quarta-feira, 24 de agosto de 2011

NOMES ESTRANHOS...


Alguns nomes estranhos de pessoas, registrados em cartórios de todo o Brasil, parece brincadeira...
O objetivo não é de ridicularizar ninguém, mas sim de trazer uma pequena amostra do festival de exotismos que assola o povo brasileiro.
Os nomes foram recolhidos a partir de listas públicas, como uma relação de segurados com nomes estranhos divulgada pelo extinto INPS na década de 80, e pesquisas em cartórios realizadas por autores de livros especializados.
Vejamos os Nomes !

Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida
Acheropita Papazone
Adalgamir Marge
Adegesto Pataca
Adoração Arabites
Aeronauta Barata
Agrícola Beterraba Areia
Agrícola da Terra Fonseca
Alce Barbuda
Aldegunda Carames More
Aleluia Sarango
Alfredo Prazeirozo Texugueiro
Alma de Vera
Amado Amoroso
Amável Pinto
Amazonas Rio do Brasil Pimpão
América do Sul Brasil de Santana
Amin Amou Amado
Amor de Deus Rosales Brasil (feminino)
Anatalino Reguete
Antônio Americano do Brasil Mineiro
Antonio Buceta Agudim
Antonio Camisão
Antonio Dodói
Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado
Antonio Melhorança
Antônio Morrendo das Dores
Antonio Noites e Dias
Antônio P. Testa
Antonio Pechincha
Antônio Querido Fracasso
Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete
Antônio Veado Prematuro
Apurinã da Floresta Brasileira
Araci do Precioso Sangue
Argentino Argenta
Aricléia Café Chá
Armando Nascimento de Jesus
Arquiteclínio Petrocoquínio de Andrade
Asteróide Silverio
Ava Gina (em homenagem a Ava Gardner e Gina Lolobrigida)
Bananéia Oliveira de Deus
Bandeirante do Brasil Paulistano
Barrigudinha Seleida
Bende Sande Branquinho Maracajá
Benedito Autor da Purificação
Benedito Camurça Aveludado
Benedito Frôscolo Jovino de Almeida Aimbaré Militão de Souza
Baruel de Itaparica Boré Fomi de Tucunduvá
Benigna Jarra
Benvindo Viola
Bispo de Paris
Bizarro Assada
Boaventura Torrada
Bom Filho Persegonha
Brandamente Brasil
Brasil Washington C. A. Júnior
Brígida de Samora Mora
Belderagas Piruégas de
Alfim Cerqueira Borges Cabral
Bucetildes (chamada, pelos familiares, de Dona Tide)
Cafiaspirina Cruz
Capote Valente e Marimbondo da Trindade
Caius Marcius Africanus
Carabino Tiro Certo
Carlos Alberto Santíssimo Sacramento
Cantinho da Vila Alencar da Corte Real Sampaio
Carneiro de Souza e Faro
Caso Raro Yamada
Céu Azul do Sol Poente
Chananeco Vargas da Silva
Chevrolet da Silva Ford
Cincero do Nascimento
Cinconegue Washington Matos
Clarisbadeu Braz da Silva
Colapso Cardíaco da Silva
Comigo é Nove na Garrucha Trouxada
Confessoura Dornelles
Crisoprasso Compasso
Danúbio Tarada Duarte
Darcília Abraços
Carvalho Santinho
Deus Magda Silva
Deus É Infinitamente Misericordioso
Deusarina Venus de Milo
Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco
Dignatario da Ordem Imperial do Cruzeiro
Dilke de La Roque Pinho
Disney Chaplin Milhomem de Souza
Dolores Fuertes de Barriga
Dosolina Piroca Tazinasso
Drágica Broko
Ernesto Segundo da Família Lima
Esdras Esdron Eustaquio Obirapitanga
Esparadrapo Clemente de Sá
Espere em Deus Mateus
Estácio Ponta Fina Amolador
Éter Sulfúrico Amazonino Rios (socorro...)
Excelsa Teresinha do Menino Jesus da Costa e Silva
Faraó do Egito Sousa
Fedir Lenho
Felicidade do Lar Brasileiro
Finólila Piaubilina
Flávio Cavalcante Rei da Televisão
Francisco Notório Milhão
Francisco Zebedeu Sanguessuga
Francisoreia Doroteia Dorida
Fridundino Eulâmpio
Gigle Catabriga
Graciosa Rodela D'alho
Heubler Janota
Hidráulico Oliveira
Himineu Casamenticio das Dores Conjugais
