sexta-feira, 20 de junho de 2014

CADA UM TEM SEU TEMPO: DEPOIS, ENTRA NO SILÊNCIO DO MISTÉRIO



 
Há um livro curioso do Primeiro Testamento, o Eclesiastes (em hebraico, Coélet), que não menciona a eleição do povo de Deus, nem a aliança divina, nem sequer a relação pessoal com Deus.
Representa a fé judaica inculturada na visão grega da vida. Há uma passagem assaz conhecida que fala do tempo:

“Há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de colher, tempo de rir e tempo de chorar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de guerra e tempo de paz”; e por aí vai (c. 3,2-8).
 
Há muitas formas de tempo. Precisamos nos libertar de um tipo de tempo dominante, aquele dos relógios. Hoje ninguém anda sem algum tipo de relógio mecânico, que mede o tempo a partir das rotações da Terra ao redor do Sol. Mas essa visão mecânica do tempo do relógio estreitou nossa percepção dos muitos tempos que existem. Foram os cosmólogos modernos que nos despertaram para os vários tempos. Tudo, no processo da evolução, possui o seu timing.

Assim, por exemplo, imediatamente após a primeira singularidade, o Big Bang, ocorreu a primeira expressão do tempo. Se a força gravitacional, aquela que faz expandir e ao mesmo tempo segurar as energias e as partículas originárias, fosse por milionésimos de segundo mais forte do que se apresentou, retrairia tudo para si e causaria explosões sobre explosões, tornando o universo impossível.

EXPANSÃO E CONTENÇÃO

Mas ocorreu aquele tempo necessário para o equilíbrio entre a expansão e a contenção que acabou abrindo um tempo para surgir tudo o que veio posteriormente. Se esse tempo exato fosse desperdiçado, nada mais teria acontecido. Num exatíssimo momento de alta complexidade da evolução do universo, irrompeu a vida. Tudo apontava para a irrupção da vida lá na frente.

Há, pois, tempos e tempos, e não apenas o tempo escravizante e mecânico do relógio. A Igreja guardou o sentido da diversidade dos tempos. Para cada tempo do ano, seja Natal, Quaresma ou Páscoa, há a sua cor específica.

Geralmente, vivemos os tempos das quatro estações, com as transformações que ocorrem na natureza. Na nossa infância interiorana, os tempos eram bem-definidos: janeiro a abril – tempo das uvas, dos figos, das melancias; maio – o plantio do trigo; e outubro e novembro – tempo de sua colheita.

DOIS TEMPOS…

Nós, crianças, esperávamos com ansiedade dois tempos sociais nos quais a vila toda se reunia para uma grande confraternização: a festa da polenta e a dos passarinhos. Como as matas eram virgens, abundava todo tipo de pássaros, que eram caçados especialmente para a festa. A outra era a buchada, comida com pão e vinho, em longas mesas, seguida de cucas e geleias.

Esses tempos e outros conferiam distintos sentidos para a vida. Havia a espera do tempo, sua vivência e sua recordação.

O universo inteiro tem o seu tempo, que se concretiza em dois movimentos que se dão também em nós: nossos pulmões e nossos corações se expandem e se contraem. O mesmo faz o universo mediante a gravidade: ao mesmo tempo em que se dilata, ele é segurado. Quando perde esse equilíbrio, é sinal de que prepara um salto para a frente e para cima, rumo a uma nova ordem que também se expande e se contrai.

Cada um de nós tem seu tempo biológico, determinado não pelo relógio mecânico, mas pelo equilíbrio de nossas energias. Quando chegamos ao seu clímax, se fecha o nosso ciclo e entramos no silêncio do mistério. Dizem que é aí que habita Deus, nos esperando com os braços abertos, como um pai e uma mãe cheios de saudades.

