sábado, 23 de julho de 2016

CONQUISTA DA NEUROCIÊNCIA: NOVO MAPA DO CÉREBRO MOSTRA 97 REGIÕES DESCONHECIDAS



Estudo publicado pela Nature revela que o cérebro humano tem 180 áreas diferentes. É um conhecimento sem precedentes sobre a mente humana, um novo marco da neurociência que deve guiar estudos futuros:

Há pouco mais de um século, o cientista alemão Korbinian Brodmann dividiu o cérebro humano em 52 regiões diferentes, criando o primeiro “mapa” do cérebro. Nesta quarta-feira, um esforço científico liderado pela Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, atualizou essas divisões, revelando que o córtex, a camada mais externa do cérebro, tem 180 áreas que comandam a consciência, linguagem, atenção, percepções, pensamentos e sensações – um conhecimento sem precedentes sobre a mente humana.

Publicado na prestigiada revista Nature, o estudo está sendo considerado pelos especialistas um marco na área da neurociência e deve guiar estudos futuros que buscam compreender o cérebro humano. O novo mapa vai ajudar a conhecer o desenvolvimento da mente ao longo dos anos, esclarecer como se dá seu envelhecimento e revelar de que maneira suas funções podem ser alteradas por doenças como Alzheimer ou esquizofrenia.

“Podemos pensar nesse mapa como se ele fosse uma versão 1.0”, disse o neurocientista Matthew Glasser, um dos autores do estudo, ao jornal The New York Times. “Deve existir uma versão 2.0 assim que os dados forem melhorados e examinados por mais pessoas. Esperamos que o mapa evolua junto com o progresso da ciência.”

Novo mapa do cérebro


Para criar o mapa, os cientistas de sete centros de pesquisa americanos e europeus analisaram imagens de ressonância magnética e a atividade cerebral de 210 adultos que fizeram parte do Human Connectome Project. O programa, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde americanos (NIH, na sigla em inglês), busca compreender como os neurônios cerebrais se conectam.

Estudar os dois aspectos – imagens e atividade cerebral – em conjunto era necessário porque mapas anteriores olhavam para apenas um aspecto do córtex, por exemplo, como se dá o agrupamento dos neurônios ou que áreas se tornam ativas durante o exercício de algumas funções.

“A situação é análoga à astronomia, quando telescópios terrestres produziam imagens obscuras do céu antes do surgimento dos telescópios espaciais e da óptica adaptativa”, afirmou Glassler, em comunicado dos NIH.

A análise dos dados confirmou a existência de 83 regiões cerebrais e descobriu outras 97. Algumas dessas novas áreas são totalmente desconhecidas e outras são subdivisões de porções maiores, como o córtex pré-frontal dorsolateral, que fica na parte anterior do cérebro, e é, na realidade, a reunião de uma dezena de pequenas partes.

A comunidade científica internacional recebeu o estudo como um divisor de águas na área da neurociência. Segundo o neurocientista David Kleinfeld, da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, o novo estudo traz conhecimentos fundamentais para a área. “É um passo em direção à compreensão de por que somos o que somos”, afirmou o ao site do jornal americano The New York Times.

“O estudo achou cerca de duas vezes mais áreas do que conhecíamos, o que é um enorme salto para a neurociência cerebral”, disse o neurocientista David McCormick, professor da Universidade Yale, nos Estados Unidos, ao americanoThe Verge, site especializado em ciência e tecnologia.

De imediato, o novo mapa do cérebro deve ajudar neurocirurgiões, que poderão planejar as cirurgias com mais precisão, identificando as áreas cerebrais a serem operadas e evitando lesões em regiões que não deveriam ser afetadas pelos cortes. A longo prazo, os dados podem ajudar neurocientistas a compreender desordens complexas e ainda misteriosas, como a esquizofrenia. (Veja.com).



23 de julho de 2016
in orlando tambosi

PRISÃO COMO ENTRETENIMENTO

Definitivamente vivemos na época do politicamente correto! De festas infantis com doces veganos, até ao julgamento por uma opinião que não é em favor das minorias.

Para falar a verdade, eu acho um saco toda essa história, porém dessa vez levanto a bandeira de uma causa “politicamente correta”: sou contra o uso de animais confinados como entretenimento.

No mês passado foi inaugurada a nova área do Aquário de São Paulo. Com milhões de reais investidos, o aquário ganhou um espaço que visa receber 36 novos animais, entre eles: um casal de ursos polares, cangurus, leão e lobo marinho. No total são 3 mil exemplares de 300 espécies.

Quando eu era pequeno adorava ir ao zoológico, e isso fazia parte da minha vida. Sempre ia no contexto de passeio com a família em busca de contato com a vida selvagem. Acontece que hoje eu sei que a única coisa de selvagem nessa história toda é o fato de que esses seres vivos, que estão confinados em um espaço mínimo, muitas vezes, foram tirados do seu habitat natural para servir de atração turística (só em escrever este último parágrafo já me sinto mal em pensar que muitas pessoas se divertem no zoológico!).

