quarta-feira, 22 de julho de 2015

KENEMACOLOR




Sistema de cinema a cores criado em 1906 por George Albert Smith e que se tornou no primeiro a ter sucesso comercial.

O Kinemacolor têm a sua origem nas experiências do inventor inglês Edward Turner que patenteou, em 1899, um sistema de imagens em movimento a três cores. Perante dificuldades em obter financiamento para as suas experiências, Turner pediu ajuda a Charles Urban, um americano residente em Inglaterra e importante figura do cinema inglês. Urban ficou entusiasmado com o sistema e ajudou Turner no seu desenvolvimento. Quando este faleceu, em 1903, Urban comprou a patente e pediu ao seu sócio George Albert Smith que continuasse a desenvolver o sistema.

Albert Smith trabalhou no sistema durante três anos, mas a sua complexidade levou-o a simplificá-lo e, assim, desenvolveu um novo sistema que utilizava apenas duas cores (verde e vermelho) na gravação e projecção de imagens. Nascia, assim, o Kinemacolor, que Urban patenteou em Novembro de 1906. No entanto, o sistema ainda necessitou de dois anos de aperfeiçoamento e a sua apresentação pública apenas ocorreu em 1908, numa sessão para jornalistas. Urban decidiu, então, abandonar os restantes negócios cinematográficos que detinha e dedicar-se em exclusivo ao Kinemacolor, tendo formado, em 1909, a Natural Color Kinematograph Company para comercializar o sistema.

Uma vez que a projecção de filmes em Kinemacolor requeria um projector específico, a comercialização do sistema era feita em exclusividade, com preços altos e filmes de qualidade. Assim, o nome Kinemacolor ficou associado a filmes de notícias e actualidades e os anos seguintes foram ricos em eventos monárquicos, que Urban filmou e explorou. Com muita publicidade à mistura, os filmes eram exibidos numa única sala de cinema e esta rapidamente se tornou no local da moda em Londres.

Um dos mais prestigiados filmes rodados em Kinemacolor foi With our king and queen through India, retrato da coroação do Rei George V na Índia. A cerimónia foi filmada por diversas produtoras e quando o filme de Urban estreou já as restantes produções tinham sido exibidas. Pensar-se-ia que o público já não estaria interessado na cerimónia, mas o filme de Urban, com mais de duas horas de exibição e acompanhado por uma orquestra ao vivo, foi um sucesso e tornou Urban num homem rico.

A comercialização do Kinemacolor no estrangeiro seguiu o mesmo modelo de Inglaterra e era também feita em exclusividade, mas o sistema teve fortunas diferentes. Se no Japão o sistema foi um sucesso, principalmente na produção de filmes baseados em peças kabuki, já em França e nos Estados Unidos o Kinemacolor não teve a mesma sorte. Em França, os filmes foram exibidos a preços exorbitantes numa pequena sala de um pouco interessante bairro de Paris e a iniciativa revelou-se um fracasso. Urban ainda tentou remediar a situação alugando uma nova e maior sala de cinema, mas o resultado foi o mesmo e o empresário acabou por perder muito dinheiro. Nos Estados Unidos, a empresa que foi criada para explorar o sistema (Kinemacolor Company of America) também não teve grande sucesso e ficou mais conhecida pelo facto do realizador D. W. Griffith ter comprado os seus estúdios e os planos da abortada produção deThe Clansman, que eventualmente deu origem a O Nascimento de uma Nação. 




Em 1913, William Friese-Greene, que desenvolveu um sistema a cores rival (Biocolour), contestou, em tribunal, a validade da patente do Kinemacolour e ganhou a acção. Como consequência, o sistema ficou à disposição de todos, mas os elevados custos do Kinemacolor, que necessitava de um projector especial e utilizava o dobro da película em relação aos sistemas habituais (32 fotogramas por segundo, em vez dos habituais 16), fez com que não fosse muito utilizado. Urban ainda continuou a comercialização do Kinemacolor, mas o sistema nunca superou os problemas técnicos de que sofria e foi ultrapassado por outros sistemas, nomeadamente o Technicolor.