20 de junho de 2014
Leonardo Boff

MENINOS AZUIS, NOS DIAS MELHORES QUE VIRÃO




Na primeira década do século passado, Charles Webster Leadbeater e Annie Besant escreveram vários livros em retiro no “ashram” de Adyar, no sudoeste da Índia.

Declararam-se guiados por seres superiores das Fraternidades Brancas e ainda terem viajado no Akasha, uma esfera descrita na doutrina hinduísta como repositório de tudo que se passou e de tudo que ainda acontecerá.

Contudo, a teoria teosófica não nega o livre-arbítrio, a vontade do homem de mudar seu destino e de alterar o próprio carma. Como diziam os romanos:

“Faber est suae quisque fortunae”, ou seja, cada um faz a própria sorte, apesar de tudo e dos astros.

Predestinação e capacidade (vontade) de mudar o destino geraram vasta literatura, e o mundo assiste a essa batalha infindável.

Entretanto, a ideia de viajar no tempo, para trás ou para a frente, sempre encantou escritores e diretores de cinema. As tramas que tratam da máquina do tempo e das viagens dentro dela marcam muitas peças de sucesso. O filme que mais bilheteria fez na década de 90 foi exatamente “O Exterminador do Futuro”, de James Cameron, o mesmo diretor que se confirmou com o sucesso de “Titanic” e, mais recentemente, “Avatar”.

Cameron não esconde sua atração pelo enigma da “relatividade do tempo”; procura em seus roteiros reviver o passado exatamente como se passou e antecipar o futuro. Acaba mesclando sem economias suspense e bom gosto. Evidentemente, acabou influenciado pela leitura “clarividente” com um toque de clarividência própria. Fez o exterminador de seu famoso filme ser interpretado pelo desconhecido Arnold Schwarzenegger, que em seguida casou-se com uma jovem Kennedy, chegou a ocupar por vários anos a cadeira de governador da Califórnia, apoiando novas formas de sustentabilidade social e ambiental.

EINSTEIN E O TEMPO

Por sua vez, Albert Einstein deu a fórmula da relatividade do tempo, a dimensão “tempo” que se anula na velocidade da luz. Bastaria assim acelerar-se a fantástica velocidade de 299.792.458 m/s ou 1,079 trilhão de km/h para nos livrarmos das rugas e dos cabelos brancos. Pois é, perde-se facilmente a noção dos valores que nos apegam, e ficamos a ver nossa pequenez nessa imensidão. Nossos prazeres e dores ficam microscópicos, nossas veleidades, ridículas, sonhos e tristezas, sem sentido.

A bordo desta terra, dizem os sábios, deveremos desvendar o segredo do sistema solar, depois nos aguardam ainda a galáxia com seus milhões de sistemas solares e em seguida o cosmo com bilhões de galáxias, permitindo crer que nessa espiral os trilhões de anos são apenas dias de uma epopeia sem fim. Vale a pena desesperar? Nunca. Haverá um amanhã e poderá ser glorioso para quem faz por merecer.

Pensar que a luz que nos ilumina avança num dia mais de 26 trilhões de km/h e que a luz de uma galáxia demora alguns bilhões de anos para chegar aqui faz do homem mais poderoso desta terra menos que uma gota em 1 milhão de oceanos. Tem razão Qolet em dizer que tudo não passa de “fome de vento”

FANTÁSTICAS VISÕES

Daqui enxergamos apenas uma parte do Universo que existiu e nem sequer temos confirmação que ainda exista. Nem sabemos ainda o que aconteceu, e sua luz (sua imagem) não chegou. O que vemos é o retrato de quanto aconteceu há bilhões de anos, ou seja, o retrato do que já foi, antes de nós sermos, e só a pálida Lua e poucos planetas nos rodeiam em tempo real.

