quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ORIGEM DA PALAVRA EUTANASIA

Vocábulo grego, composto de "eu" (bom, verdadeiro) e "thanatos" (morte); literalmente, seria a "boa morte", uma morte sem sofrimento, e não tinha o polêmico significado que adquiriu atualmente. 

O poeta romano Suetônio conta que imperador Augusto, sempre que lhe informavam que um conhecido havia morrido serenamente, exclamava: 

"Que os deuses concedam, a mim e aos meus, uma eutanásia assim!". 

Modernamente, o vocábulo refere-se a ajudar uma pessoa em estado terminal a pôr fim à vida, para aliviá-la de dor e sofrimento insuportáveis, o que suscita uma série de discussões no âmbito ético, religioso, médico e jurídico; uns a defendem como um ato de misericórdia e de dignidade, enquanto outros a condenam como mais uma forma de homicídio, temendo que sua legalização possa um dia se converter, como aconteceu entre os nazistas, numa eliminação sistemática de todos aqueles que as autoridades julgarem incômodos para a sociedade.

04 de novembro de 2021

https://umaraposanaestrada.blogspot.com/2021/11/origem-da-palavra-eutanasia.html

COMO TER UM RELACIONAMENTO MARAVILHOSO? (SADHGURU)

 

O DESESPERO DOS AGENTES CEGOS E SUA DERROTA IMINENTE (ERGOM ABRAHAM)

 

AS FASES DO PROCESSO DA TRANSIÇÃO PLANETÁRIA (ERGOM ABRAHAM)

 

OS BASTIDORES DA STORM (ERGOM ABRAHAM)

 

REGIÃO UMBRALINA NA ÁSIA

Na madrugada do dia 04 de dezembro de 2011, fui levado pelo Mentor Bartolomeu até uma região umbralina localizada em alguma parte da Ásia. Pelas informações do Mentor, a referida região está localizada nas proximidades etéreas de uma cidade da Índia, que faz fronteira com o Paquistão.

Quando chegamos numa determinada localidade da região umbralina, notei que o ambiente todo era completamente seco, dando a impressão de estarmos atravessando um deserto. A luminosidade do ambiente era baixa, e parecia que estávamos andando abaixo de uma cortina de areia, que impedia a luminosidade do Sol. A luz do ambiente era de um tom alaranjado.
O chão era arenoso e seco; era possível perceber uma película de pó na cor de tijolo a cobrir o chão.

Caminhamos por alguns momentos, até perceber que adentramos em uma cidade que dava a impressão de estar abandonada; isso porque o estado de tudo era muito precário. É como se aquela cidade estivesse em completa ruína, pois todas as casas (que mais se pareciam com cabanas) haviam sido destruídas e só parte delas continuava de pé.

No entanto, a cidade não estava abandonada. Gritos e gemidos de dor passaram a ser ouvidos a todo o momento. Frases de ameaça também eram ouvidas. Diante da minha surpresa, Bartolomeu esclareceu.

-Charles! Não tenhas receio do que veremos. Muitos dos que estão aqui não nos percebem, e apenas alguns outros poderão lhe perceber. Mas você pode ficar tranquilo, pois logo chegará um guia para nos conduzir até a outra extremidade da região. Vamos descer até a área onde estão Irmãos em estado de sofrimento por não aceitarem a existência da igualdade dos Espíritos perante o Pai Celestial. São Irmãos que ainda em seu estágio evolutivo, discordam das oportunidades iguais para todos no caminho da evolução Espiritual. Comportam-se assim porque pressentem que terão de encarnar entre aqueles grupos que ele desconsiderava perante o Pai Celestial. Desconsiderava-os como Irmãos e os comparava ao menor dos seres e indignos de ocuparem os mesmos espaços que o deles durante a encarnação na Terra.

Enquanto Bartolomeu explicava, fomos andando por uma rua toda empoeirada. Não era difícil ver os vultos correndo de um lado ao outro, como se estivessem fugindo de alguma coisa que eu não consegui ver. Alguns passavam aos gritos. Outros apenas corriam. Enquanto que outros estavam parados junto de janelas destruídas, contemplando o vazio; era como se estivessem olhando para suas lembranças na Terra.

Logo chegou uma entidade que cumprimentou-nos.