Holofontina Fufucas
Homem Bom da Cunha Souto Maior
Horinando Pedroso Ramos
Hugo Madeira de Lei Aroeiro
Hypotenusa Pereira
Ilegível Inilegível
Inocêncio Coitadinho
Isabel Defensora de Jesus
Izabel Rainha de Portugal
Janeiro Fevereiro de Março Abril
João Bispo de Roma
João Cara de José
João Cólica
João da Mesma Data
João de Deus Fundador do Colto
João Meias de Golveias
João Pensa Bem
João Sem Sobrenome
Joaquim Pinto Molhadinho
José Amâncio e Seus Trinta e Nove
José Casou de Calças Curtas
José Catarrinho
José Machuca
José Maria Guardanapo
José Padre Nosso
José Teodoro Pinto Tapado
José Xixi
Jovelina Ó Rosa Cheirosa
Jotacá Dois Mil e Um Juana Mula
Júlio Santos Pé-Curto
Justiça Maria de Jesus
Lança Perfume Rodometálico de Andrade
Leão Rolando Pedreira
Leda Prazeres Amante
Letsgo Daqui (let's go)
Liberdade Igualdade
Fraternidade Nova York Rocha
Libertino Africano Nobre
Lindulfo Celidonio Calafange de Tefé
Lynildes Carapunfada Dores Fígado
Magnésia Bisurada do Patrocínio
Manganês Manganésfero Nacional
Manolo Porras y Porras
Manoel de Hora Pontual
Manoel Sovaco de Gambar
Manuel Sola de Sá Pato
Manuelina Terebentina
Capitulina de Jesus Amor Divino
Marciano Verdinho das Antenas Longas
Maria Constança Dores Pança
Maria Cristina do Pinto
Magro Maria da Cruz Rachadinho
Maria da Segunda Distração
Maria de Seu Pereira
Maria Felicidade
Maria Humilde
Maria Máquina
Maria Panela
Maria Passa Cantando
Maria Privada de Jesus
Maria Tributina Prostituta Cataerva
Maria-você-me-mata
Mário de Seu Pereira
Meirelaz Assunção
Mijardina Pinto
Mimaré Índio Brazileiro de Campos
Ministéio Salgado
Naida Navinda Navolta Pereira
Napoleão Estado do Pernambuco
Napoleão Sem Medo e Sem Mácula
Natal Carnaval
Natanael Gosmoguete de Souza
Necrotério Pereira da Silva
Novelo Fedelo
Oceano Atlântico Linhares
Olinda Barba de Jesus
Orlando Modesto Pinto
Orquerio Cassapietra
Otávio Bundasseca
Pacífico Armando Guerra
Padre Filho do Espírito Santo Amém
Pália Pélia Pólia Púlia dos Guimarães Peixoto
Paranahyba Pirapitinga Santana
Penha Pedrinha Bonitinha da Silva
Percilina Pretextata
Predileta Protestante
Peta Perpétua de Ceceta
Placenta Maricórnia da Letra Pi
Plácido e Seus Companheiros
Pombinha Guerreira Martins
Primeira Delícia Figueiredo Azevedo
Primavera Verão Outono Inverno
Produto do Amor Conjugal de Marichá e Maribel
Protestado Felix Correa
Radigunda Cercená Vicensi
Remédio Amargo
Renato Pordeus Furtado
Ressurgente Monte Santos
Restos Mortais de Catarina
Rita Marciana Arrotéia
Rocambole Simionato
Rolando Caio da Rocha
Rolando Escadabaixo
Rômulo Reme Remido Rodó
Safira Azul Esverdeada
Sansão Vagina
Sebastião Salgado Doce
Segundo Avelino Peito
Sete Chagas de Jesus e Salve Pátria
Simplício Simplório da Simplicidade Simples
Soraiadite das Duas a Primeira
Telesforo Veras
Tropicão de Almeida
Última Delícia do Casal Carvalho
Último Vaqueiro
Um Dois Três de Oliveira Quatro
Um Mesmo de Almeida
Universo Cândido
Valdir Tirado Grosso
Veneza Americana do Recife
Vicente Mais ou Menos de Souza
Vitória Carne e Osso
Vitimado José de Araújo
Vitor Hugo Tocagaita
Vivelinda Cabrita
Voltaire Rebelado de França
Wanslívia Heitor de Paula
Zélia Tocafundo Pinto

OUTRAS CURIOSIDADES

Os irmãos Epílogo, Verso, Estrofe, Poesia e Pessoína Campos.
As irmãs Xerox, Autenticada e Fotocópia
Os irmãos Cedilha, Vírgula, Cifra e Ponto
As irmãs Defuntina e Finadina.
As irmãs Dialinda e Noitelinda.
Os irmãos Rebostiana e Euscolástico.
Os irmãos Creio Em Deus Pai Kramer e Espírito Santo Riograndense Kramer.
O caso do pai Fredolino e do filho Merdolino.