C. W. Leadbeater pretendia ter atravessado alguns portais do Akasha e de lá teria trazido relatos fantásticos que, já depois de um século de terem sido revelados, acabam confirmando suas proféticas e abstrusas visões. Nos dias de Leadbeater nem se cogitava de rádio, quanto menos de televisão, muito menos internet e computadores. Ele escreveu em 1909, no livro “O Homem de Onde Vem para Onde Vai”, que no futuro que visitou os jornais chegavam às residências pelo éter e eram lidos em “caixas”, sendo permitido imprimir o conteúdo que mais lhe agradasse.

Mais ainda está nessas páginas amareladas, e uma nota que pode nos confortar neste momento é que, depois de grandes distúrbios e desastres, surgirá uma alvorada de sabedoria e felicidade. Muitos perecerão, escórias serão deixadas para trás, dar-se-á o início de uma era de prosperidade, sem dinheiro nem trabalho remunerado, nascerão seres esplendorosamente melhores. “Meninos azuis” como aqueles que começam a aparecer em nossos dias (vejam no Google “meninos azuis”).

Para abordar essa literatura futurista, vale lembrar alguns singelos conselhos. NOS Nunca se firme um segundo na vaidade e na inveja; tenha poucos desejos, nunca seja hipócrita, mantenha-se firmemente fiel à palavra, aos compromissos e às obrigações; valorize a amizade e a conserve como um tesouro; olhe os maus com piedade, nunca com cólera; deixe os outros cantarem vitória e assuma a derrota para si; respeite a castidade e a piedade onde as encontra; não se conforme nunca com a multidão. Seja você mesmo.

Dias melhores virão.

20 de junho de 2014
Vittorio Medioli
O Tempo

DÚVIDAS PASCAIS

                      
- Papai, o que é Páscoa?


- Ora, Páscoa é ...... bem ...... é uma festa religiosa! 

       
- Igual Natal?                                                

- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na     Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.   

- Ressurreição?
                  
- É, ressurreição. Marta, vem cá!                            

- Sim?                                                

- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.              

- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?

  

- Mais ou menos ....... . Mamãe, Jesus era um coelho?


- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma Educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Ave Maria! 

-  Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?

                         
-  É filho, Jesus e Deus são a mesma pessoa. Você vai estudar isso no catecismo. Chama-se a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.        

-  O Espírito Santo também é Deus? É sim.
            
- E Minas Gerais?                                                

- Sacrilégio!!!                                       

- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?                 

- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas quando você for no
catecismo  a professora explica tudinho!               

-  Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?

-  Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.              

- Coelho bota ovo?                 

-  Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!


- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?

- Era, era melhor, ou então urubu.    

                                     
-  Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?                            

-  Isso eu sei: na sexta-feira santa.

                
-  Que dia e que mês?                        

- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
        
- Um dia depois.                                              

-  Não, três dias.                                

-  Então morreu na quarta-feira.

      
-  Não, morreu na sexta-feira santa ....... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois!                  
- Como?                                              

-  Pergunte à sua professora de catecismo!


-  Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?                 

- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.

               
-  O Judas traiu Jesus no sábado?

                    
-  Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!

 
-  Então por que eles não malham o Judas no dia certo?


- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí.

                                                  
-  Alô, quem fala?                                                  

- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?

                
-  Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.

-  Papai, qual era o sobrenome de Jesus?

- Cristo. Jesus Cristo.        

- Só?               

- Que eu saiba sim, por quê?


- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?                      

- Coitada!                       

- Coitada de quem?      

-  Da sua professora de catecismo!!!



20 de junho de 2014
Luis Fernando Veríssimo

É PERDA DE TEMPO, OU NÃO É?

Embora eu não tenha que achar nada em relação a vida dos outros, alfinetar o modo de viver alheio faz parte do filtro para escolhermos a nossa própria forma de viver.


E é por isso que acho que muita gente perde tempo na vida, embora o tempo não tenha como ser perdido, logo a própria noção que temos de “perda de tempo” é uma baita perda tempo.