-Olá meus Irmãos! Estou feliz pela visita! Esse não é o local mais apropriado para nosso encontro, mas estamos diante de Irmãos nossos que necessitam de toda a nossa atenção e amparo. Irmão Bartolomeu, permita-me apresentar ao nosso Irmão Charles. Sou o Irmão Al-Kazim. 
Estou aqui para lhe conduzir até outra região onde outros Irmãos, em estágio de purgação de suas vaidades e egoísmos estão a negar a bondade de Deus. Irmão Charles! Fique a vontade para perguntar o que desejares, pois sabemos do trabalho que está desenvolvendo em conjunto com a equipe no nosso Irmão Bartolomeu. Estou orando por vocês já faz alguns dias. Pedindo a luz necessária para podermos aproveitar suas potencialidades a fim de levar aos Irmãos encarnados, o conhecimento de tais realidades. Nesse momento em que congraçamos nossos pensamentos, sob o louvor de Deus, que nosso Mestre Jesus lhes iluminem hoje e sempre!

Numa demonstração de carinho, que me fez volitar alguns centímetros do chão, agradeci e desejei que Deus também iluminasse o coração afetuoso do Irmão Al-Kazim.

Bartolomeu teceu breve elogio e agradeceu toda a atenção que nosso Irmão estava depositando, não somente em nós, mas para todos aqueles Irmãos que ali estavam habitando temporariamente.

Perguntei para Al-Kazim sobre seu trabalho na região.

-Sou um dos Irmãos trabalhadores que acompanham os que aqui se encontram. Nosso trabalho é buscar acelerar a saída dos que aqui se encontram. São muitas as vezes que nos aproximamos de diversos de nosso Irmão que aqui sofrem, para lhes intuir em pensamentos mais nobres. Conversamos, sempre que a oportunidade surge, indicando o caminho do bem e o pensamento na misericórdia divina. Buscamos demover as ideias que ainda trazem do aprendizado na Terra. Muitos aqui nesse lado onde nos encontramos, são homicidas e ainda carregam grande ódio no coração e desejo cego de vingança.
No que Al-Kazim terminou de falar, ouvimos gritos de ameaça bem à nossa frente, no interior de algo que parecia uma choupana, sem as paredes da frente.

Um homem apontava as mãos para outro, lhe ameaçando de morte. Paramos naquele momento. Al-Kazim pediu para aguardarmos, enquanto caminhou na direção daqueles dois. O homem que ameaçava com as mãos, parecia estar segurando uma arma de fogo. O outro gritava dizendo que já tinha matado toda a família do oponente e que agora não tinha mais medo de morrer; e dizia com ar de sarcasmo:

-Atira! Atira! Já matei tua esposa e filha. Já vinguei a morte do meu pai. Atira se tiver coragem!

Al-Kazim transformou-se naquele instante, assumindo a forma de um ancião, e se colocou entre os dois.

Começaram, então, a xingar Al-Kazim, que continuou imóvel entre os dois, apenas olhando para aquele que fazia gestos de estar segurando uma arma e ameaçando atirar no outro. Depois de algum tempo, os xingamentos diminuíram e Al-Kazim começou a falar com o homem que ameaçava:
-Então! Agora que você não atirou, agora que você decidiu não fazer uso da arma, quem sabe você a entrega para mim para que a mesma tenha o fim que merece. Você não vai fazer mais uso dela. Já faz dias que vocês dois chegam nesses termos e você nega puxar o gatilho. Quem sabe agora você deixa essa vingança de lado, pois o que está feito... está feito! Quanto a você Mohamed, busque pensar mais em Deus. Volte a orar como a Anastásia te ensinou. E não volte mais para esse lugar que te faz lembrar coisas desagradáveis.
Fato é que Mohamed saiu em disparada logo em seguida. Enquanto que o outro negou em entregar a suposta arma que ele achava que segurava.

Al-Kazim conversou por mais alguns instantes com ele. Acho que ficamos uns vinte minutos ouvindo o diálogo. Em seguida veio em nossa direção, assumindo a forma de antes.

-Irmãos! Bartolomeu e Charles! Não poderia ter perdido a oportunidade do atendimento. Certamente que tal acontecimento está nos desígnios de Deus. Charles. Tínhamos pensado em levar nosso Irmão até a outra área, mas agora estamos com o tempo comprometido.
Bartolomeu logo intercedeu.
-Irmão Al-Kazim! A oportunidade do seu trabalho foi de grande valia para nosso Irmão Charles. Situações assim não ocorrem a todo o momento e este foi um excelente aprendizado. Mostrando o quanto os Irmãos são capazes de carregar na Alma os desafetos e situações que lhes enrijecessem a consciência para o bem. Mas vamos até onde o tempo permitir...

