terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ALERTA PARA A HUMANIDADE

 

ALERTA PARA A HUMANIDADE

22 de dezembro de 2020

UM AVISO DA ESPIRITUALIDADE


Por Nazareno Tourinho

Prossigamos o nosso passeio revelador pelas páginas da Coleção da Revista Espírita editada no tempo de Allan Kardec, tendo em mira o rastreamento dos passos de Jean-Baptiste Roustaing e sua única médium, Emilie Collignon.

Diante dos olhos temos agora o exemplar de dezembro de 1862. O codificador do Espiritismo o encerra com a seguinte nota:

“RESPOSTA A UM SENHOR DE BORDEAUX

“Um senhor de Bordeaux nos escreveu uma carta, aliás muito polida, contendo uma crítica do ponto de vista religioso ao artigo do número de novembro sobre a Origem da linguagem, o qual, diga-se de passagem, encontrou numerosos admiradores. Como a carta não traz assinatura nem endereço, fizemos o que se faz com toda carta sem nome: foi para a cesta.”

Não desejamos nós, e nem poderíamos em sã consciência, acusar Roustaing de ser o autor da carta muito polida que foi para a cesta por ser anônima. Entretanto, também não devemos nos furtar a uma judiciosa e oportuna observação: o artigo Origem da linguagem, que a missiva em tela procura desqualificar, é do Espírito Erasto, presente com os seus ensinos sábios nos diversos livros da Codificação; este Espírito, por seu médium habitual de Paris, transmitiu a Kardec, antes dele ir a Bordeaux em fins de 1861, uma Epístola para ser lida por ocasião da visita. O Codificador, no discurso proferido em Bordeaux, cidade onde viviam Roustaing e E. Collignon, fez a leitura de tal Epístola. Nela há trechos assim:

"Eis por que vos digo, com toda a efusão de minha ternura por vós, que ficaria desolado, ficaríamos desolados todos nós que, sob a direção do Espírito de Verdade, somos os iniciadores do Espiritismo na França, se viesse a desaparecer do vosso meio a concórdia de que até hoje destes provas brilhantes. Se não tivésseis dado o exemplo de uma sólida fraternidade; se, enfim, não fôsseis um centro sério e importante da grande comunhão espírita francesa, eu teria deixado esta questão na sombra do esquecimento. Mas se a levantei é que tenho razões plausíveis para convidar-vos à manutenção da união, da paz e da unidade de doutrina entre os vossos diversos grupos”.

“Tereis que lutar não só contra os orgulhosos, os egoístas, os materialistas e todos esses infelizes que estão imbuídos do espírito do século, mas ainda, e sobretudo, contra a turba de Espíritos enganadores que, encontrando em vosso meio uma rara reunião de médiuns, pois a tal respeito sois os mais aquinhoados, em breve virão assaltar-vos, uns com dissertações sabiamente combinadas, nas quais, graças a tiradas piedosas, insinuarão a heresia ou algum princípio dissolvente..."

"Ah! Crede-me, não temais desmascarar os embusteiros que, novos Tartufos, se introduziriam entre vós sob a máscara da religião..."

"Para isso necessitais de bons médiuns e aqui os vejo excelentes, em cujo meio só tendes que escolher. Certamente, bem o sei, a Sra. e a Srta. Cazemajoux e alguns outros possuem qualidades mediúnicas no mais alto grau, e nenhuma região, eu vo-lo repito, a este respeito é melhor dotada do que Bordeaux."

"Tive que vos falar assim, porque era necessário premunir-vos contra um perigo...". (Salvo a expressão Espírito de Verdade, todos os demais destaques em negrito são nossos. Revista Espírita de novembro de 1861).

Note o leitor que a essa altura a obra Os Quatro Evangelhos, de Roustaing, já estava sendo preparada por via da mediunidade de Emilie Collignon. O Espírito Erasto adverte contra o perigo de uma mistificação prejudicial à unidade da doutrina. Cita como médiuns confiáveis em Bordeaux, nominalmente, apenas a Sra. E Srta. Cazemajoux.

Algum tempo depois do fato um cidadão de Bordeaux escreve anonimamente para a Revista Espírita criticando determinada mensagem. De quem era a mensagem? Do Espírito Erasto!

Muito estranho...

