo, muitas vezes, foram tirados do seu habitat natural para servir de atração turística (só em escrever este último parágrafo já me sinto mal em pensar que muitas pessoas se divertem no zoológico!).

Claro que não posso desconsiderar o fato de que muitos animais são capturados em situações críticas e, com a ajuda dos veterinários e funcionários, são recuperados, porém, eles são pegos sem nenhuma perspectiva de voltar à natureza. 
Ou seja, eles são recuperados, mas, na maioria das vezes, são “esquecidos” em suas jaulas.

Sinceramente eu não consigo acreditar no mundo perfeito em que os animais são cuidados e devolvidos para seu habitat sem nenhum interesse monetário, ou melhor acho muito improvável.

Se pegarmos os ursos polares como exemplo, veremos que por mais adaptado que seja, o espaço que eles vão ficar é extremamente limitado. Você basicamente tirou um ser que está acostumado com temperaturas negativas em enormes extensões de terra para deixá-lo em um espaço confinado… servindo de entretenimento!

Não posso ser radical ao ponto de dizer que sou totalmente contra o confinamento de animais para fins comerciais, pois entendo que é tudo questão de cultura e ponto de vista.

Conversando com a minha mãe, descobri que antigamente era absolutamente normal passar um dia no zoológico ou passear no circo com a família se divertindo, sem nenhum peso na consciência. Porém, os tempos mudaram e hoje temos acesso à informação a todo momento.

Atualmente é bastante comum ver notícias de animais sendo mal tratados seja em circos, seja pelos seus próprios donos, no caso de animais domésticos. Acredito que seja a partir daí que começou, ou pelo menos aumentou, a aversão a esse tipo de entretenimento e mobilização contra a violência aos animais.

Coincidentemente, uma semana após ter lindo a notícia do Aquário de São Paulo, passou um episódio dos Simpson – importante seriado da cultura pop que mostra ironicamente a vida de uma típica família americana – que mostrava 8 bebês gêmeos confinados e servindo como entretenimento barato para uma plateia que aplaudia, ria e gritava pelos bebês. Isso é o reflexo da banalidade em que vive a sociedade!

Existem outros diversos modos de se manter conectado com a vida selvagem. Você não precisa ir a um lugar ver animais enjaulados para estar em sintonia com a natureza.

No mais, aconselho a pesquisarem sobre o confinamento de animais mais a fundo. Existem outros vários fatores que não foram tratados nesse texto. O site “Catraca Livre”, por exemplo, listou 10 motivos para não ir ao Aquário de São Paulo. Nota-se que não estou fazendo uma propaganda negativa do local, até porque não o visitei (e nem pretendo), mas sim um chamado para a consciência, o que era normal ontem, conforme nossa evolução, vai se tornando algo inexplicável e incoerente.

Concluo deixando uma pergunta para reflexão: onde um reality show se difere do que acaba de ser exposto?


23 de julho de 2016
Amílcar Cabral Neto, 15 anos, natural de Belém e paulistano por adoção, é estudante.

PLANETA VIVE ALARMANTE EPIDEMIA DE DEPRESSÃO, 50 ANOS APÓS PRIMEIRO ANTIDEPRESSIVO




O primeiro antidepressivo foi lançado em 1956, pelo laboratório Geigy. Na época, a companhia hesitou em lançá-lo no mercado por considerar a depressão um fenômeno de proporções insignificantes. Sessenta anos depois, a Organização Mundial da Saúde estima que entre 350 e 400 milhões de pessoas sofram de alguma forma de depressão, ou seja, cerca de 5% da população global.

De acordo com o IBGE, 7,6% da população brasileira foi diagnosticada com depressão. Segundo estudos da Fiocruz, 1 em cada 4 mulheres sofre de depressão pós-parto, número maior do que a média global.

Diante desses números fica a indagação do que pode ter ocorrido nessas últimas seis décadas. Estamos no meio de uma verdadeira epidemia mundial de depressão que fez números insignificantes saltarem a proporções alarmantes. O certo é que essas pessoas já estavam lá, mas não eram vistas, não eram diagnosticadas de forma correta.

Mas o que é depressão?

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.

A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.

Ao contrário do que geralmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. É importante destacar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética.

A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

Os sintomas de depressão são: humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia; desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas; diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis; desinteresse, falta de motivação e apatia; falta de vontade e indecisão; sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio; pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.

No mais, a pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio; ter uma interpretação distorcida e negativa da realidade (tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e o seu mundo); dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento; diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido; perda ou aumento do apetite e do peso.

A insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo) também é um forte sintoma, bem como dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.

Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.

A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.

É imprescindível seguir sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedicar, não interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita e, seguir as instruções da bula.


23 de julho de 2016
ucho.info

quinta-feira, 21 de julho de 2016

O SENHOR DOS ANÉIS

65 - O Senhor dos Anéis


21 de julho de 2016
postado por m.americo