sábado, 24 de dezembro de 2016

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24 de dezembro de 2016

postado por m.americo

NÃO EXISTEM TRIBOS DESCONHECIDAS NO ACRE, O QUE HÁ SÃO TRIBOS AINDA "ISOLADAS"


Fotos em alta resolução mostram pintura corporal elaborada e cortes de cabelo diferentes de índios isolados (Foto: Ricardo Stuckert/Arquivo Pessoal)
O “terçado”, na mão do índio, mostra contato com a “civilização”
Bem, amigos, vamos botar mais pimenta na discussão sobre as fotos da tribo supostamente descoberta no Acre, feitas por Ricardo Stuckert, um dos filhos de nosso querido amigo Roberto Stuckert, com quem trabalhamos na Manchete em Brasilia. 
Para início de conversa, não é verdade que haja tribos desconhecidas no Acre. O que existe são algumas tribos que se recusam a interagir com os chamados civilizados, que são chamadas de “tribos isoladas”. 
Mas isso não significa que não tenham nenhum contato com os “brancos” (que na verdade são também pardos, mestiços e negros).
Isso não representa nenhuma novidade para quem é do Acre. Por isso, podemos dizer que o comentarista Francisco Vieira está certo, ao identificar um “facão” civilizado na mão do índio.
SEMPRE FOI ASSIM – No início do século passado, os índios arredios invadiam as casas e levavam tudo o que lhes interessava – facas, terçados (como os acreanos chamam os facões), panelas, cobertores, redes. 
As pessoas ficavam imóveis, enquanto eles faziam a “limpa”, como se dizia antigamente.
Sei disso porque minha mãe, Yolanda Leitão, me contou. Ela nasceu num seringal, em 1917, numa casa com chão de patioba, uma espécie de coco usado para fazer o assoalho. Naquela época, as pessoas ficavam imóveis, em silêncio, enquanto os índios invadiam as casas e levavam os pertences. Ou seja, o fato de um índio arredio estar com um facão civilizado não é novidade nenhuma no Acre. Sempre foi assim.
Há duas semanas, o sertanista José Meirelles esteve no programa de Fátima Bernardes, na TV Globo e mostrou outras fotos e vídeos dessa tribo arredia, que já está careca de conhecer os “civilizados”. 
Os vídeos que exibiu foram gravados a poucos metros de onde estavam os índios. Em função isso, Ricardo Stuckert chamou Meirelles para voltar lá, de helicóptero, e os índios se assustaram. 
Foi apenas isso o que aconteceu. Minha mãe está viva, tem 99 anos, podem perguntar a ela como se comportam os índios arredios.

24 de dezembro de 2016
Carlos Newton

MENSAGEM DE NATAL AOS AMIGOS QUE ANDAM POR AQUI...


24 DE DEZEMBRO DE 2016

Véspera da Noite Santa... Estamos à beira do Natal. O menino Rei dos Reis vai nascer a qualquer momento (se a data estiver realmente certa, pois alguns historiadores levantam muitas dúvidas sobre isso!). Enquanto aguardamos, os cristãos naturalmente, pois os muçulmanos não estão nem aí, penso sobre o desastre que é a nossa civilização predatória. Incrível que a humanidade tenha chegado até aqui. Ainda que aos trancos, pegando só quando empurra.
Quando ligo a TV, quero dizer, eu nunca ligo, mas quando ela já está ligada, eu dou uma rápida olhada para ver o que anda acontecendo pelaí, e sempre, invariavelmente, aparece aquela estúpida destruição de Aleppo, o inacabável sofrimento de crianças e pessoas absolutamente desumanizadas pela violência, uma cidade inteira transformada em escombros...
Uma variação sempre em destaque: a corrupção, que arruina o meu país, mata a esperança dos vindouros e dos presentes, e afunda-nos no charco dessa miséria ética, social e econômica.
E como desejar Feliz Natal aos nossos próximos (mas tão distantes!), sem um grão de loucura na consciência??
Putin de um lado, trump de outro, e no meio do caos, que deveria estar o NADA ABSOLUTO, damos de cara com o terrorismo que assola inesperadamente os lugares mais insólitos, onde costumávamos nos divertir!
Então penso que deveríamos ter o máximo cuidado para desejar o tal FELIZ NATAL!!! E ainda assim, muito discretamente, quase sussurrando... Sorrateiramente!
E fico então meditando com os meus botões, que felizmente apenas escutam sem dar pitaco, que se desejasse pedir algum presente ao Papai Noel, hesitaria entre a Sabedoria e a Força. Uma dúvida cruel!
Se peço sabedoria, fico disposto a compreender a insanidade dos homens, perdoá-los, e orar pelos mortos, e até pelos que ainda não morreram, mas estão a caminho...
Se peço força, com certeza vou meter a porrada nessa estúpida humanidade!
m.americo

http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2016/12/mensagem-de-natal-aos-amigos-que-andam.html

SUCESSO DE UMA MULHER BONITA SEMPRE É ATRIBUÍDO À FACILIDADE COM QUE SEDUZ

Como combater a beleza? Perguntei-me isso outro dia, num desses momentos em que você fica entre o amor e o desprezo pelo mundo.