O flamenguista fanático que batizou seus filhos com nomes do tipo:
Flamena e Zicomengo.

Sem falar numa família inteira, no Sul do Brasil, cujo sobrenome é Cachorroski.

E tem o caso dos dois irmãos chamados Zalboeno e Zauxijoane. "Zalboeno" foi montado através de combinações com o nome do Balboeno, ex-jogador de futebol da Argentina.

E "Zauxijoane" é: Za (de Zalboeno), Auxi (Auxiliadora, a mãe), Joa (João, o pai) e Ne (Nordeste, a região onde nasceu).

Combinações estranhas são comuns.
Exemplos:
Kêmula Katrine, Liney Lindsay, Reimar Rainier...

E também combinações entre nomes de irmãos: Zigfrid, Zigfrida, Zingrid.

Nomes de personalidades também costumam batizar diversas pessoas pelo Brasil afora.
Exemplos:

Adolpho Hitler de Oliveira
Anjo Gabriel Rodrigues Santos
Charles Chaplin Ribeiro
Elvis Presley da Silva
Hericlapiton da Silva
Ludwig van Beethoven Silva
Maicon Jakisson de Oliveira
Marili Monrói
Marlon Brando Benedito da Silva
Sherlock Holmes da Silva

Na época do seriado Dallas, eram comuns nomes como: Pâmela, Suelen, Jotaerre, Biull...

Mas os próprios artistas não ficam atrás. Os filhos da cantora Baby do Brasil (antigamente conhecida como Baby Consuelo) se chamam: Sarah Sheeva, Zabelê, Nana Shara, Kriptus Rá Baby, Krishna Babye e Pedro Baby.

E há os clássicos erros de cartório ou mesmo dos pais, que não sabe como se escreve o nome...

Por exemplo, uma pessoa chamada Merco (era para ser Américo...).
E tem uma mulher chamada Jafa Lei. O diálogo no cartório:
- "Qual o nome?"
- "Já falei..."

E como é difícil acertar o nome Washington. Tem Uoston, Woxingtone, Oazinguito...

E tem o caso de uma empregada doméstica, daquelas bem simples, deu à filha o nome de Madeinusa. Quando uma pessoa da casa foi perguntá-la o motivo do nome, ela respondeu inocentemente: É que eu estava pegando suas roupas para lavar e li na etiqueta de sua camiseta a palavra "Made in USA", eu achei tão lindo...

Ainda não acabou !!!...


Há também o casal Robeto Grosso e Patricia Pinto
A moça ficou com o nome de casada: Patricia Pinto Grosso
os irmãos: Epílogo, Verso, Estrofe, Poesia e Pessoína Campos;
os irmãos: Xerox, Autenticada e Fotocópia;
os irmãos: Zigfrid, Zigfrida, Zingrid, Ingrid;
os irmãos: Orlaneide Araújo Silva e Orlanílson Araújo Silva,
os irmãos: Phebo Lux Rochester (em homenagem aos sabonetes e ao laboratório) e Godson ("filho de Deus", em inglês)

No Rio Grande do Norte, há uma família cujos nomes dos filhos são os números em francês, na ordem de nascimento:

Un Rosado, Deux Rosado, Trois Rosado, Quatre Rosado, Cinq Rosado etc.
Nossa fonte não sabe ao certo quantos são, mas tem conhecimento de um Vingt Un Rosado (21)...

Casamentos costumam render belos sobrenomes.
Uma moça da família Rego casou-se com um rapaz cujo sobrenome de família era "Barbudo".
Não deu outra: o sobrenome da moça ficou "do Rego Barbudo".
Tem um casal de nomes Adolfo Penteado e Elizabeth Rego, portanto os filhos são legítimos "Rego Penteado".
E há o caso de uma mulher que, depois de casado, ficou com o nome Cármem Melo Pinto.

Um outro casal, mais discreto, preferiu manter os nomes de solteiro, mesmo após o casamento. Ele se chama José Francisco Pinto e ela, Maria José Brochado.

