sábado, 16 de janeiro de 2016

A VOZ DO BRASIL POP

OSVALDO BEZERRA, O REI DO BREGA



OSVALDO BEZERRA O REI DO BREGA TÁ DE ... - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=Ag_ylH0wkRs
25 de dez de 2013 - Vídeo enviado por wagner lima
Pois taí João, um vídeo que fiz hoje com Osvaldo Bezerra. No que estiver ao nosso alcance vamos ...
16 de janeiro de 2016
m.americo

SERTÃO PROFUNDO

ELOMAR FIGUEIRA DE MELO E SUAS CANÇÕES

Elomar Figueira Melo - Ouvir todas as 53 músicas

https://ouvirmusica.com.br/elomar/
Venha ouvir Arrumação, Noite de Santo Reis, Violeiro e muitas outras músicas!
16 de janeiro de 2016
m.americo

ELAS: A MULHER NA IDADE MÉDIA

COLEÇÃO APRESENTA O PENSAMENTO DE CINCO TEÓRICOS CONSERVADORES


Coleção Biblioteca Crítica SocialCoordenada pelo controverso escritor e professor de Filosofia Luiz Felipe Pondé, a coleção Biblioteca Crítica Social, lançada pela É Editora, é uma iniciativa rara nos dias de hoje. 
Num momento em que o meio acadêmico brasileiro parece confinado ao cercadinho ideológico da esquerda em seus diferentes matizes, apresenta-se ao leitor brasileiro a obra de cinco importantes (mas quase desconhecidos no Brasil) pensadores conservadores do século 20, em volumes que combinam perfil biográfico, panorama crítico da obra e análise detalhada de um livro em particular.
Cada volume é assinado por um especialista brasileiro, que também faz indicações de leituras complementares.
Em “Russell Kirk – O peregrino na terra desolada” (144 pgs. R$ 25,90), o historiador Alex Catharino, pesquisador residente no Russell Kirk Center for Cultural Renewal, mostra como o autor de “O pensamento conservador” se dedicou à difícil tarefa de integrar diferentes disciplinas humanísticas em um mesmo corpus teórico, combinando as “ferramentas perdidas do aprendizado" da Literatura, da História, da Filosofia e da Teologia. 
Convencido de que é possível resgatar a “compreensão das coisas permanentes”, que tornam a vida digna de ser vivida mesmo numa era de incerteza, Kirk fundava o conceito de sociedade em uma espécie de contrato entre os vivos e os mortos (e aqueles que ainda vão nascer), afirmando a necessidade de estabelecer pontes entre as tradições do passado e os projetos de futuro. 
Catharino incorpora em sua análise diversos elementos da obra do poeta T.S.Eliot, objeto de um consagrado ensaio de Russell Kirk, “Eliot and his Age: T.S.Eliot's Moral Imagination in the Twentieth Century” (1972).
Coleção Biblioteca Crítica SocialO historiador e mestre em Ciências da Religião Mauricio Righi escreve um competente perfil de um dos mais provocadores pensadores da atualidade em “Theodore Dalrymple – A ruína mental dos novos bárbaros”. Psiquiatra britânico com uma longa carreira clínica atendendo às classes mais desassistidas da Inglaterra (e também de países como a Tanzânia e o Zimbabwe), Dalrymple se transformou em um crítico radical da cultura contemporânea e do “mundo moral em ruínas” em que vivemos hoje, atribuindo à erosão dos valores os problemas mais graves da sociedade, da criminalidade ao consumo de drogas, da violência doméstica ao esfacelamento  da família. 
Na contracorrente do pensamento hegemônico que associa a criminalidade à pobreza, ele argumenta que decência e dignidade não são privilégios de classe. Diversos livros seus foram lançados recentemente no Brasil pela mesma editora, incluindo “A vida na sarjeta”, “Nossa cultura... Ou o que restou dela” e “Podres de mimados”.
Em “Leo Strauss – Uma introdução à sua filosofia política” (126 pgs. R$ 23,90), Talyta Carvalho, autora de “Fé e razão na Renascença”, desenvolve a tese straussiana de que, a partir de Maquiavel, a filosofia se torna cada vez mais “positiva” e menos “prescritiva”, isto é, passa a falar mais de como os homens efetivamente vivem, e menos de como deveriam viver. 
Dessa maneira, a filosofia se limita cada vez mais ao papel de uma "descrição" do mundo político, deixando de lado o empenho de conceber um modelo de como esse mundo deveria funcionar. Talyta investiga em profundidade o livro de Strauss “Reflexões sobre Maquiavel”, que revelou aspectos originais do pensamento do filósofo italiano. 
Coleção Biblioteca Crítica SocialJosé Luiz Bueno assina “Gertrude Himmelfarb – Modernidade, Iluminismo e as virtudes sociais” (112 pgs, R$ 23,90), que discute a obra da historiadora da moral moderna e contemporânea. 
Detendo-se particularmente na análise de “Os caminhos para a modernidade”, o livro discute as características específicas dos três tipos distintos de Iluminismo que influenciaram a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a França. 
Segundo a pensadora, os britânicos foram mestres na "sociologia das virtudes", procurando entender como se constroem vidas pautadas pelo cuidado com a família e com os vínculos afetivos e sociais, num contexto religioso ou secular. 
Já os franceses adotaram a "ideologia da razão", que reduz a vida reduzida ao elemento abstrato racional em detrimento da tradição, das crenças religiosas e das angústias morais ou econômicas. Por sua vez, coube aos americanos produzir uma reflexão ainda em curso sobre as formas de produção de uma sociedade pautada pela “política da liberdade”.