22 de dezembro de 2020
Nazareno Tourinho


Fonte:
TOURINHO, Nazareno.  As Tolices e Pieguices da Obra de Roustaing – Nazareno Tourinho; ensaio crítico-doutrinário; 1ª edição, Edições Correio Fraterno, São Bernardo do Campo, SP, 1999.

Observação: A tradução da Revista Espírita aqui utilizada é do site IPEAK (Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec) e, por isso, possui pequenas diferenças da versão utilizada originalmente por Nazareno Tourinho.

ROUSTAINGUISMO, A DESTRUIÇÃO DO ESPIRITISMO


Vídeo produzido pelo NEFCA - Núcleo Espírita de Filosofia e Ciências Aplicadas.




22 de dezembro de 2020


22 de dez22

ROUSTAING E A PERSONALIDADE DE JESUS

ALLAN KARDEC, DOUTRINA ESPÍRITA, ESPIRITISMO, FEB, JEAN BAPTISTE ROUSTAING, JESUS, MOVIMENTO ESPÍRITA, OS QUATRO EVANGELHOS, ROUSTAINGUISMO 3 COMMENTS





Quando estudamos a história do Movimento Espírita, notamos que desde os primórdios de sua formação houve um preparo de terreno para que certas doutrinas estranhas pudessem se instalar no seu contexto existencial. Esse trabalho foi desenvolvido por Espíritos e homens que comungavam entre si um mesmo ideal.

A primeira medida tomada pelos Espíritos envolvidos no processo genésico do sistema espírita, foi criar um único ponto diretor: A Federação Espírita Brasileira - FEB. A segunda, foi dar origem a uma política capaz de sufocar as possibilidades de análise ou crítica, por parte de sociedades espíritas ou pessoas descontentes com procedimentos e práticas. A isto deram o nome de "unificação". Quem estivesse de fora deste contexto, seria considerado herege, obsediado, perigoso etc. A terceira providência foi a de encontrar apoio para essas idéias, junto a líderes e médiuns de destaque. A história mostra como a FEB, valendo-se das lendas que criou em torno de si, e usando o nome do Cristo, conseguiu esse apoio por toda parte. Criou-se assim um movimento filosófico/religioso, orientado por um só espírito (círculo de idéias), fechado a qualquer progresso exterior.

O Movimento Espírita transformou-se num sistema despido de racionalidade. Os simpatizantes que se tornaram trabalhadores e dirigentes de centros espíritas não foram instruídos para raciocinarem em termos kardequianos, pois sua formação se dá de maneira aleatória. Um ambiente psicológico com essas características seria favorável para absorver qualquer tese que viesse revestida de aparente lógica ou santidade.

No passado, alguns intelectuais ligados à FEB foram responsáveis pela introdução das teses irracionais de Jean Baptiste Roustaing no sistema espírita. Reflexos dessas idéias podem ser encontrados no trabalho de médiuns de expressão e mesmo nos discursos de oradores e líderes espíritas conhecidos.

Ao contrário do que muitos pensam, o problema "Roustaing" tem pouco a ver com a edição dos livros pela FEB. Este é o menor dos males. O que sempre escapou aos que se opuseram à Casa Máter do Espiritismo, foi o fato de que havia por trás dessas obras uma política doutrinária de estreita ligação com o Catolicismo e que essa mentalidade estava presente em quase todos os segmentos do Movimento Espírita.

Certamente não se deve assumir uma posição contra a Federação Espírita Brasileira por causa da edição dos livros de Roustaing. Não se deve proibir alguém de editar essa ou aquela obra. Mas é preciso cobrar da FEB que na condição de Comitê Central, ela não deveria publicar obras contraditórias ao pensamento kardequiano.

A política doutrinária no Movimento Espírita precisa ser modificada com urgência. Qualquer observador anônimo que fizer uma viagem espírita ficará assustado com o grau de fantasias e ilusões a que estão entregues médiuns, oradores e trabalhadores espíritas. O sistema está comprometido, afetado pela ação de Espíritos levianos e pseudo-sábios, e a FEB, por nos ter gerenciado todos esses anos, tem responsabilidade nisso.

Os livros de Roustaing são uma mistura de alguns conceitos autênticos com verdadeiras heresias. Os erros doutrinários mais graves dos Espíritos ligados aos "Quatro Evangelhos" são originários da confusão feita em torno da personalidade de Jesus e a natureza do seu corpo. Falaremos aqui sobre a questão "personalidade".