Na cidade de Mogi das Cruzes, uma das maiores colônias japonesas do Brasil, um casamento entre duas famílias tradicionais acabou se tornando em motivo de piada.

A moça se chamava Mitiko Kudo e o seu noivo, Jorge Endo.
Na euforia do casamento, esqueceram que o nome que seria adotado pela futura Sra. Endo traria sérios dissabores para a mesma. Esqueceram e o nome da moça acabou ficando assim: Mitiko Kudo Endo.

DIRETAMENTE DOS CARTÓRIOS DO BRASIL...

Ou com o testemunho do próprio...
E depois? Como conviver com esses nomes?

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ESTRANHOS CONHECIMENTOS...

De onde eles tiram essas informações?
Verdadeiras pérolas... Mas como diz o Jô, continuará lutando em prol da educação... Embora inutilmente.

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SULTAN KHAN E A 4ª. RONDA

Sob a coordenação de Sultan Khan, passamos las noches de Rivera analisando partidas de xadrez das Olimpíadas que se desenrolam na Sibéria.

Sultan é um matusalém indiano que foi escravo de um Khan na sua pátria, daí o sobrenome que ele renega, prefere ser chamado apenas pelo primeiro nome.

O marajá era metido até a raiz dos cabelos em negociatas com os ingleses da linha-dura, se é que tem algum de linha mole. Dava-se muito bem com eles, pois como todos sabem os ingleses, seus aparentados e descendentes, são fissurados em escravizar e espoliar o terceiro mundo.

De tanto escravizar seus patrícios e lamber as botas dos malvados colonizadores, o tal Khan chegou a Cavaleiro da Grande Cruz do Império Britânico, entre outras comendas que os encastelados usam para se lamber mutuamente, e que por alguma razão sempre ressalto: aquele me-engana-que-eu-acho-bacana para cima do povo, o faz-de-conta que não somos fedidos.

Fascinado pelo jogo-ciência-arte, Sultan logo chamou a atenção do seu dono pelas proezas no tabuleiro, de modo que era tratado como escravo de luxo.
Com boa escola, tempo para estudar, alimentação adequada, tornou-se um adversário temível, aguda inteligência, nervos de aço, em pouco tempo a Índia, berço do xadrez, já não tinha adversários a sua altura.

O Khan então o levou com sua comitiva para a Inglaterra numa das muitas viagens que fazia para se divertir e dividir com os estrangeiros o resultado da pilhagem ao seu povo, como fazem alguns atualmente, online, em relação aos Estados Unidos.

Esta mania de ir mudando de assunto ainda vai me causar problemas, qualquer dia os armínios, meirelles e toda a fiesp se unem ao Dan e a Mr.Febraban e me abotoam o paletó. Está bem, pessoal, refiro-me exclusivamente ao traidor joguete da Arábia Saudita.

Na capital inglesa a figura daquele enorme e esguio indiano com seu turbante branco causou uma grande comoção: ninguém entendia como era possível a um silencioso e obediente escravo enfrentar e vencer aos melhores enxadristas da Europa, suplanta-los em inteligência, ciência e arte.
Caiu o queixo da Rainha, que lhe acenava faceira sempre que ninguém estivesse olhando.
Algumas de suas partidas são célebres, temos especial admiração pela Caro-Kann Rubinstein com a qual ele bateu Flohryn no clube dos magnatas de Londres.

O marajá se encantou mais ainda com o objeto que lhe dava fama e ficou dois anos viajando pela Europa, com Sultan reduzindo a pó os maiores campeões dos grandes centros urbanos.

Numa ocasião, em Liege, na Bélgica, o povo foi aclama-lo em frente ao teatro da cidade, após a sua retumbante vitória sobre Akiba Rubinsulko, numa partida India variante Capablanca.
De outra feita, em Hamburgo, o próprio Hitler estava na platéia, ali Sultan não se sentiu bem e demorou 74 lances para dobrar Karl Stein numa Indiana da Rainha. O judeu Stein também estava nervoso, quiseram suspender a partida, o que os organizadores não permitiram: ou jogam ou morrem.
Nosso herói, obviamente, nunca viu a cor do dinheiro que ganhava nos torneios.

Eis que um belo dia o marajá decidiu retornar à pátria, a espoliação capengava sem os seus cuidados. Por essa época Sultan era amante de uma finória chamada Elisa Louise, noiva de um capitão do regimento da cavalaria armada da Abadia de Westminster. De joelhos ela implorou que não fosse embora.

