quarta-feira, 29 de julho de 2015

POR QUE MULHERES SE DEPRIMEM MAIS QUE HOMENS?




De vez em quando surgem filmes, peças e mitos sobre o comportamento feminino. “Mulheres à beira de um ataque de nervos” ou “Mulheres: tudo certo, mas está esquisito”, e por aí vai… O que só demonstra a ignorância masculina no geral com aspectos importantes da natureza feminina. Uma certa complexidade de elementos, que vão dos mais sutis aos mais escancarados, separam os padrões de comportamentos entre homens e mulheres. Sempre militei para que desde a escola, matérias extra-curriculares pudessem ensinar alunos, educadores e pais temas sobre o comportamentos e as relações interpessoais.
Mas chama a atenção o alto índice de depressão em mulheres, algo como 2/3 dos casos. Seria simplista enumerar uma causa para explicar tal fato, mas vale a pena analisar alguns aspectos. Talvez um dos mais relevantes seja o ritmo hormonal feminino, com suas “luas” e marcadores.Afinal, no que seria o mais natural, a cada 28 dias ou quatro luas mulheres têm suas regras e todo desconforto que a menstruação traz.
A cada dez meses lunares, ou 40 semanas, a gestação começa e termina. Na verdade, a natureza feminina é rítmica, oscilante, distinta. Sim, mulheres são de “lua”, e daí? Quem dera se um homem pudesse engravidar, parir, ter menstruação e amamentar. Haveria um risco de acabar a humanidade, pois somos ruins para sentir dor, temos muita força e baixa resistência.
INFLUÊNCIA HORMONAL
Exemplos de relação das angústias e depressões com influência hormonal são a depressão pós-parto, as síndromes da tensão pré-menstrual e a depressão da menopausa. Mas, como não falar da sobrecarga do papel feminino nas últimas décadas, tendo que se desdobrar nas atividades domésticas, educação de filhos, trabalho fora, amantes de maridos e companheiros, fazedora de exercícios escolares com filhos? E, pior, a quantidade de cobranças quando qualquer um desses setores dá trabalho ou vai mal. O tal de “a culpa é da mãe” ou a terceirização das obrigações e deveres de filhos com o tradicional “veja com sua mãe”. Isso sem contar os cuidados com os pais mais velhos, a família original.
Padecer no paraíso é pouco! Levar filho na barriga, depois no peito, no colo e nos ombros o resto da vida. Mas a novela mexicana da saga feminina ainda traz novas aventuras, como a competição por espaço profissional e social, a competitividade entre as mulheres, com vaidades, cobranças, o tal de ter de estar sempre linda, maquiada, cheirosa, gostosa, unhas feitas, cabelos castigados de química e seguindo a moda. E a sexualidade?
Ter que estar disposta como se nas veias tivessem que jorrar a testosterona masculina que exija sexo de qualquer jeito a qualquer hora. E o que dizer das cobranças sociais, culturais e familiares para conseguir o homem ideal, ter filhos saudáveis lindos e educados, cozinhar bem, ser ótima dona de casa, além de ótima profissional, e dividir despesas? Tá bom ou essas pressões descritas justificam parte do desafio de ser mulher em tempos pós-modernos?
VOLTANDO PARA CASA
O que está acontecendo é que muitas que sonharam em ser independentes ou batalhar no trabalho andam voltando para casa, como demonstram estudos recentes. Mas, também, entre os jovens, o aumento do consumo de álcool e drogas entre as meninas é assustador. Vale ressaltar que o organismo feminino é muito menos resistente, e as alterações de comportamento de mulheres bêbadas é bem mais grave e vexaminoso. Como não se deprimir numa realidade como essa?
De tudo resulta a pergunta que não quer calar: o que desejam as mulheres no mundo atual? Ou ainda, uma provocação na melhor das intenções: “estaria no mundo externo ou dentro de si mesmas o prazer, o relaxamento, o amor e a satisfação tão idealizados pelas românticas e sonhadoras? O homem ideal é o que não busca a aparência, o sexo, a exploração das prendas domésticas, mas sim uma companheira que não dependa dele para ser feliz. E sendo, compartilhem tal felicidade e amor!

29 de julho de 2015
Eduardo Aquino
O Tempo

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