Por fim, em  “Thomas Sowell – Da obrigação moral de ser cético” (104 pgs. R$ 19,90), o historiador Fernando Amed apresenta a trajetória de um intelectual empenhado em investigar as visões filosóficas que formaram boa parte do debate moral, político, econômico e psicológico no Ocidente. 
No ensaio “Conflito de Visões”, Sowell enfatizou a importância de se entender o homem como agente autônomo em processo de auto-superação permanente, enfrentando contradições e conflitos na busca da harmonia consigo mesmo e com seu semelhante.


16 de janeiro de 2016
luciano trigo

BIOGRAFIA REVELA LADO AMARGO DO CRIADOR DE SNOOPY

Charles M.Schulz

Na próxima quinta-feira estreia nos cinemas o longa-metragem de animação de animação “Snoopy & Charlie Brown” com direção de Steve Martino. Não sei se os personagens de Charles M.Schulz terão para as crianças e adolescentes de hoje a importância que tiveram no passado. Para várias gerações, as tirinhas de Peanuts traduziram nas entrelinhas o sentimento de deslocamento e melancolia que acompanha o processo da descoberta do mundo: espero que esse subtexto não se perca na estética excessivamente fofinha presente no trailer do filme. A graça de Charlie Brown e Snoopy (que já foram conhecidos no Brasil como Minduim e Xereta) está na expressão de emoções adultas: desilusão, ansiedade e frustração. 

Assista ao trailer de “Snoopy & Charlie Brown”
Snoopy & Charlie Brown estreia nos cinemas

Aproveitando o gancho do lançamento do filme, chega finalmente ao Brasil a controversa biografia de Charles M.Schulz, “Schulz e Peanuts: A biografia do criador do Snoopy”, de David Michaelis (Seoman, 592 pgs. R$ 55). Lançado em 2007 nos Estados Unidos, o livro faz um inventário das mágoas e ressentimentos que marcaram a vida de Schulz – e que transparecem nos seus quadrinhos, criados no começo da década de 50. No seu apogeu, a tirinha era lida diariamente por 300 milhões de pessoas em 75 países e 21 idiomas. Michaelis se baseou em anos de pesquisa e entrevistas exclusivas com parentes e amigos de Schulz, além de ter tido acesso aos arquivos do cartunista, encontrando cartas pessoais e desenhos até então desconhecidos.
 