Havia chegado, enfim, o momento de Sultan se livrar do seu feitor. Gestões foram feitas pela nobreza parentalha da moça, dinheiros correram, e o Khan dizendo que não, nunca, jamais lhes venderia ser serviçal mais valioso.
Então que começaram a trata-lo com certa distância, logo com frieza, ao ponto do descaso, lentamente minando suas defesas, por fim disseram-lhe que o caso tinha incomodado os ouvidos da Rainha...

Bem, o indivíduo não era doido de arrumar encrenca com os chefões, e logo a Queen!, então concordou em deixar Sultan em Londres, mas somente por cinco anos.
Todos sabiam que jamais seria devolvido, os nobres mais tarde recompensariam o maracujá, agora convinha manda-lo embora sem parecer que o tinham chantageado.
Assim foi que Sultan escapou do seu senhor e tornou-se o brinquedo predileto da nobreza e dos ricaços ingleses.

Para encurtar o relato, de há muito Sultan estava cheio daquilo tudo, da vaca da amante, dela e de seus reais cães. Muito ruim de cama e com mau-hálito. E aquele modo vulgar de chama-lo para o leito: "Vem meu Cavalão, vem meu Peaozão, meu Bispão, me bate, me...". Cheio também estava dos endinheirados fofoqueiros, do ar de... bem, já falei, o faz-de-conta.

A jararaca estava de casamento marcado. Julgando que o pensamento distante de Sultan era de tristeza pelo casório, a medonha prometeu que em compensação iria lhe conseguir a Medalha de Galanteria da Rainha, que não ficasse chateado, gostava mesmo era dele, o casamento era para manter as aparências, o de praxe nesse meio.

Sim, Sultan andou pelo Palácio de Buckinghan se exibindo em simultâneas, a Rainha ficou embevecida, consta até que... deixa para lá.

Por um tempo Sultan dedicou-se, em suas partidas, a comer a rainha alheia. Na verdade por lá não se usa a expressão comer, e sim tomar. De certo mesmo é que a Rainha passou a colecionar turbantes indianos. Nada de estranho, cada um, cada um, afinal a princesa Isabel colecionava atabaques.

Numa das exibições públicas (públicas até ali, em teatro fechado, a cem reais ou libras por cabeça, para frequentadores de ninhos como o Teatro São Pedro, onde lambem os lindinhos da Globo) um figurão norte-americano quis testar a sua memória, provocando-o a ouvir uma série de palavras e depois repeti-las na mesma ordem. Sultan humildemente aquiesceu.
O sujeito puxou uma papelama do bolso e no palco da apresentação leu, pausadamente, 400 palavras, sem aparente conexão de umas com outras. Se em português poderiam ser: feijão, inconstitucional, paródia, mico, paralelepípedo, cabeça, juiz, e quem quiser acrescente mais 393 ao seu gosto. Ao terminar, estendeu a mão em direção a Sultan, como quem diz "sua vez".
Nosso enxadrista começou: feijão, inconstitucional, paródia, mico... e foi até a 400, na ordem exata. A platéia enlouqueceu em aplausos e vivas. Sultan esperou até que o silêncio voltasse ao salão e recomeçou tudo, agora de trás para diante. Só repetiu as palavras, se a última fosse "exagerado", por ela começou, assim como se escreve, mas nos contou que se quisesse poderia ter colocado as letras também de trás para diante: "odaregaxe", até chegar em "oãjief". Com essa, a Rainha... bem, esqueçamos a Rainha da Inglaterra, para não alimentar as sempre indesejáveis más-línguas.


No dia do casamento da pinguancha Elisa com seu agora general - o promoveram para poder casar com a nobre -, Sultan, que havia se apaixonado perdidamente por uma morocha uruguaya que passava férias em Londres, a Claudia Lujan, deu no pé e veio parar aqui, como herdeiro das fazendas do pai da sua amada .
Vive a repetir: fora do tabuleiro, rapaz, nunca se meta com reis, rainhas e bispos, são perigosos, peões desunidos morrem sempre. Escrevo isto e lembro dos partidos de esquerda, peonada que segue desunida e, pior, que agora entontece fácil com qualquer cargo público, de empregado do povo, já ficam se achando, querem Oscar com um abacaxi de encomenda, se julgam merecedores de prêmio Nobel, uma lástima.