Claro que não posso desconsiderar o fato de que muitos animais são capturados em situações críticas e, com a ajuda dos veterinários e funcionários, são recuperados, porém, eles são pegos sem nenhuma perspectiva de voltar à natureza. 
Ou seja, eles são recuperados, mas, na maioria das vezes, são “esquecidos” em suas jaulas.

Sinceramente eu não consigo acreditar no mundo perfeito em que os animais são cuidados e devolvidos para seu habitat sem nenhum interesse monetário, ou melhor acho muito improvável.

Se pegarmos os ursos polares como exemplo, veremos que por mais adaptado que seja, o espaço que eles vão ficar é extremamente limitado. Você basicamente tirou um ser que está acostumado com temperaturas negativas em enormes extensões de terra para deixá-lo em um espaço confinado… servindo de entretenimento!

Não posso ser radical ao ponto de dizer que sou totalmente contra o confinamento de animais para fins comerciais, pois entendo que é tudo questão de cultura e ponto de vista.

Conversando com a minha mãe, descobri que antigamente era absolutamente normal passar um dia no zoológico ou passear no circo com a família se divertindo, sem nenhum peso na consciência. Porém, os tempos mudaram e hoje temos acesso à informação a todo momento.

Atualmente é bastante comum ver notícias de animais sendo mal tratados seja em circos, seja pelos seus próprios donos, no caso de animais domésticos. Acredito que seja a partir daí que começou, ou pelo menos aumentou, a aversão a esse tipo de entretenimento e mobilização contra a violência aos animais.

Coincidentemente, uma semana após ter lindo a notícia do Aquário de São Paulo, passou um episódio dos Simpson – importante seriado da cultura pop que mostra ironicamente a vida de uma típica família americana – que mostrava 8 bebês gêmeos confinados e servindo como entretenimento barato para uma plateia que aplaudia, ria e gritava pelos bebês. Isso é o reflexo da banalidade em que vive a sociedade!

Existem outros diversos modos de se manter conectado com a vida selvagem. Você não precisa ir a um lugar ver animais enjaulados para estar em sintonia com a natureza.

No mais, aconselho a pesquisarem sobre o confinamento de animais mais a fundo. Existem outros vários fatores que não foram tratados nesse texto. O site “Catraca Livre”, por exemplo, listou 10 motivos para não ir ao Aquário de São Paulo. Nota-se que não estou fazendo uma propaganda negativa do local, até porque não o visitei (e nem pretendo), mas sim um chamado para a consciência, o que era normal ontem, conforme nossa evolução, vai se tornando algo inexplicável e incoerente.

Concluo deixando uma pergunta para reflexão: onde um reality show se difere do que acaba de ser exposto?


23 de julho de 2016
Amílcar Cabral Neto, 15 anos, natural de Belém e paulistano por adoção, é estudante.

PLANETA VIVE ALARMANTE EPIDEMIA DE DEPRESSÃO, 50 ANOS APÓS PRIMEIRO ANTIDEPRESSIVO




O primeiro antidepressivo foi lançado em 1956, pelo laboratório Geigy. Na época, a companhia hesitou em lançá-lo no mercado por considerar a depressão um fenômeno de proporções insignificantes. Sessenta anos depois, a Organização Mundial da Saúde estima que entre 350 e 400 milhões de pessoas sofram de alguma forma de depressão, ou seja, cerca de 5% da população global.

De acordo com o IBGE, 7,6% da população brasileira foi diagnosticada com depressão. Segundo estudos da Fiocruz, 1 em cada 4 mulheres sofre de depressão pós-parto, número maior do que a média global.

Diante desses números fica a indagação do que pode ter ocorrido nessas últimas seis décadas. Estamos no meio de uma verdadeira epidemia mundial de depressão que fez números insignificantes saltarem a proporções alarmantes. O certo é que essas pessoas já estavam lá, mas não eram vistas, não eram diagnosticadas de forma correta.

Mas o que é depressão?

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.

A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.

Ao contrário do que geralmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. É importante destacar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética.

A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

Os sintomas de depressão são: humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia; desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas; diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis; desinteresse, falta de motivação e apatia; falta de vontade e indecisão; sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio; pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.

No mais, a pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio; ter uma interpretação distorcida e negativa da realidade (tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e o seu mundo); dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento; diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido; perda ou aumento do apetite e do peso.

A insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo) também é um forte sintoma, bem como dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.

Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.

A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.

É imprescindível seguir sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedicar, não interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita e, seguir as instruções da bula.


23 de julho de 2016
ucho.info