Embora tenha sido o primeiro sistema de cinema a cores a ter sucesso comercial, o Kinemacolor viveu essencialmente do marketing e nunca foi o sistema de cores reais que o Urban publicitava. À época, o apetite por imagens em movimento em todo o mundo era bastante grande e o público devorava todo e qualquer tipo de filme. Filmes a cores eram ainda mais aliciantes e o marketing que Urban utilizava para publicitar o Kinemacolor permitiu algum sucesso ao sistema. Muito embora o seu fracasso, o Kinemacolor fica ligado à primeira longa-metragem de ficção a cores da história do cinema, o já esquecido The World, the Flesh and the Devil, produzido em 1914.


22 de julho de 2015
chambel.net

TRATADO GERAL DOS CHATOS, O REMAKE

Aqui vai uma livre atualização do clássico
almanaque “Tratado Geral dos Chatos”, que o escriba Guilherme Figueiredo pôs no mundo há mais de meio século. 
Cá estamos com uma nova lista destas criaturas capazes de nos subtrair a paciência e nos deixar tão inquietos quanto as vítimas do Pediculus púbis, como são conhecidos cientificamente os insetos homônimos que atacam as partes mais baixas e indefesas de um cristão de fé.

   Bons e inocentes tempos aqueles em que os chatos se resumiam aos tipos agrícolas,  como o chato-pra-chuchu, ou às criaturas crentes na meteorologia, como os chatos-de-galocha, que já saíam de casa prevenidos contra qualquer enchente, vento ou maré. Haviam ainda os menos ofensivos, como os da espécime aforismática _sempre com uma filosofia de pára-choque na ponta da língua para importunar. 

   
O certo é que eles se multiplicaram como os invertebrados homônimos e hoje dominam o país, os lares, as repartições, os logradouros públicos, as salas de espera...  
Existem os chatos-24 horas, estes vampiros da paciência alheia, como diria o bruxo do Cosme Velho _só para citar outro tipo fenomenal de chato, que é aquele que sempre inicia uma conversa com a inseparável locução “como diria...”

   Enfim, só nos resta ser mais chatos ainda, o que tenho buscado nestas linhas, afinal de contas ainda não nasceu o ser humano capaz de chatear um chato sem que portasse a mesma peçonha. Como perdemos, nesses tempos corretos, o gosto pelo assassínio e maltratos do gênero, sobra a este cabeça-chata que vos impacienta mapear os maçantes mais visíveis e contemporâneos. Ei-los:

   Megasuperultrahype –  O chato mais veloz do Oeste. Trata-se da criatura atualizadérrima nas últimas tendências e apostas do mundinho dos modernos da noite e da mundanidade em geral. Sabe a nova gíria dos clubes de Londres e já baixou no computador a última faixa do DJ paquistanês pós-electro que será a sensação no inverno novaiorquino. Na hora de falar, apresenta-se como um Guimarães Rosa clubber, ninguém compreende um só vocábulo.

   Fêmea sitcom – Aquele tipo metropolitano metido a chique que acha que a vida é um seriado americano, um Sex and City sem fim. Nos salões, principalmente nas bocas-livres, está sempre com um prosseco à mão. Adora vernissages.

   Chatos de época -  Rabugentos,  inconsoláveis, sempre a resmungar pelo borogodó que se foi. Não é uma questão de idade, ataca também raparigas em flor, como as gazelas que fazem um tipo “virgens suicidas” e ouvem Renato Russo e Smiths como se fossem mademoiselles do século XIX.

   Garçonete-cabeça – Aqui encarno um rápido chato de época para lembrar o tempo em que garçom vestia preto e branco, com gravatinha borboleta, o chopp chegava gelado, ele sabia o resultado do futebol e ainda nos servia de ombro para uma dor amorosa de ponta. 
Hoje, nos bares de moda, as garçonetes são lindas, descoladas, podem passar a noite a discorrer sobre cinema coreano, mas o serviço que é bom... nécaras, como diz o meu amigo Sabião Bestunes, o monstro de Sabará.


   Mario de Andrades digitais – Pessoas que escrevem e-mails enormes, como as famosas cartas do modernista paulistano. Esse homem matou muitos pobres e desnutridos carteiros de tanto fazê-los gastar sola de sapato,  pois se correspondia com o país inteiro... 
Embora desse a impressão a cada interlocutor que aquela troca de cartas embutia uma linda e única afinidade eletiva. 

Todos os anos vem à tona um novo carregamento de missivas do gênero. Escreveu para tocadores de coco do Nordeste, índios, mitos amazônicos, gorilas...