Acabei me estendendo ao falar do nosso amigo. Os nossos bambas, além do imbatível Sultan, que agora só joga con su vieja Claudita, são Miquirina Segundo, Raúl Capanegra, Kafil M'Oba e Carlito Dulcemano, mas Carlito ausentou-se, está se demorando no Brasil. Os demais são assim-assim. Dolores Sierra e eu nos defendemos.
Juanito Matabanquero só é bom em jogo de osso e em tiro al blanco.

Os matches na Sibéria iniciam as 7 da manhã, horário do Uruguay, então à noite Sultan seleciona as partidas que vale a pena analisar, por genialidade ou técnica. Hoje, festejando a primavera, mudamos: decidimos assistir ao vivo pela internet. Dez notibuquis frigindo de ligeiros, conectados a telas grandes.

Que bela manhã!

Grandes jogos. Ivanchuk, Aronian, Kramnik, Topalov, Grischuk, Shirov... Eu fui direto na partida do georgiano Baadur Jobava, de brancas enfrentando o número 1 do mundo, Magnus Carlsen, pela Noruega.
Outro dia falamos sobre o Baadur, é "apenas" o número 31 do planeta, porque se expõe muito. Aos 24 anos é o cara que, em toda a história do xadrez desde que há registro, mais partidas venceu com sacrifício de peças. Abriu um tantinho e não quer nem saber, vai com tudo, sangue de toureiro, joga a morrer. Gosto de gente assim. Sobre Magnus há uma boa entrevista aqui no bloguinho.

Miquirina Segundo ficou procurando a equipe de Angola, diz que na sua cidade, Cuando-Cubango, o pessoal joga muito bem. Descobriu que Angola se inscreveu mas não compareceu. A Tanzânia de Kafil nem se inscreveu. Cuba de Raúl lá estava, nunca falha.

Baadur e Magnus ainda estavam na abertura da sua partida quando localizei o Burundi, num relâmpago já havia tomado 4 x 0, como nos três rounds anteriores. Sim, cada país é representado por 4 enxadristas, joga o país quando jogam os 4 tabuleiros. Assim que o Burundi tomou 4 x 0 nos quatro rounds.
FOTO: Sultan, quando jovem.
ainda espantado

COPA DO MUNDO DE XADREZ

Neste 27 de agosto terá início a Copa do Mundo de Xadrez, em Khanty Mansiysk, na Rússia. Os 128 melhores cérebros de 46 países, num terrível mata-mata, inteligências de foice no escuro.

Já imaginamos o estardalhaço que a Rede Globo e suas congêneres irão fazer em horário nobre: cobertura com 25 repórteres, 50 câmeras, entrevistas com especialistas, a começar pelo nosso Sultan Khan, etc.

Ironias à parte, entendam os amigos que, por alguma estranha razão, virou compulsão aqui no blog de vez em quando dar um bico nas canelas dos débeis mentais da cleptomaníaca tevê nacional, eles nada sentem mesmo.

O vencedor estará qualificado para o próximo torneio de Candidatos ao título mundial, no ano que vem. Neste ano, como sabemos, o vencedor do Candidatos foi Boris Gelfand, que será o desafiante do campeão mundial Vishy Anand.

Em Khanty Mansiysk estarão todos os cobras, à exceção do campeão do mundo, por razões óbvias, e das feras Magnus Carlsen, Vladimir Kramnik, Levon Aronian e Veselin Topalov, que acreditamos já qualificados para o Candidatos.

Defendendo as cores do Brasil, solitários, quase que abandonados pelo seu país, teremos os nossos bambas Alexandr Fier, Diego Rafael Di Berardino e Darcy Lima. Com sério risco de sairem fora já no primeiro dia: no sorteio, pegaram as pedreiras Yue Wang (35º do mundo), Gata Kamsky (15º) e Peter Svidler (16º), pela ordem. Darcy, então, o rei do peso: foi premiado com o sujeito (Svidler) que além de ser o 16º do mundo, tem o melhor desempenho do planeta em 2011 e acaba de vencer o fantástico Superfinal da Rússia.

A abertura do torneio se dará no salão de concertos do Ugra Classic Theater, com a exibição do filme "Ugra - a capital do xadrez", ao som de Mozart e Vivaldi.

Além dos brasileiros, a palafita torcerá, como sempre, para os cubanos e para Baadur Jobava, da Geórgia. Se Jobava estiver naqueles seus dias de alucinação... mamma mia! Tomara.

As emoções serão AQUI. Mais a cobertura de uma dezena de sites mundiais e das tevês de outras plagas.
(Fotos: Galina Popova)
ainda espantado