Bartolomeu não chegou a concluir a frase, e logo se aproximou de nós o homem com quem Al-Kazim conversou.

-Você aí (dirigindo a fala para Al-Kazim). Não viu o senhor de idade?
Al-Kazim perguntou:
-Você procura aquele senhor que aparece por aqui falando de Deus e de perdão?
-Sim! Esse mesmo.
-Estou indo ao encontro dele, você deseja alguma coisa?
-Quero entregar minha arma para ele.
-Pois entregue para mim que eu mesmo levo para ele.
-De jeito nenhum. Eu mesmo quero entregar. Não quero que ela caia em mãos erradas.
-Então aguarde apenas um instante aqui mesmo. Vou chamá-lo até aqui.

O Irmão Al-Kazim se fez invisível para aquela entidade. Ela também, em nenhum momento enxergou ou percebeu a nossa presença; nem a minha e nem a de Bartolomeu.

Em seguida, Al-Kazim se posicionou ao lado do homem, já assumindo a forma de um ancião.

-Mustafá! Disseram que desejas falar comigo. Do que se trata?

-Sim! Quero lhe entregar minha arma.
O homem estendeu a mão em direção de Al-Kazim, como se estivesse segurando algo.

Al-Kazim fez o mesmo gesto, como se estivesse pegando algo, e disse:

-Muito bem, Mustafá! Agora peço que procure um lugar calmo e inicie a orar pela sua esposa e pela sua filha. Peça a Deus que as ilumine com muito amor. Peça, em suas orações, que Deus tenha piedade daquele que as matou. Ore com muita certeza na bondade de Deus. Para que todos estejam protegidos e amparados pela luz divina: sua esposa, sua filha e Mohamed. Logo a Anastásia vai lhe encontrar para te auxiliar nas orações. Agora vai! E acalma teu coração. Um grande passo destes hoje. Estou muito feliz por você.
Mustafá se afastou com um olhar ainda de resistência. Mas disse que estaria indo procurar um templo para orar pela esposa e filha assassinadas.

Bartolomeu comentou que o coração de Mustafá começara a se desfazer de amarras materiais de ódio e vingança; e complementou:

-Mas ainda levará algum tempo para Mustafá se desfazer do ódio completo contra Mohamed. Ambos se afastarão agora. Seguirão caminhos diferentes em direção ao esclarecimento. Mas quando o momento chegar, quando estiverem com consciência, se encontrarão na Espiritualidade para juntos encaminharem a próxima experiência na Terra. Charles! 
O que vimos hoje é uma dádiva. As circunstâncias nos oportunizaram momentos de encaminhamento espiritual. Não temos mais tempo hábil para descermos até a outra extremidade da região. Creio ser possível chegarmos ao máximo na divisa dela.
Al-Kazim, já assumindo sua aparência pontuou:
-Vamos levar nosso Irmão Charles para conhecer a fronteira que separa essas duas áreas da região. Mesmo tendo pouco tempo, vamos sem demora.

Enquanto volitávamos por decidas em declives acentuados, passei a perceber o quanto o ambiente ia apresentando formas mais desgastadas. A umidade também passou a dar uma forte impressão de desconforto. O chão era de lama coberta por musgo. Logo chegamos diante de barrancos enlameados, que mais pareciam trincheiras. 
Passamos por entre estreitas aberturas que davam caminho a corredores por entre os barracos. Não vi entidades ali. Mas a sensação naqueles corredores, com barrancos que deviam ter em torno de dois ou três metros, era de estar caminhando dentro de sepulturas abertas na terra, em uma região pantanosa.
Ao passarmos por essa área dos barrancos, volitamos por um extenso lago de água escura e viscosa. Ao chegarmos à outra margem Al-Kazim comentou:

-Irmão Charles! Passamos pela fronteira. Toda essa área de valos profundos e de pântano aquoso é a fronteira que divisa as regiões. Irmãos que estão aqui, não conseguem passar pela fronteira, pois se perdem no labirinto dos valos e acabam sempre retornando para a área pantanosa. Estamos sob o tempo. Charles! Agora temos de retornar, pois aqui já começa a escurecer e em sua cidade já amanhece.