Na interpretação que a Igreja Católica dá ao personagem do Mestre há um erro capital: o de que Ele seria a encarnação da própria Divindade. Idéia semelhante veio parar no Espiritismo com a ajuda dos adeptos de Roustaing. Para eles, Jesus seria um Espírito sem pecados, que teria evoluído em linha reta. A pureza do seu Espírito seria de tal magnitude, que sua encarnação na Terra teria sido fictícia. Colocações no mínimo estranhas, mas apoiadas no jogo das palavras e nas muitas interpretações que a elas se pode dar, quando não estão traduzidas devidamente.

Ao ler os Evangelhos, um observador atento percebe que Jesus falava freqüentemente como se fosse uma Divindade e mudava de personalidade, ora se comportando como um homem e ora como um deus. Os problemas em torno de sua individualidade nasceram deste fato.

Sabe-se que, em termos de revelação divina, sempre existiram a doutrina pública e a oculta. O conhecimento superficial é para o público. Já o profundo, para as escolas denominadas "iniciáticas". A interpretação que a Igreja Católica deu à personalidade de Jesus foi resultado da luta entre os pensadores dessas duas alas. Para atender aos interesses das massas, predominou o conhecimento superficial, o Jesus-deus.

O Espiritismo foi um esforço da Espiritualidade para popularizar o conhecimento oculto. Allan Kardec, como grande pensador, dedicou-se também ao estudo da personalidade de Jesus. Seu trabalho pode ser apreciado em "Obras Póstumas", no tópico "Estudo sobre a natureza do Cristo", item 5. Mas mesmo ele, não chegou a deduções satisfatórias. Sem saber o que aconteceria mais tarde com a doutrina que criara, o Codificador conclui que a questão não teria importância maior e deixou-a de lado.

Entre os especialistas que estudam os Evangelhos, alguns acham que por trás da vida pública do Cristo, havia todo um plano para que sua missão pudesse se desenvolver a contento. Os espíritas, de um modo geral e por comodismo, preferem acreditar que Jesus era apenas um homem simples do povo, que tornara-se mestre pela obra do Espírito Divino. Os indícios, porém, apontam na direção oposta: ele seria um Mestre da Espiritualidade, missionário que teria descido ao orbe para trazer o código moral do Evangelho e detonar a fase que conduziria a humanidade a um estado superior de vida: a regeneração.

Na vida do Mestre Jesus existem coisas que não foram bem explicadas. A presença dos Reis Magos logo após seu nascimento, por exemplo, seria uma delas. Quem seriam essas figuras? Os textos antigos diziam que eles teriam vindo do Oriente, onde as escolas iniciáticas eram comuns. Como teriam sabido do nascimento de Jesus? Será que teriam vindo fazer-lhe simples visita? Onde teria estado Jesus no período da mocidade? Suspeita-se que teriam vindo comunicar a Maria e José, que seu filho deveria mais tarde ser conduzido ao preparo, para o desenvolvimento de uma grave missão.

Nos discursos de Jesus, percebe-se que tinha um profundo conhecimento das Escrituras antigas. Onde as teria estudado? Com quem esteve durante esses anos de desaparecimento? E por que motivo entre os Apóstolos, havia a presença de João Evangelista, um suposto membro da escola filosófica de Alexandria? Seria esse o motivo do seu Evangelho apresentar características radicalmente diferentes das narrativas dos outros evangelistas? E mais tarde, qual seria a razão para vir parar no Cristianismo nascente a pessoa de Paulo, um membro de outra escola filosófica existente em Tarso? E a razão da simpatia de alguns fariseus por Jesus, tais como Nicodemos, José de Arimatéia e outros? De fato, Jesus era mesmo um Enviado, preparado espiritualmente para desempenhar a tarefa da redenção dos homens, mas como não veio derrogar a Lei, necessitou, para cumprir a missão, de instruções à semelhança dos seres humanos comuns.

As reflexões expostas neste documento têm como finalidade apresentar uma teoria lógica sobre a personalidade de Jesus e demonstrar que os enganos do Sr. Roustaing são provenientes justamente da interpretação superficial do conhecimento, dada a público por certos mestres da Igreja Católica.

Uma vez esclarecidas as questões da personalidade do Cristo e da natureza do seu corpo, o edifício das teorias roustainguistas ruirá. Só as aceitarão os Espíritos que, por condição evolutiva e limites de desenvolvimento, preferirem se alimentar das ilusões provocadas certamente por Espíritos pouco adiantados.

