terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A ORCA DE CONRAD E O CURIOSO FORD MADOX FORD


Joseph Conrad era um maníaco depressivo que tinha medo de morrer e só pensava em suicídio. Não era um chubby chaser mas casou com uma gordinha, ou melhor, uma free Willie inglesa para comer mince pie e fruit cake diariamente. Um dia notou umas crianças estranhas na sua casa, chamou a esposa e disse: “Jessie, tem uns meninos aqui”. Eram seus filhos. Há 92 anos sua esposa, viúva, escreveu uma resenha furiosa de um livro de Ford Madox Ford em que ele pretensamente se colocava como o padrinho de Conrad. Absurdo, Conrad foi Conrad por causa dela, como argumentou em seus livros sobre o falecido. Não há evidência de que Ford, que era um come dorme na casa de Conrad, tenha baseado sua obra-prima, The Good Soldier, no malfadado e paradoxalmente feliz casamento de Conrad. Pelo contrário. A Americana vadia e gostosinha, seu marido corno Qaker, a católica de sangue irlandês e o lord inglês que come todo mundo estão anos luz do universo Conradiano. Ford é um gigante que ninguém vê, figura ímpar da literatura moderna que não exisitiria sem ele; é a ponte entre o modernismo de D.H. Lawrence, Ezra Pound, James Joyce [que publicou], e os remanescentes vitorianos como Conrad. Hemingway o retratou em Paris é uma Festa e O Sol também se Levanta.
27 de dezembro de 2016
in selva brasilis

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