quarta-feira, 18 de maio de 2016

GERAÇÃO MILÊNIO É BELA, SOLTEIRA E MORANDO COM OS PAIS


A geração milênio não gosta de assumir responsabilidades



















Atenção os nascidos entre 1978 e 1999: Podem até não ter sido avisados, mas, entre vocês, existem os líderes que nos guiarão num futuro próximo. Favor se apresentarem com urgência, pois, como um bom mineiro, direi que o “trem tá feio”! Infelizmente, estudos comportamentais insistem em caracterizar esse período como a “geração perdida”.
A Unesco chegou a dizer que é a primeira geração em 200 anos que corre o risco de ser pior que a dos pais. A razão seria o descaso em se comunicar e receber a herança das sabedorias e conhecimentos dos mais velhos; o deslumbramento em crescer em meio às incontáveis e inesgotáveis inovações tecnológicas, que não só os viciaram em telas e smartphones, mas substituíram a curiosidade, a admiração aos mais velhos e sábios, como fonte de conhecimento – sejam familiares, professores, referências no entorno –, bem como interferiram no diálogo intergeracional.
TERMOS TECNOLÓGICOS
Enquanto os jovens usam e abusam de termos tecnológicos, geralmente em inglês, os pais e os idosos, desajeitados e lentos na manipulação dos eletrônicos, são negligenciados em suas preciosas experiências existenciais. Mas o mundo será comandado pela geração milênio, isso é claro.
Fico feliz ao ver na República de Curitiba, ou na esquerda combativa, jovens promotores, delegados e professores. Bem-vindos! Para vocês desejo que retidão, honestidade e cidadania sejam algo natural, não só uma virtude. Mas não nego que estudos mostram um lado preocupante: Sobra vaidade, preocupação excessiva com corpo e aparência e crítica feroz às imperfeições físicas. Neuroses em dieta, corpos de academia, plástica, medo de julgamento alheio e necessidade de aprovação. Ênfase exagerada em enriquecer rápido e constante insatisfação com o trabalho (atualmente medo de não tê-lo ou de ser demitido).
SEM CASAMENTO
Chama atenção também o horror ao casamento. Quase dois terços andam adiando ou simplesmente não querendo casar. Filhos? Nem pagando, ou no máximo um, se tiver, lá na frente. Adiar o início profissional justificando o fato de nunca sair da casa dos pais (sugiro assistir a uma série chamada “Master of None”, que mostra a geração milênio no dia a dia), para quê? Para não ter que assumir responsabilidades, IPTU, IPVA, condomínio e compra do mês?
Corre o risco de ser uma geração que morará em casa obtida por herança. Prioridade é lazer, ou poupar para o futuro que já chegou. Vive-se o hoje como se não houvesse o amanhã. E haja novidade, que no ano que vem, já está obsoleta.
TUDO É PASSAGEIRO
Tudo sai rápido de moda. Modinha. Qual o sucesso do YouTube mesmo? Cadê o coreano daquela música? Sei lá. Tudo é rápido, passageiro e deletável. Namorados, ficantes, estágios.
Envelhecemos, e isso é fato. Está na hora de passarmos o poder. Envergonhados, pois assistimos aos nossos heróis e líderes, varridos por escândalos e à modificação do caráter – aliás, uma epidemia de mau-caratismo de doer. Aprendam o que não fazer, mas façam. Chega de preguiça e reclamação. Chega de memes e zoações. O mundo é de vocês! Sejam melhores, e se possível, ouçam mais. Afinal, ainda vale aquela máxima: “Os jovens podem, os velhos sabem”.

18 de maio de 2016
Eduardo Aquino

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