E daqui, sentada no meu troninho de achismos, acredito que algumas coisas são muito tolas em relação ao tempo que “perdemos” com elas:
Coisas que achamos que deveríamos ter feito dessa ou daquela forma, perda de tempo.
Se, pudéssemos no momento do ato, fazê-lo de forma diferente, o teríamos feito. Então porquê essa vibe de rami-rami: ah devia ter feito diferente, ah eu devia ter feito de outra forma. Perda de tempo, só podemos fazer de forma diferente agora, exatamente, porque fizemos daquela forma. #experiência

 
Achar que outro tem que ter consciência, atitude ou o comportamento que VOCÊ teria, perda de tempo.
Se o outro pudesse, quisesse ou tivesse condições ele faria a coisa do jeito que achamos que deveria.
 
Eu acho esse pensamento uma grande merda, e é uma coisa que todo mundo tem com todo mundo: - Ah, mas ele não vê que isso é errado? Que é falta de ética? Que é sem noção? Que não se faz? Não vê que tá sujo e tem que limpar? Que está errado e tem que acertar? Que tem que pagar? Que tem que falar? Ou blábláblá?

O fato é, que se o outro tivesse essa noção ou consciência, já o teria feito, não acha? Tal como você, exímio exemplo de ser humano na sociedade faria, né verdade? Porém, ele não é você, logo, irá fazer como ele(a) acha mais aprazível... ou não. E sempre tem o – ou não – porque temos que compreender que ainda tem muita gente degustando de um prazer profundo e único, em canalizar o espírito de porco que existe dentro dele. E ele tem esse direito? Tem! Isso te irrita, me dá no saco, mas Tem!

Sou a favor do “do it yourself” ou da explanação geral sem pentelhação posterior. Resumo: ou você pega, faz e resolve a pendenga, ou manda a direta na lata e se posiciona em relação ao fato e acaba ali a estória. Do contrário, é esse rami-rami pelo resto da vida: ele não faz, ele não vê, ele não dá.......... perda de tempo.
Preocupação, com a preocupação de quem se preocupa com a vida alheia, baita perda de tempo!
Tem uma galera que gasta muitas sinapses se preocupando com quem se preocupa e fofoca sobre a vida alheia. Repara como tá fazendo a mesma coisa?

Oras, se o cara curte babar e acompanhar a vida dos outros que nem novela, não é um problema pessoal e intransferível dele (a)?

Aí, tem gente que me fala: “Mas é a minha vida que ele tá acompanhando!”. Oras, continue concentrada e focando em como construir sua invejável e magnífica vida, que não lhe sobrará tempo para perder com tal pessoa.

Mais uma vez eu digo: só reclama disso quem tem necessidade de se sentir invejado (escrevi sobre isso), logo: perda de tempo.

 
Lamentar porque se empenhou, amou, cuidou ou se “deu” de alguma forma, e “não valeu a pena”... Perda de tempo???
Na verdade, é o contrário. Em qualquer situação que dou o meu melhor, nunca, em momento algum, é perda de tempo. Dar nosso melhor, ser comprometido com algo ou alguém é uma qualidade que retorna com aumento de nossa auto estima de nós para nós mesmos.

Agora, fazer desse comportamento uma moeda, onde você dá e tem que receber em troca, isso sim é, não só não só perda do tempo, mas como de toda a auto estima pessoal. 

Porque passarmos para o outro a responsabilidade de reforçar positivamente o bom que há dentro de nós? Se não sabemos ou reconhecemos o quanto podemos ser bons, então meu amigo, estamos totalmente atolados na merda-estima.

Então, dar o seu melhor, independente de quem for ou para o que for, nunca é perda de tempo. Ser dependente da aprovação alheia para se sentir ou o exercitar o que se tem de bom, isso sim, é total perda de tempo.

 
Preocupar-se. Perda de tempo.
Pré-ocupação virou um vício e perdeu a função. Logo, se tornou uma das maiores perdas de tempo da humanidade.

