segunda-feira, 12 de junho de 2017

É PRECISO ENTENDER O ESPIRITISMO TAMBÉM COMO CIÊNCIA E FILOSOFIA




No debate aberto aqui na Tribuna da Internet nesta segunda-feira, concordo com o comentarista Antonio Carlos Fallavena sobre a importância de não se qualificar o espiritismo como uma religião. A respeito, sugiro leitura de um livro recém-lançado por Paulo Figueiredo, “Revolução Espírita: a teoria esquecida de Kardec”, uma obra que trata do momento histórico do surgimento do espiritismo na França, em que ambiente veio e em que contexto estava inserido, e, principalmente, destacando que a doutrina nasceu num período em que o espiritualismo estava sendo discutido na universidade Sorbonne, fato que poucos sabem.

Kardec fez a seguinte afirmação: “O espiritismo só surgiu em virtude da reação espiritualista que tomou a universidade”, isso pós-revolução francesa, insatisfação com o materialismo, busca de algo que fosse além do conceito de homem até ali colocado por um lado pelos materialistas e por outro pela igreja etc.

VALORES FUNDAMENTAIS – O autor do livro também lembra que há valores fundamentais que surgiram nos contatos de Kardec com os espíritos, e essas informações precisam ser resgatadas, pois se trata de valores capazes de provocar uma mudança nos indivíduos, e essa revolução nas ideias vai alterar o senso comum e produzir uma nova ordem das coisas. Esta é a revolução que o Espiritismo prepara, segundo Kardec, que também é lembrado como um cientista, um ativista na área da educação, preocupado com os problemas do seu tempo e integrado na busca por soluções.

Tais esclarecimentos foram colocados durante programa da RBN (Rádio Boa Nova, emissora da Fundação Espírita André Luiz), em que um dos comentaristas lembrou o relatório Delors, feito por uma comissão internacional para aplicação em países-membros da Unesco sobre “A Educação no Século 21”, que ficou conhecido em 1996 e que propões quatro pilares a serem utilizados na orientação escolar: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.

RESPEITO A TODOS – O terceiro pilar, “aprender a conviver”, traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento, totalmente dedicado à corrente espiritualista.

Sobre o período efervescente que a universidade vivia lá nos anos de 1830, o autor do livro “Revolução Espírita: a teoria esquecida de Kardec” comenta que há algo nesse sentido também hoje, quando tentamos implementar esses quatro pilares indispensáveis à educação, mas não está se sabendo aplicar isso no cotidiano, no dia a dia das escolas. Está faltando aplicar valores que podem ajudar e muito, quando entendidos seus fundamentos primordiais.

O Espiritismo tem parte importante nisso, como ciência e filosofia, além de doutrina, claro, mas principalmente como ciência e filosofia. Enfim, é uma leitura esclarecedora. Recomendo.


12 de junho de 2017
Rosela Elisa Prestes

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