Capa da biografia de Charles M.Schulz, “Schulz e Peanuts: A biografia do criador do Snoopy”, de David Michaelis (Seoman, 592 pgs. R$ 55). Michaelis retrata Schulz como um homem amargo, solitário e infeliz e apresenta as tirinhas de Peanuts como uma espécie de autobiografia mal disfarçada. Como Charlie Brown, ele foi rejeitado por uma garota ruiva de verdade, na juventude. Outros personagens, como Linus e Schroeder, eram basicamente projeções de uma vida emocional conturbada. Outros, ainda, foram inspirados em pessoas do convívio cotidiano de Schulz: Patty Pimenta, por exemplo, foi inspirada na sua prima Patricia, que se comportava como um garoto e gostava de jogar bola.
Lucy, por sua vez, representava as mulheres de sua vida, mandonas, controladoras e repressivas, começando pela sua mãe e por sua primeira esposa, Joyce. Não por acaso, Schulz foi um dos primeiros artistas gráficos a introduzir temas psicológicos nos quadrinhos, com Lucy e seu quiosque de plantão psiquiátrico: a ideia nasceu quando Joyce o aconselhou a fazer terapia para cuidar de sua ansiedade. Nessa época ele vivia irritadiço, deprimido e sujeito a ataques de pânico: “Eu tenho um sentimento horrível de desgraça iminente”, declarou numa entrevista.
Criado em um bairro operário de Mineápolis, Schulz era filho do dono de uma barbearia e de uma dona de casa descendente de imigrantes noruegueses, que Michaelis descreve como sendo fria, distante, cínica e insolente. Crescendo em um ambiente sufocante e extremamente religioso, onde a leitura de livros era vista como algo estranho, ele desde cedo teve problemas de autoestima, reforçados pelo fato de ser franzino, pouco dotado para os esportes e patologicamente inseguro. O que o salvou foi um curso por correspondência da Art Instruction Inc. Foi lá que começou a trabalhar, como professor de arte, depois de lutar na Segunda Guerra. Quando finalmente começou a sair com garotas, levava para ela uma Bíblia de presente. 

Como marido e pai de quatro filhos, Schultz, afirma Michaelis, foi desatento e indiferente, sempre absorvido em si mesmo e alimentando secretamente grandes ambições – e buscando evasão para suas frustrações na vida surreal e fantasiosa de Snoopy. Curiosamente, quando o primeiro casamento acabou, ele se tornou um “flertador” compulsivo, hábito que continuou mesmo após se casar pela segunda vez, com Jeannie, 16 anos mais jovem.  
 
Schulz desenhou e publicou as tirinhas de Peanuts por mais de 50 anos, até se aposentar em dezembro de 1999, por questões de saúde. Morreu dois meses depois, aos 77 anos. Sua vida, de certa forma, repetiu um roteiro americano bem conhecido: a do gênio incompreendido e solitário que luta pelo reconhecimento e consegue alcançar a fama, para descobrir no fim das contas que ela não o faz feliz.

Peanuts, Charlie Brown
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Fotos: Divulgação/G1 e Reprodução/G1


16 de janeiro de 2016
in máquina de escrever

A QUEM INTERESSAR POSSA: LIVROS SOBRE O ESTADO ISLÂMICO EXPLICAM AS ORIGENS DO TERROR


Livro Estado IslâmicoOs recentes atentados em Paris colocaram novamente o Estado Islâmico no centro das atenções da mídia, o que aumenta o interesse dos livros recentemente lançados no Brasil sobre o tema: “A origem do Estado Islâmico – O fracasso da Guerra ao Terror e a ascensão jihadista”, de Patrick Cockburn (Autonomia Literária, 208 pgs, R$ 40); “Estado Islâmico – Desvendando o exército do terror”, de Michael Weiss e Hassan Hassan (Seoman, 272 pgs. R$ 39,90); e “A Fênix Islamista – O Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio”, de Loreta Napoleoni (Bertand Brasil, 154 pgs. R$ 30).