É uma fonte de alimentação mental sem fim. Uma escrotização do nosso emocional e uma dependência sem noção da nossa necessidade de se mostrar responsável por qualquer coisa, de alguma forma.

Preocupação não tem nada a ver com resolução, mas as pessoas acham que rola um affair entre elas. Na verdade, é um caso daquele tipo “me bate, me xinga”, sabe qual é? E o fim desse tipo de coisa, é: ou perde a graça, ou vira um comportamento viciante que não leva a lugar algum. Voto na segunda opção como tendência e maior índice de perda de tempo da história da humanidade.

 
Achar que dormir, ficar parado, refletir, parar o frenesi é perda de tempo, é a maior das perdas de tempo e oportunidade.

Esse mundo que a gente vive está habitado por seres humanoides dependentes-compulsivos de movimento, logo, qualquer coisa que os faça parar para respirar, soa como improdutividade, que nos remete a tal “perda de um tempo” que não tem quantificação.

Quando dormimos, nosso corpo produz hormônios que só são estimulados nesse período. Sem tais hormônios, não conseguimos produzir nada durante o dia. É ao dormir também, que nosso cérebro concatena e armazena tudo que fizemos durante o dia, e além disso, por um sistema anti-insanidade, durante o sono nos libertamos temporariamente do corpo físico para experimentar nossa liberdade espiritual. É produtivo ou não é dormir?

As paradinhas, os momentos de baixa na vida, aquela respiração mais profunda criam vácuos que nos permitem ter acesso ao campo da criatividade e da inspiração, que não são de forma alguma criações mentais. Já a fazeção é totalmente mental e limitada, e dentro da sua limitação nos faz perder muito tempo correndo atrás do próprio rabo, quando que, numa parada estratégica, poderíamos dar grandes saltos de criatividade e produtividade.

Vale assistir essa passagem do filme "Caminho do Guerreiro Pacífico" para expandir a percepção sobre "coisas acontecendo", infelizmente não consegui incorporar o vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=68Kaa1y2gFQ

Tenho uma lista sem fim de coisas que são tipo “perda de tempo”, que dariam uns 15 posts:

Noticiário; Novelas; fofocas; Críticas; Reclamações compulsivas; Mentirinhas; Desculpinhas; Falta de Atitude; Medo de ser sincero; Medo da própria agressividade e muuuuuitos etcs.

E toda lista que a galera do facebook contribuiu, sabendo que cada uma delas tem seu ponto de vista e muitos poréns (aquelas que já escrevi sobre, coloquei o link nas palavras):

- Fazer tempestade em como d’água (vulgo: drama);
- Atitudes mesquinhas;
- Falta de objetividade, vitimismo;
- Insistir em algo que você não quer.

Não há como perdermos tempo, de forma alguma. Mas há como rever nossos conceitos em relação ao que entendemos como “perda”, porque vamos conversar, nada se perde no universo. O que sempre deixamos passar são oportunidades foda de perceber grandes fichas caindo. 

E isso me lembra a primeira verborragia do meu livro, que é a: "Não Tenho Tempo" que você pode ler nos slides aí do lado.
 
20 de junho de 2014
Monik Ornellas

IMPAGÁVEL! VELHINHA, MAS IMPAGÁVEL!!!

EU DEFENDO A DILMA, SIM!



Tá atrasado eu sei, mas não ia deixar de postar minha opinião sobre o vexame do primeiro jogo do Brasil. Me senti envergonhada em assistir a torcida a mandando para lugares onde eles mesmos não gostariam de ir.

Não estou defendo partido algum, nem nenhuma das atitudes ou decisões tomadas ou não por ela e seus companheiros, nada disso. Parto do princípio do "não faça com os outros, o que não gostaria que fizessem com você".

Ali existe um ser humano, 
e acredito verdadeiramente que ela precisa ser respeitada como tal,
 antes mesmo da sua autoridade de Presidente.