A paisagem que estava na minha frente era de extrema vastidão de arvores ressequidas e mortas, com lama por toda a parte e fumaças em tom escuro concentradas em alguns pontos. Logo a escuridão tomou conta de toda a região. Como se a luz, que já era fraca, apagasse de repente.

Bartolomeu orientou para retornarmos para antes da fronteira. Assim meu retorno não se daria sob as condições umbralinas da qual estávamos saindo.

Volitamos sobre o pântano e sobre os valos, até iniciarmos, já além da fronteira, a subir o caminho em direção a cidade.

Bartolomeu ponderou então que não havia mais tempo. Meu retorno deveria ser imediato. E colocando a mão sobre minha cabeça, disse:
-Retorne agora, pois o despertador está tocando.
Eram sete horas de domingo.

04 de novembro de 2021
Postado por Charles, texto de origem mediúnica, ditado e orientado pelos espíritos.  Marcadores: 

UM ESTUDO SOBRE AS REGIÕES UMBRALINAS. O INFERNO

Representação do Inferno de Dante.Representação do Inferno de Dante.

Em 1943, André Luiz, o médico que se tornou conhecido psicografando livros pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier, trouxe a público o significado dado à palavra na colônia espiritual “Nosso Lar”, onde passou a viver alguns anos depois de seu desencarne.

Em seu livro também chamado “Nosso Lar”, ele conta como ouviu falar do Umbral pela primeira vez, quando o enfermeiro Lísias lhe dava as primeiras informações sobre a colônia e descreveu-o como região onde existe grande perturbação e sofrimento e para a qual a colônia dedicava atenção especial.

Desde então, a palavra Umbral, escrita com inicial maiúscula, como o fez André Luiz no livro “Nosso Lar”, tomou significado especial, principalmente entre os espíritas, designando a região espiritual imediata ao plano dos encarnados, para onde iriam e onde estariam todos os espíritos endividados, perturbados e desequilibrados depois da vida.

Com esta conotação a palavra difundiu-se muito e transformou-se num quase sinônimo do Inferno e do Purgatório dos católicos, com localização geográfica, tamanho, etc., conceito este que o próprio Allan Kardec, codificador do Espiritismo, já havia desmistificado em suas obras, mais de 80 anos antes, especialmente em “O Livro dos Espíritos”

Como vemos pelas respostas dos espíritos a Kardec, o inferno e o paraíso não passam de estados de espírito, condição moral de sofrimento ou felicidade a que estão sujeitos os espíritos por suas próprias atitudes, pensamentos e sentimentos durante a vida encarnada e depois dela. E é bom lembrar que espíritos somos todos, encarnados e desencarnados, vivendo cada um o seu inferno e o seu paraíso particulares. O que nos diferencia dos espíritos desencarnados é apenas o fato de estarmos temporariamente presos a um corpo denso de carne. De resto, somos absolutamente iguais a eles, com desejos, opiniões, frustrações, alegrias, defeitos e qualidades.

Na verdade, a figura geográfica e espacial do inferno dos católicos serviu de molde aos espíritas para que melhor visualizassem o que seria o Umbral, assim como o inferno da Igreja Católica foi tomado emprestado e adaptado do inferno dos povos pagãos para compor os mitos de inferno e paraíso.

Se não existe inferno ou purgatório porque haveria de existir o Umbral com localização, medidas, coordenadas, etc.?

Tudo o que existe no plano espiritual é criado pela mente dos espíritos encarnados e desencarnados. Sempre que pensamos nossa mente dispara um processo pelo qual somos capazes de moldar as energias mais sutis do universo, criando formas que correspondem exatamente àquilo que somos intimamente.

Extremamente apegados ao mundo material, nada mais natural que, mesmo estando fora dele, queiramos tê-lo novamente quando desencarnados. É aí que nossa mente entra em ação, criando tudo o que desejamos ardentemente. E várias mentes desejando a mesma coisa juntas têm muito mais força para criar.

A grande diferença é que, no mundo físico, podemos embelezar artificialmente o nosso ambiente e a nossa aparência, enquanto que no plano astral isso não é possível, pois lá todos os nossos defeitos, mazelas, falhas, paixões, manias e vícios ficam expostos em nossa aura, exibindo claramente quem somos como consciências e não como personalidades encarnadas.

No Umbral, tudo o que está fora de nós é conseqüência do que está dentro. Tudo o que existe em nosso mundo pessoal e nos acontece é reflexo do que trazemos na consciência. Assim, o Umbral nada mais é que uma faixa de freqüência vibratória a que se ligam os espíritos desequilibrados, cujos interesses, desejos, pensamentos e sentimentos se afinizam.