Para se entender as aparentes discrepâncias existentes quanto à personalidade de Jesus, o Cristo, temos que examinar, com o raciocínio, algumas questões sobre a origem das coisas. A questão nº 13 de O Livro dos Espíritos trata dos atributos da Divindade. Diz que Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso e soberanamente justo e bom.

Diante dessas características do Criador, surge uma dúvida: como poderia Deus, um ser imutável, gerar e gerenciar o Universo mutável? Como algo que em si é absoluto pode tornar-se relativo, sem deixar de ser absoluto? Poderíamos dizer que ao Pai tudo é possível, ou que este assunto ainda é um mistério (conduta comum na Igreja). Seria a resposta mais cômoda. Mas, em Espiritismo, nos é lícito levantar hipóteses racionais.

O assunto "personalidade de Jesus" e a necessária "relatividade do Pai" foi motivo de estudos e debates na escola do Grupo Espírita Bezerra de Menezes no ano de 1996. A conclusão a que se chegou foi a de que a criação relativa só poderia existir como obra de Deus e sob Suas ordens, se houvesse entre o Criador e a Criação um intermediário. De um lado teria de ser absoluto e do outro, relativo. Seria mais ou menos o papel que o perispírito exerce entre o Espírito, que em si é abstrato, e o corpo material. Uma inteligência ou consciência cósmica, destinada à servir de elo entre o Pai e sua grandiosa obra.

No pensamento platônico (escola de Sócrates) encontramos a resposta a nossas dúvidas: o Logos. Platão afirmava que o Logos era o Verbo, a vontade de Deus manifesta na forma de relatividade. Os pensamentos de Sócrates e Platão exerceram poderosa influência na gênese do cristianismo. Pode-se mesmo afirmar, que o Evangelho de João é a expressão do pensamento platônico e, por esse motivo, seu texto é diferente dos demais.

O Verbo, a que o Evangelista se refere, é o Logos platônico, é o Cristo. Não há ''cristos'' planetários conforme afirmaram alguns autores. Há, sim, um só Cristo, para toda a Criação. Esta consciência cósmica é o Filho Único, a que o texto sagrado refere-se freqüentemente.

Cada orbe tem um governo espiritual. No caso da Terra, Jesus é responsável pela execução de seu plano existencial, até que ela se torne morada de Espíritos melhores. Jesus de Nazaré foi o divino médium, intermediário em potencial da manifestação dessa Consciência Cósmica na revelação do Evangelho libertador. É ela a fonte de todo o Bem e da Verdade, onde inspiraram-se mestres como Buda, Maomé, Confúcio, Gandhi e outros.

Jesus preparou-se durante muitas encarnações ocorridas em outros mundo para desempenhar sua missão na Terra, tornando-se o porta-voz da Revelação Divina. Ao aceitarmos a hipótese de que Jesus não era o Verbo encarnado, mas que recebia mediunicamente o Verbo em si, ficariam explicados todos os mistérios acerca de Sua personalidade, inclusive as dúvidas que o próprio Codificador do Espiritismo teve quando ocupou-se do assunto em Obras Póstumas.

Admitindo-se esta tese, teríamos em Jesus um Espírito como os outros, que necessitou naturalmente da matéria, utilizando o corpo físico como instrumento da evolução. Tal teoria diminuiria o valor de Jesus, o Cristo? De modo algum. Ao contrário, essa idéia aproxima o Mestre de todos nós. Coloca-o como um ser que chegou a uma posição superior com suas próprias conquistas. Teria Ele conhecido o mal? O roustainguismo afirma que não, pois que Sua evolução teria se dado em linha reta. Ora, se todos os Espíritos são criados simples e ignorantes, não há como se admitir que Jesus não tivesse passado pelos caminhos da ignorância. E pelos caminhos do mal? A Doutrina Espírita oferece segura resposta: nem todos os Espíritos passam obrigatoriamente pelo mal, mas sim pelo da ignorância.

Assim não tem sentido divinizar Jesus, para glorificá-lo como um Espírito diferente dos outros.


Fonte: Portal do Espírito - http://www.espirito.org.br/portal/artigos/gebm/roustaing-e-jesus.html

22 de dezembro de 2020
Josué de Freitas

POR QUE TODOS NOS CALAMOS?

