terça-feira, 27 de abril de 2010

EMOÇÕES: UM FENÔMENO BIOQUÍMICO?

O que seriam propriamente as emoções? Alguma propriedade especial, espiritual, imponderável, ou algo que estaria no plano mais concreto do corpo, mais tangível? Segundo Joe Dispenza, as emoções são a química para reforçar neurologicamente as experiências.
Recordamos das coisas mais destacadas e mais emocionais e é dessa forma que deve ser.
Segundo algumas experiências, quando já se imaginava que as células tinham 'receptores' em torno da parede celular externa, nos quais os compostos químicos estacionavam, levou a Dra. Candace Pert, após um acidente, a pesquisar o efeito que as drogas produziam e que estava experimentando, após ser medicada com morfina, para evitar a dor. Ainda segundo a teoria, a estrutura química da droga permitia-lhe encaixar-se nesses receptores, mas que ainda não haviam sido encontrados. A Dra. Pert encontrou os receptores opióides que revestem a parede celular. Essa descoberta mudou a biologia.
Bem, depois de uns três anos uma equipe de pesquisadores escocesa, descobriu que o cérebro produz 'neuropeptídeos' chamados endorfinas.

Papo meio cansativo esse, né? Mas tenhamos paciência para suportar, já que na vida suportamos coisas muito piores...

Quem já não ouviu falar em endorfinas? Também conhecidas como o 'barato' da corrida? Elas são os nossos opiáceos naturais. Mais pesquisas aconteceram e os peptídeos começaram a surgir em toda a parte.
Diz a Dra. Pert: "Em meu laboratório comecei a mapear receptores para todos os peptídeos descobertos em qualquer sistema biológico. E sempre que procurava esses receptores, encontrava-os [...] Fizemos muitos mapeamentos detalhados de receptores e verificamos que havia não somente receptores opióides, mas também para todos esses outros peptídeos nas partes do cérebro tidas como mediadoras da emoção."
Depois dessa descoberta, "começamos a pensar nesses neuropeptídeos e seus receptores como moléculas de emoção".
Conclusão: o que sentimos produz um composto químico ou uma coleção de compostos químicos específicos. São cadeias de aminoácidos, feitos de proteínas e fabricados no hipotálamo, uma minúscula fábrica de compostos químicos, correspondentes a determinadas emoções que experimentamos. Significa que a absorção deles pelas células do nosso corpo, dá origem ao sentimento daquela emoção.

Para que a nossa vaidade não fique muito abalada, vou acrescentar que as tais moléculas de emoção, os pesquisadores as encontraram até em criaturas unicelulares.
O que podemos concluir? Que as emoções são preservadas ao longo da evolução. As endorfinas estão nas leveduras, organismos unicelulares simples; portanto, o prazer é básico.
E fomos projetados para funcionar com base nele. Somos dependentes do prazer, e nosso cérebro e programado  para buscá-lo. Encontrar o prazer e evitar a dor, é o que direciona a evolução humana.
Apesar do longo caminho percorrido pela evolução, entre a ameba em busca de alimento e as rendas francesas, as emoções tinham que se estruturar no corpo de forma irresistível.

Qual é a boa notícia? Para começar a sobrevivência. As emoções nos ajudam a sobreviver, "dando-nos uma referência relâmpago que resolve o quebra-cabeça antes que ao menos conheçamos as peças".
Viver a vida com emoções, nos dá a experiência genuína de estar vivo, sentir, amar, odiar... Sem esses sentimentos a vida seria chata. Elas são o tempero da sopa quântica, a cor do pôr-do-sol.
Muito mais do que a mera sobrivência, que já seria algo extremamente importante para a espécie, elas nos levam a permanente evolução.

Joe Dispenza diz:
"Eu não tenho uma definição científica para alma, mas diria que ela é um registro de todas as experiências de que tomamos posse emocionalmente. As coisas de que não tomamos posse emocionalmente, tornamos a experimentar nessa realidade, em todas as outras realidades, nessa vida, em todas as outras vidas. Portanto, não conseguimos evoluir. Se continuarmos a experimentar a mesma emoção e nunca a aposentarmos, tornando-a sabedoria, não evoluiremos. Não seremos pessoas inspiradas. Não teremos a ambição de ser nada senão o mero produto dos compostos químicos no corpo, que nos mantém presos no círculo em que vivemos nosso destino genético."
Uma pessoa nobre supera o destino genético, a realimentação que vem do corpo, o meio ambiente, as próprias tendências emocionais. Pense nisso. Se você deseja evoluir como pessoa, escolha uma limitação, que você sabe que tem, e aja conscientemente para alterá-la. Você vai ganhar alguma coisa: SABEDORIA.
Nossa evolução completa está estruturada sobre emoções. Elas são inevitáveis.

Paixão, amor divino, sentimento de unidade com o todo, bem-aventurança e experiências místicas são emoções - elas geram aqueles neuropeptídeos que inundam o corpo e alteram a própria consciência.

"Rantha freqüentemente pergunta a seus alunos quando foi a última vez que eles experimentaram um êxtase, um orgasmo, no sétimo selo [um chakra ou centro de energia sutil. Os chakras são pontos de convergência de energia não-física no corpo. Eles estão alinhados com as glândulas encócrinas do corpo físico e são vistos como uma chave para alcançar dimensões mais elevadas.]
Todo mundo conhece êxtases relacionados a sexo [primeiro selo], sobrevivência [segundo selo], poder [terceiro selo], mas e essas experiências nos centros mais elevados? Um êxtase no sexto selo, é uma compreensão nova e profunda. A experiência de consciência cósmica, a conexão suprema e íntima com Deus, é um orgasmo no sétimo selo. O amor completo e incondicional é um dos aspectos do quarto selo."

De acordo com esse ensinamento, nunca alcançamos aquelas dimensões porque a maior parte do tempo a humanidade está presa aos três primeiros elos: sexo, sobrevivência e poder. E o caminho para sair do "porão da humanidade" é tomar posse das emoções dos selos inferiores na forma de SABEDORIA.

Ou, como a ostra, lidar com o elemento irritante até ele se transformar numa pérola.

M. AMERICO