Talvez seja a proximidade do fim do ano, época em que, pelo menos um pouco, fazemos aquilo a que o grande Chesterton (1874-1936) se referia como as grandes virtudes de "ficar na cama" -ele escreveu um ensaio brilhante com este título. O período entre Natal e Ano-Novo ainda resguarda um pouco da preguiça restauradora da alma.

Quando ficamos na cama mais do que a boa conduta permite, como diz Chesterton em seu ensaio, e sem nenhuma desculpa científica idiota (desculpa esta que fará de nós hipocondríacos com sólida fundamentação científica, segundo o ensaísta inglês), nossa mente revela uma das suas qualidades essenciais: a de ser vadia como uma moça linda sem princípios morais muito rígidos. Estou convencido de que a mente é mesmo uma entidade feminina, do contrário não conseguiria ser tão amoral carregando em si tamanha leveza.

Então, me perguntei: "Como combater a beleza?". Afinal, por qual razão alguém decidiria combater a beleza? Porque ela complica o dia a dia, estuário do comum e do banal? Porque, a uma certa altura da vida, já desistimos dela? Ou, pelo contrário, se nos tornamos obcecados por ela, pareceremos ridículos aos olhos dos mais jovens?

Ou, quando jovens, ainda não a combatemos porque ainda não sabemos que vamos desistir dela quando, finalmente, a maturidade nos convencer que a beleza é um delírio dos românticos? Uma futilidade típica de pessoas superficiais? A segurança é melhor companheira do que a beleza nos momentos de fraqueza da alma. A beleza cobra de nós coragem, e a coragem é uma gota em meio ao mar de covardia que sustenta a evolução do Homo sapiens.

E se a beleza for uma forma de desigualdade social que deve ser combatida em nome da justiça? Sem dúvida ela é, uma vez que poucas nascem belas. Claro, com dinheiro, compra-se uma razoável dose de beleza, e, por isso mesmo, muitos poderão considerar, quem sabe um dia, que ser feia é a única forma de garantia de igualdade social plena. Um mundo de feias seria seguramente um mundo sem guerras? Apesar do que pensavam Górgias (484 a.C.-376 a.C.) e Protágoras (490 a.C.-415 a.C.), Helena foi uma grande causa para a destruição de Troia.

Se ficarmos ainda na Grécia antiga, entenderemos que Ulisses, em seu retorno a Ítaca após a guerra de Troia, se fez amarrar no mastro do seu navio enquanto seus homens taparam os ouvidos com cera porque queria ouvir e ver a beleza mortal das musas e sereias. Isso quer dizer que homens normais preferiam passar a vida indiferentes a fim de jamais encontrar a beleza em carne e osso?

Dostoiévski (1821-1881) dizia que a "beleza salvará o mundo". Não vou discutir a vasta fortuna crítica que aloca essa afirmação entre seus personagens mais místicos, Zózima, o monge de "Irmãos Karamázov", e o príncipe Míchkin, o idiota de Deus do romance "O Idiota". Neste âmbito, a beleza de Cristo é que salva.

Mas, ainda no romance "O Idiota", o autor russo descreve aquela que foi sua maior personagem feminina, Nastácia Filíppovna, a infeliz mulher mais bela do mundo. Todos os homens (menos aquele que ela ama, o príncipe Míchkin, mas que ama outra, sua prima Aglaia) a querem como mero objeto sexual, e todas as mulheres a odeiam por simples inveja.

Seria verdade aquilo que se fala por aí? Que mulheres bonitas são caçadas a pauladas no mundo corporativo? Sendo este um fragmento perfeito do mundo, a distopia perfeita da realidade, provavelmente sim. No mundo real, desconfia-se da mulher bonita. Seu sucesso sempre será atribuído à facilidade com que seduz homens de poder. Da universidade ao tribunal, a beleza será sempre objeto de desconfiança.

A beleza deixa o coração em brasa na mesma medida em que congela o olhar. O simples modo como submete aquele que a enxerga já deveria ser o suficiente para combatê-la em nome da paz.

Segundo Camus (1913-1960), um fio de cabelo de uma mulher vale mais do que a metafísica. Pelo menos nisso Platão estava, sim, errado.


24 de dezembro de 2016
Luiz Felipe Ponde, Folha de SP