É uma “região” energética onde os afins se encontram e vivem, onde podem dar vazão aos seus instintos, onde convivem com o que lhes é característico, para que um dia, cansados de tanto insistirem contra o fluxo de amor e luz do universo, entreguem-se aos espíritos em missão de resgate, que estão sempre por lá em trabalhos de assistência.

Alguns autores descrevem o Umbral como uma seqüência de anéis que envolvem e interpenetram o planeta Terra, indo desde o seu núcleo de magma até várias camadas para fora de seus limites físicos.

O que acontece é que os espíritos se reúnem obedecendo, apenas e unicamente, à sintonia entre si e acabam formando anéis energéticos em torno do planeta, ou melhor, em torno da humanidade terrena, pois ela é parte da humanidade espiritual que o habita e é também o foco de atenção de todos os desencarnados ligados a ele.

As camadas descritas em alguns livros são mais um recurso didático para facilitar o entendimento e o estudo do mundo espiritual, pois não há limites precisos entre elas, assim como não há divisas exatas entre um bairro e outro de uma mesma cidade, ainda que eles sejam de classes sociais bem diferentes.

Esse mesmo mecanismo de sintonia é o que cria regiões “especializadas” no Umbral, como o Vale dos Suicidas, descrito por Camilo Castelo Branco, pela psicografia de Yvonne A. Pereira, em seu livro “Memórias de um Suicida”.

Espíritos com experiências de suicídio, vivendo os mesmos dramas, sofrimentos, dificuldades, agrupam-se por pura afinidade e formam regiões vibratórias específicas. Assim também acontece com faixas energéticas ligadas às drogas, ao aborto, aos distúrbios psíquicos, às guerras, aos desequilíbrios sexuais, etc.

Apesar de toda perturbação e desequilíbrio dos espíritos que vivem no Umbral, não devemos nos iludir. Existe muita disciplina, organização e hierarquia nos ambientes umbralinos.

É o que nos mostra, por exemplo, o espírito Ângelo Inácio, pela psicografia de Robson Pinheiro, em seu livro “Tambores de Angola”, e o espírito Nora, pela psicografia de Emanuel Cristiano, em seu livro “Aconteceu na Casa Espírita”. Vemos ali o quanto esses espíritos podem ser inteligentes, organizados, determinados e disciplinados em suas práticas negativas, criando instituições, métodos, exércitos e até cidades inteiras para servir aos seus propósitos.

É preciso que compreendamos que todos nós já estamos vivendo numa dessas “camadas” de Umbral que envolvem a Terra e que todos nós criamos o nosso próprio Umbral particular sempre que contrariamos as leis divinas universais, as quais podem ser resumidas numa única expressão: amor incondicional.

Mas o Umbral não é um mundo só de desencarnados. Muitos projetores conscientes (encarnados que fazem projeções astrais conscientes) narram passagens por regiões escuras e densas, semelhantes às descrições de André Luiz em “Nosso Lar”.

Todos os encarnados desprendem-se do corpofísico durante o sono e circulam pelo mundo espiritual. Esse é um fenômeno absolutamente natural e inerente a todo espírito encarnado. Uma grande parte continua a dormir em espírito, logo acima de onde está descansando o corpo físico. Outros limitam-se a passear inconscientes pelo próprio quarto ou casa, repetindo, mecanicamente, o que fazem todos os dias durante a vigília. E há os que saem de casa e vão além.

Dentre estes, uma pequena parte procura manter uma conduta ética elevada, 24h por dia, tentando sempre melhorar-se como pessoa, buscando sempre ajudar e crescer e, muitas vezes, é levada ao Umbral em missão de resgate ou assistência, trabalhando com espíritos mais preparados, doando suas energias pelo bem de outros espíritos.

Mas há um grande número dos que conseguem sair de seu próprio lar durante o sono e vão para o Umbral por afinidade, em busca daquilo que tinham em mente no momento em que adormeceram ou obedecendo a instintos e desejos inferiores que, embora muitas vezes não estejam explícitos na vigília, estão bem vivos em sua mente e surgem com toda força quando projetados.

Essas pessoas, muitas vezes, acabam sendo vítimas de espíritos profundamente perturbados ligados ao Umbral que as vampirizam e manipulam, em alguns casos chegando até a interferir em sua vida física, criando problemas familiares, doenças, perturbações psicológicas, dificuldades profissionais e financeiras, etc.