22 de julho de 2015
in o carapuceiro

A QUEM INTERESSAR: PAPEL ALUMÍNIO (REPRODUZO INFORMAÇÃO DO LOROTAS POLÍTICAS 1ª. FASE)

PAPEL ALUMÍNIO

 

Roast-Beef
Roast-Beef

Teríamos que chamar o prato assim, por exemplo: “Picanha com alumínio”, pois o alumínio entrará como um algoz invisível na receita. Esta proteção, o polimento, só não acontece dos dois lados, pois é um processo caro que inviabilizaria a comercialização do mesmo. 

O alumínio é altamente tóxico e é comprovadamente o responsável por complicações gerais no funcionamento do nosso organismo e um grande alavancador do Mal de Alzheimer, inclusive fomentando sua aparição precoce. 

Como usá-lo? Além de usá-lo com o lado brilhante voltado para o alimento, deve-se evitar dar mais de uma volta no alimento, pois na segunda volta em diante os líquidos que gravitarem entre as camadas serão poluídos com o alumínio e voltarão impiedosamente para a nossa receita. Assim é importante fazer a finalização em forma de trouxa que deve ficar situada na parte superior, para evitar esta comunicação dos caldos do alimento com a parte ruim do papel-alumínio.

Sobre as panelas de alumínio. Diz Ricardo Penna, escritor e consultor gastronômico: 

“Na minha cozinha é expressamente proibida a areação de panelas na parte de dentro, pois quando isto acontece, toda vez que cozinhamos algo estamos também incorporando o temível alumínio à nossa receita. Quando isto acontece por alguma pessoa desavisada ou quando a panela ou caneca é nova, fervo algumas cascas de ovo na panela cheia de água, para elas liberarem o carbonato de cálcio, que vão impermeabilizar nossa panela, dando a segurança que necessitamos para nós mesmos e para as pessoas que mais amamos; nossa família e nossos amigos”.

A redação investigou mais e, para contrastar com o texto acima, encontrou na revista Superinteressante, de Junho de 2010, o seguinte: 

“Sabe aquela panela de alumínio antiga, que você ganhou da sua avó? Pode usar sem medo: esse é mais um daqueles mitos sem pé nem cabeça. É verdade que as panelas de alumínio podem soltar partículas do metal, principalmente se forem de qualidade inferior. E é fato também que o acúmulo de alumínio (e outros metais) no organismo facilita o desenvolvimento de doenças degenerativas, como os males de Alzheimer e Parkinson. 

Mas a preocupação é desproposital. 
“Pesquisas provaram que a quantidade de alumínio liberada pelas panelas é muito pequena, incapaz de ter esse efeito devastador sobre a saúde”, afirma Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração e do Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo. 
Segundo estudo feito pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos, em Campinas, alimentos preparados em panelas de alumínio contribuem com apenas 2% do limite máximo de ingestão diária do metal (1 miligrama por quilo de massa corporal), dose mais do que segura, na avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

18 de fevereiro de 2013
Anhangüera

Um comentário:

  1. Na verdade a face polida do papel alumínio não recebe tratamento algum. Uma das faces é polida e a outra opaca porque durante o seu processo de fabricação ele passa por rolos até obter a espessura de papel. Porém, quando o alumínio fica muito fino para ser tracionado, a folha é dobrada ao meio para que novas prensagens possam ser feitas. As faces que ficam em contato com os rolos pressores ficam espelhadas e a face que fica em contato com a outra folha fica opaca.

    http://www.youtube.com/watch?v=Us2YuUmqq-I

    O alumínio possui sim uma certa toxidade. Porém ele só é perigoso quando cozinhamos alimentos ácidos, que causam uma corrosão das camadas de alumínio da panela e incorporam o metal ao alimento. Desta forma muito mais perigoso que assar um frango com papel alumínio é cozinhar molho de tomate em panelas de alumínio sem qualquer revestimento. Mexer o alimento com colheres feitas com material mais duro que o alumínio, como colheres de aço, também ajudam a incorporar o metal ao alimento. Prefira as de madeira ou plástico.

    O lado brilhante do papel alumínio deve ficar para dentro quando assamos algo porque esta face reflete de volta o calor irradiado do alimento sob a forma de infravermelho, cozinhando-o mais rápido e utilizando menos energia.