sábado, 26 de dezembro de 2015

FOLIA DE REIS, UMA FESTA DE NATAL BEM BRASILEIRA



Passando de pai para filho, o reizado Flor do Oriente, em Caxias


















O Brasil, pelo processo de colonização, vinha desenvolvendo várias representações natalinas próprias, que se centravam nas Festas de Reis. Estas folias, apesar dos folguedos de representações religiosas de origem ibérica, eram de realização brasileira, um ritual que variava de região para região. Não havia no país unidade nacional para manter uma só representação. Mas essas festas estão sendo esmagadas em função da sociedade de consumo, surgindo, então, a imagem definitiva e alienígena de Papai Noel, puxando seu trenó em pleno verão tropical.
O Natal (data do nascimento de Jesus Cristo) foi deturpado pelo mito Papai Noel, pois sua importância como instituição comercial na sociedade brasileira, sobretudo no processo de industrialização de bens de consumo, é notável, uma vez que se reflete nos próprios ciclos de emissão de papel-moeda, explicam os economistas. Nesses ciclos há piques:
“O primeiro ocorre entre os meses de maio e julho, e é destinado à indústria de bens; o segundo ocorre entre agosto e setembro, destinando-se ao comércio atacadista de bens; e o último começa em outubro e emenda dezembro, que é o pique do varejo e do financiamento ao consumidor. Mesmo porque uma boa parte dos brasileiros que vive ao nível de subsistência tem como único recurso de compra a gratificação do Natal”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Apesar do abandono das folias pelos gestores culturais do país, muitos grupos insistem em preservar a tradição, no interior. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, existem várias folias no município de Duque de Caxias, em comunidades de baixa classe média. Mas a imprensa despreza essas manifestações culturais. (C.N.)

26 de dezembro de 2015
Paulo Peres

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