ALLAN KARDEC, CHICO XAVIER, CORPO FLUÍDICO, DOUTRINA ESPÍRITA, ESPIRITISMO, JESUS, OS QUATRO EVANGELHOS NO COMMENTS






Primeiro eles vieram com a exaltação à "santidade" e a "pureza", ou "perfeição" do homem de Nazaré. Deturparam textos de Kardec, com traduções bizarras. E você se calou!

Depois, resolveram editar "Os quatro evangelhos" e, massificadamente, utilizaram o expediente da publicidade em sua "revista oficial", a da Reforma - não por acaso - divulgando a obra com seu epíteto "a revelação da revelação", porque "precisavam" de "novidades". E você se calou!

Então, foram introduzindo livros, ditos psicografados ou escritos por literatos espíritas, editando-os em sequência, apresentando o Jesus-fluídico (sem sofrimentos físicos) e a virgindade de Maria, para celebrar os "mistérios". E você se calou!

Elegeram um "anjo" - materialização de uma fábula católica - como "guia espiritual" do planeta e você achou sublime, porque a ideia da angelitude é uma metáfora em relação ao ápice do percurso espiritual. Você se deixou convencer, e se calou!

Adiante, aproveitando-se de uma prodigiosa (mas ingênua) mediunidade, que produzia muito, deram-lhe o caráter de "continuador" doutrinário, sem criticar os textos que provinham de um velho sacerdote católico, impregnado de suas crendices e visões igrejistas. E você, novamente, se calou!

Dizem, até, que os originais das obras psicografadas foram todos destruídos. Porque não havia necessidade de mantê-los, pois tínhamos os livros editados, físicos. E o silêncio foi a sua resposta!

Foram desistindo da filosofia e da ciência, entendendo que o edifício estava pronto e que as manifestações de espíritos eleitos e médiuns escolhidos, do ontem e do hoje, foram todas, sempre, autorizadas pela "Espiritualidade", e você silenciou novamente!

Capciosamente, tocaram o teu coração com a simbologia da mensagem sublime, sobre amor e caridade, sobre perdão e não-discórdia, para tê-lo como cordeiro diante do Pastor, e você não esboçou qualquer reação!

Resgataram velhos conceitos de temor e culpa, tão comuns entre as igrejas, desde Constantino, instituindo "prêmios" para bons comportamentos, bonificadores, definindo lugares imaginários para o regalo das almas submissas à meia-verdade, com departamentos e ocupações similares às da Terra, e você deixou "barato", porque desejava uma esperança de que, na outra vida, as coisas se parecessem com a "atmosfera" da vida física. E você se aquietou!

Agora resgatam textos evangélicos diferentes dos escolhidos como relevantes por Kardec e pela Verdade, publicando oficialmente "O Novo Testamento" e projetando uma versão da Bíblia (Antigo Testamento), porque, afinal, um é a consequência do outro, e que voltar aos textos antigos é buscar a "sinergia" entre as mensagens. E você até está pensando, silente, em comprar as obras!

Disseram-te, também, que o tal controle das mensagens só era necessário na época de Kardec, porque a doutrina estava iniciando e era necessário filtrar as muitas comunicações, evitando a desfiguração da "árvore cristã". E você aplaudiu, inconsciente, entendendo que a diretriz vinha, mesmo, do Alto, e calar-se para aprender seria a única alternativa!

E os pastores prosseguem, tangendo as almas pacatas, desfigurando a mensagem e aproximando-a das vaidades e das honrarias do mundo. Todos se maravilham ante os "dotes" artísticos, literários e de oratória de um ou outro virtuose, enquanto os grupos de aprofundamento espírita, de discussão e de promoção de saudáveis debates em busca dos conhecimentos progressivos, mingua e se esvai, no tempo, contando com a tua aquiescência e timidez, silenciosas!

Dizemos, por vezes, que não temos tempo, nem energia para gastar com contendas, que precisamos cuidar de coisas mais importantes, que não estamos no "movimento" para "procurar confusão", e os dias vão passando... E a você só resta o silêncio de sua intimidade, a conversa com seus botões, e aquela indignação quase morta, que não ultrapassa os limites de sua boca, de sua letra, ou de sua própria casa...

Porque você, eu, todos nós... Nos calamos!


22 de dezembro de 2020
Marcelo Henrique

O QUE APRENDEMOS COM O ANO DE 2020?

 

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22 de dezembro de 2020

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