segunda-feira, 27 de junho de 2016

CONTEÚDO OU FORMA? DO HOLOCAUSTO AO SACRIFÍCIO EM SAMUEL OU A VOZ DO POVO NÃO É A VOZ DE DEUS

TRATA-SE DA DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTRE FORMA E CONTEÚDO DA RELIGIÃO, MAS QUE TEM PROFUNDAS CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS. A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO NÃO É O CUMPRIMENTO DA FORMA DOS RITUAIS ESTABELECIDOS PELA TRADIÇÃO, MAS O ENTENDIMENTO E REALIZAÇÃO INCONTESTÁVEL DA VONTADE DIVINA.


Entre os inúmeros holocaustos ordenados por Deus das tribos não judaicas que ocupavam a terra de Israel, o descrito em Samuel 1, 15 é especial porque nele Deus ordena a completa destruição de todas as criaturas vivas da cidade de Amalek, não apenas dos homens, mulheres e crianças, mas também de todo o gado. Saul, o Rei dos Hebreus, deveria obedecer estritamente ao ordenamento divino, revelado a ele pelo visionário [profeta?] Samuel, que atuava como porta-voz de Deus e intermediário entre Deus e Saul. 

Mas Saul poupa o rei de Amalek, Agag, e o gado, evitando realizar o extermínio total que fora ordenado por Deus. 
Saul poupou as coisas boas e úteis para seu povo [o gado] e destruiu as coisas ruins e nocivas [os pecadores de Amalek]. 

Isso provoca a ira de Deus externada a Saul por Samuel. Saul se desculpa dizendo que poupou o gado para realizar os rituais religiosos na forma sacrifícios de novilhos e ovelhas a Deus [curiosamente o sacrifício pelo fogo é também chamado Holocausto]. 

O que importa é o conteúdo e não a forma. 

A lição política para o presente é importantíssima. O reflexo politico dessa estória está na raiz de toda teocracia e perfaz a essência do Islam politico: 
O governante Saul tentou satisfazer a vontade do povo e não a de Deus, portanto não merece governar.


27 de junho de 2016
in serlva brasilis

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