Tente por um segundinho se colocar no lugar dela. Não se faz isso com ninguém! Ela é uma pessoa, uma mulher e sim, um ser humano. Gente que faz isso com outros, não merece respeito. Sabe aquele outro ditado: "respeite para ser respeitado"?

Com certeza, um palhaço sem alma, começou a gritar essa babaquice e a cambada de papagaios foi atrás, achando engraçado e anarquista.

É nesse momento que escuto uma dúzia falando "ela não respeita o povo, como nós vamos respeitá-la?", se ela comer cocô, você vai comer também? Então, não tenha sua atitude baseada na atitude dos outros. Isso é pensamento de gente truculenta e maria-vai-com-os-outras. É ser humano, é ser humano! Não importa se é branco, amarelo, pobre, rico, jogador, mendigo, advogada ou Presidente. Não há relatividade nessa questão, e você não pode exigir, aquilo que você não têm.

É claro que ela sabe que como presidente, vai levar na cachola pelo bom ou pelo ruim, sabendo que, a análise dos dois lados, é relativa mediante a posição e classe de cada brasileiro que lhe aponta o dedo.

Enfim, estou defendo aqui o ser humano. Me senti muito mal por ela. Me senti mal pelo Brasil. Por esse vexame do próprio brasileiro não respeitar sua imagem internacional, isso fala muito sobre, como nós resolvemos nossas dificuldades internas: colocando a culpa no outro e o utilizando como bode expiatório.

Sabe, as pessoas pedem educação, mas esse tipo de comportamento não se aprende na escola, é dentro de casa! Tenho certeza que a maioria das pessoas naquelas arquibancadas não fazem parte das classes C e D, se fossem, até justificaria tal comportamento.

Será que é na escola que se aprende a não fazer bullying com o amiguinho? Porque isso para mim foi um puta de um bullying internacional!!!

Será que xingar a Presidente  em rede internacional, não é um desserviço para as crianças, afinal de contas, elas são pequenos macaquinhos de imitação, né verdade? Não esquecendo, que esses macaquinhos serão os políticos gorilas de amanhã, blz? E terão na sua bagagem emocional, o magnífico dia que bradaram um "Vai tomar no Cú!" internacional à autoridade presente. Olha que ensinamento show de respeito à autoridades!!! Teremos crianças e adultos exemplares amanhã, hein?

É o brasileiro fazendo a sua parte, né verdade???

Porque essa galera que a mandou tomar na olhota, não ficou em casa como forma de protesto? Seria show, ver as arquibancadas vazias na parte dos brasileiros. Um protesto silencioso, educado e muito mais efetivo do que xingar em público.

Mas não, mesmo reclamando das roubalheiras e blábláblá, o palhaço foi lá, gastou uma nota numa cadeira na arquibancada só para encher os bolsos da Fifa e humilhar a mulher.

Protesta na urna amiguinho! Eu há anos não voto em um sequer, simplesmente porque nenhum deles me representa.

Foi até mais educado, mas ideal mesmo, era ninguém ter ido.

Não estou falando de política, nem vou falar, gosto das coisas vistas sobre o ponto de vista da unidade. Observando como eu e você, resolvemos as diferenças no dia-a-dia, mostra um mapa real do "Poder" amanhã. A gente escolhe quem a gente se identifica.

Então, como assim, querem chutá-la e humilhá-la tendo sido ela escolhida pelo povo? Quando a galera faz isso, só demonstra a inaptidão em se responsabilizar pelas próprias escolhas.

E tem outra, quando toooooooooodo mundo só diz que o Governo dela é ruim, é ruim, é ruim, eu logo desconfio dessa verdade, pois acredito profundamente que "a unanimidade é burra". Ô se é!!!
 