Vemos, assim, que o Umbral, de que falam André Luiz e tantos outros autores encarnados e desencarnados, está mais próximo de nós, encarnados, do que muitos de nós imaginam.

E, o que é mais importante, somos nós mesmos que ajudamos a manter esse mundo denso com nossos pensamentos e sentimentos menos elevados. Somos nós que damos aos espíritos perturbados, que se encontram ligados a essa faixa vibratória, grande parte da matéria-prima de que se valem para sutentar seu mundo de trevas e sofrimento.

O Umbral está em todo lugar e em lugar nenhum, pois está dentro de quem o cria para si mesmo e acompanha o seu criador para onde quer que ele vá.

Toda vez que nos deixamos levar por impulsos de raiva, agressividade, ganância, inveja, ciúmes, egoísmo, orgulho, arrogância, preguiça, estamos acessando uma faixa mais densa desse Umbral. Toda vez que julgamos, criticamos ou condenamos os outros, estamos nos revestindo energeticamente de emanações típicas do Umbral.

Toda vez que desejamos o mal de alguém, que nos deprimimos, que nos revoltamos ou entristecemos, criamos um portal automático de comunicação com o Umbral. Toda vez que nos entregamos aos vícios, à exploração dos outros, aos desejos de vingança, aos preconceitos, criamos ligações com mentes que vibram na mesma faixa doentia e estão sintonizadas com o Umbral.

O Umbral só existe porque nós mesmos o criamos, e só continuará existindo enquanto nós mesmos insistirmos em mantê-lo com nossos desequilíbrios.

O Umbral é nosso também, faz parte do nosso mundo e não podemos renegá-lo ou simplesmente ignorá-lo. Assim como não podemos também fingir que não temos nada a ver com ele. Lá estão também algumas de nossas próprias criações mentais, de nossos sentimentos inferiores, de nossos pensamentos mais densos. E lá vivem espíritos divinos como nós, temporariamente desviados do caminho de luz em que foram colocados por Deus.

Por isso é importante que não vejamos o Umbral como um lugar a ser evitado ou uma idéia a não ser comentada, mas como desequilíbrio espiritual temporário de espíritos como nós que, muitas vezes, só precisam de um pouco de atenção e orientação para se recuperarem e voltarem ao curso sadio de suas vidas.

É comum encontrarmos médiuns e doutrinadores que têm medo ou aversão ao trabalho com espíritos do Umbral, evitando atendê-los, ignorando-os friamente ou tratando-os como criminosos sem salvação que não merecem qualquer compaixão ou respeito.

Estas pessoas esquecem-se de um dos preceitos básicos da espiritualidade: a caridade.

Os habitantes do Umbral não são nossos inimigos, mas espíritos que precisam de compreensão e ajuda.

Não são irrecuperáveis, mas perderam o rumo do crescimento espiritual. Não estão abandonados por Deus, mas não sabem disso e desistem de procurar orientação. Não são diferentes de nós, mas tão semelhantes que vivem lado a lado conosco, todos os dias, observando nossos atos, analisando nossos pensamentos, vigiando nossos sentimentos, prestando atenção às nossas atitudes.

E, se não queremos ir ao Umbral por afinidade, que nos ocupemos em nos tornar seres humanos melhores, mais dignos, mais éticos, 24h por dia.

Desse modo, nossa passagem pelo Umbral será sempre na condição de quem leva ajuda sem medo, sem preconceito e sem sofrimento, e não de quem precisa de ajuda para superar seus próprios medos, preconceitos e dores.

Autora: Maísa Intelisano. Artigo originalmente escrito para a revista Espiritismo e Ciência, da Editora Mythos e publicado na edição 16 – Ano 2

Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=2875

04 de novembro de 2021
Sobre Juarez Duarte Bomfim 
Baiano de Salvador, Juarez Duarte Bomfim é sociólogo e mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Geografia Humana pela Universidade de Salamanca, Espanha; e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Tem trabalhos publicados no campo da Sociologia, Ciência Política, Teoria das Organizações e Geografia Humana. Diversas outras publicações também sobre religiosidade e espiritualidade. Suas aventuras poético-literárias são divulgadas no Blog abrigado no Jornal Grande Bahia. E-mail para contato: juarezbomfim@uol.com.br.