Com variações de foco, profundidade e extensão, os quatro títulos contribuem para entender tanto o conturbado contexto geopolítico da Síria e do Iraque nos últimos anos quanto a equivocada estratégia adotada pelos Estados Unidos e pela União Europeia na região. É consensual entre os autores que esses dois fatores criaram as condições para a emergência e rápido crescimento de uma organização militar-religiosa muito mais radical, violento e eficaz que a Al-Qaeda. O Estado Islâmico chocou o planeta ao divulgar pela internet decapitações de seus inimigos (basicamente todo mundo fora do EI, inclusive eu e você), escraviza sexualmente milhares de mulheres, atira homossexuais do alto de edifícios e hoje domina um território de área equivalente à Itália. Conta, além disso, conta com um exército de 100 mil combatentes e vem angariando um apoio popular não tão surpreendente numa região extremamente carente de serviços básicos e dominada na prática por líderes tribais. Em suma, o Estado islâmico está efetivamente modificando a correlação de forças políticas no Oriente Médio, sendo um dos responsáveis pelo êxodo em massa de refugiados sírios que comoveu o mundo.
Livro Estado IslâmicoO premiado jornalista britânico Patrick Cockburn, veterano correspondente de guerra no Oriente Médio, apresenta de forma competente os principais atores e episódios do conflito na região, reconstituindo, por exemplo, a espetacular tomada de Mossul, segunda maior cidade do Iraque, pelo Estado islâmico em junho de 2014. Cockburn critica asperamente a demora dos Estados Unidos em entender a gravidade da situação: o Estado Islâmico, afirma, foi subestimado pela maioria dos analistas, que o consideravam uma facção isolada e irrelevante. Cockburn também associa a eclosão do Estado Islâmico à invasão americana do Iraque, em 2003, e à guerra civil que se arrasta na Síria desde 2011. Afirma, ainda, que ataques aéreos à região serão inúteis enquanto não for enfrentado o sectarismo étnico e religioso na região, marcada por conflitos sangrentos entre xiitas e sunitas.
O livro do jornalista americano Michael Weiss e do cientista político sírio Hassan Hassan é mais detalhado e menos opinativo que o de Cockburn. Weiss e Hassan se concentram no processo de crescimento do exército jihadista e seu apelo para voluntários internacionais (estima-se um contingente de dezenas de milhares), com base em entrevistas exclusivas com militares americanos e combatentes do Estado Islâmico. Os dois autores explicam quem são os protagonistas do Estado Islâmico, de onde vêm, como conquistaram tanto apoio local e global e como eles operam. Mostram também como a organização surgiu das cinzas da Al-Qaeda no Iraque, construindo pacientemente células “adormecidas”, comprando lealdade e intimidando comunidades locais, eliminando assim qualquer possibilidade de resistência interna.
Livro Estado IslâmicoPor sua vez, a especialista em terrorismo Loretta Napoleoni afirma que, embora o Estado Islâmico seja frequentemente representado na mídia ocidental como um bando de malucos fanáticos, na verdade se trata de uma organização é extremamente sofisticada e ambiciosa, que está propondo um novo modelo de criação de Estados nacionais. Empreendendo uma guerra de conquista e expansão com o objetivo de estabelecer uma versão contemporânea do  Califado, o Estado Islâmico se utiliza com extrema competência da tecnologia no recrutamento de combatentes e na captação de recursos financeiros, ao mesmo tempo em que mobiliza a população local para a administração cotidiana do novo Estado. O EI vem demonstrando assim uma compreensão profunda do funcionamento da política no Oriente Médio: não se trata de uma simples rede terrorista, mas de um inimigo implacável, que está sabendo ocupar com eficiência as brechas da atual desordem mundial.

A leitura desses livros demonstra que, por assustador que seja, o Estado Islâmico não é um fenômeno dissociado de conflitos e interesses que o ultrapassam amplamente. No xadrez geopolítico da região, Irã, Turquia, Arábia Saudita e Catar, além das próprias Síria e da Líbia, movimentam suas peças segundo uma lógica particular, na qual o elemento religioso torna tudo ainda mais difícil de entender aos olhos ocidentais. Nesse contexto, nada pode se mais tolo que buscar maneiras de jogar a culpa nos Estados Unidos, receita de fácil consumo que infelizmente vem sendo muito disseminada na mídia e nas redes sociais.
16 de janeiro de 2016
in maquina de escrever