20 de junho de 2014
in bitola humana
 
NOTA AO PÉ DO TEXTO
 
Penso que no momento da vaia, ninguém pensou no ser humano Dilma! Pensaram sim, nos escândalos de um governo que admite toda sorte de descalabro, que se alia ao que há de pior no Congresso, que é coadjuvante no assalto que se pratica no país, no escandaloso e gigantesco volume de recursos que se dispendeu na 'Copa das Copas', que melhor serviriam ao país se tais recursos se destinassem a saúde, a educação, a segurança e por aí a fora.
Vaiaram, sim a presidente, não o ser humano! Xingaram sim, a presidente, não a D. Dilma, mãe e avó!
O protesto foi o brado do descontentamento, da pecha de idiota que se colou no povo.
Quanto a "unanimidade do Nelson Rodrigues", fiquei sem saber se tal unanimidade burra foi a que xingou, ou a que elegeu o PT. Não apenas a Dilma, mas também o Lula.
No primeiro caso, discordo. A unanimidade farejou a trapaça de um governo corrupto, e vaiou além das medidas, se assim o quer.
No segundo, confesso que se a tal unanimidade acusa de indecente e incompetente o governo petralha e por isso perde os tamancos e manda "tomar na olhota", também discordo! Nos dois casos, não cabe a sentença rodriguiana da burrice unânime. Que tal 'unanimidade burra' seja pespegada nos militantes petistas, que como verdadeiros pitbulls,
ficam cegos de raiva quando alguém se diz contrário ao lulodilmismo imperante. Ou ao chavismo à brasileira.
m.americo

RESPOSTA A CONTRISTADA CARTA DE UM AMIGO SOBRE A VELHICE

Como vai o meu velho amigo velho!
Meia idade já não é mais o nosso caso, pois estamos na finalidade...
Esta sim, nos coloca de cara no retrovisor e nos enche de longevidade...
Tenho cá comigo minhas idéias sobre esta tal de senectude.  Como costumo dizer, começamos a envelhecer quando passamos a saborear lembranças, a escarafunchar pequenos fatos da nossa juventude, quando iniciamos a viagem dos rostos que nos foram caros, quero dizer, quando nos pegamos olhando as faces que estiveram ao nosso lado, breve ou longamente.
E também penso, apesar das mazelas que silenciosamente atacam o nosso corpo, que velhice é sobretudo um estado de espírito.
Há jovens velhos, que causam dó. Desesperançados, cansados, curvados já ao pouco peso da existência que começam a carregar.
E há velhos jovens, enérgicos, plenos de vitalidade, que saboreiam o que a vida ainda pode lhes ofertar. Os pequenos prazeres que se ocultam aos que ainda estão chegando, porque de tão simples, não despertam o interesse, embora carreguem a graça e a leveza da, digamos, "felicidade'. Exemplos? Estar a sós consigo mesmo, sem entediar-se, porque ainda há muitas coisas a serem desveladas. Uma garrafa de vinho, bebida solitariamente, degustando sem pressa o que um dia foi uva nas parreiras: o aroma delicado, o paladar, e sobretudo os olhos, perdidos no passado, visitando pequenas alegrias que nos fizeram sorrir. O caminhar solitário, sentindo o calor do sol, a brisa, ou o entardecer. Um amigo que abra o coração para partilhar nossos desejos, rir de pequenas anedotas, falar de livros... Um jogo de xadrez, em que mergulhamos na invisível batalha da inteligência da estratégia, que nos faz soberanos de nosso pequeno exército de tabuleiro... Uma bela refeição regada a conversas inteligentes...
Enfim, não gosto da palavra VELHICE. Ela nega a nossa capacidade de viver e enfrentar os dissabores; ela escamoteia a nossa vitalidade, tentando roubar-nos a vida e os prazeres. Velhice é a contraface da VIDA. Ela furta a nossa competência para suportar as dores, e compreender que a nossa morada, ainda que já esteja com avarias, ainda serve de morada ao espírito.
Um grande abraço do amigo de muitos anos.


m.americo



http://umaraposanaestrada.blogspot.com/2014/06/resposta-contristada-carta-de-um-amigo.html